Como duas seleções ameaçadas de não ir à Copa impactam escolha do novo técnico do Flamengo

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O Flamengo não está refém apenas do resultado das eleições presidenciais do próximo sábado para escolher o técnico de 2022. Duas seleções ameaçadas de ficar fora da Copa do Mundo também travam a pauta sobre a sucessão do demitido Renato Gaúcho. André Villas-Boas é um dos cotados à sucessão de Fernando Santos caso Portugal seja reprovado na repescagem. Ameaçado de não ir ao Catar, o Uruguai crê no super-herói Marcelo Gallardo como salvador. Ambos estariam no radar do candidato favorito Rodolfo Landim.

Portugal segue vivo nas Eliminatórias, mas disputará repescagem. Em caso de fracasso contra Turquia no primeiro mata-mata; e Macedônia do Norte ou Itália na segunda rodada, estará aberta a corrida pela sucessão de Fernando Santos. O treinador responsável pelo título inédito da Eurocopa em 2016 e da Liga das Nações em 2020 tem contrato até 31 de julho de 2024, ou seja, após o fim da próxima Eurocopa, mas dificilmente permanecerá no cargo em caso de insucesso na repescagem.

Em fevereiro, Cristiano Ronaldo completará 37 anos e arrisca ficar fora da última Copa do Mundo da carreira. Fernando Santos acumula eliminação recente nas oitavas de final da Eurocopa contra a Bélgica. A seleção não jogou bem na competição continental e deixou escapar a vaga direta para a Copa no último jogo, em casa, ao sofrer virada da Sérvia.

Hoje, o favorito a uma eventual sucessão de Fernando Santos é Rui Jorge. Motivo: o comandante da seleção sub-23 nos Jogos Olímpicos do Rio-2016 trabalhou nas divisões de base com a promissora geração pós-Cristiano Ronaldo formada por nomes como Bernardo Silva, João Félix e outros. O ex-lateral-esquerdo segue vinculado à Federação Portuguesa de Futebol nas categorias inferiores da seleção lusitana.

E o que o Flamengo tem a ver com isso?

O principal concorrente de Rui Jorge à sucessão de Fernando Santos é um treinador pretendido pelo Flamengo. Desempregado, André-Villas Boas, com passagem pelo Porto, Chelsea e Internazionale,  manifestou mais de uma vez o desejo de comandar uma seleção. Se não for Portugal, certamente assumirá outra antes ou depois de dizer sim ou não a uma eventual oferta do Flamengo. A questão é o tempo. O cargo de técnico de Portugal só ficará vago (ou não) a partir de 24 ou 29 de março do ano que vem — datas marcadas para os confrontos da repescagem.

E Jorge Jesus, assumiria Portugal?

Uma fonte amiga do Mister conta ao blog, de Lisboa, que o treinador do Benfica não tem ambição de assumir seleções. “A menos que esse convite seja do Brasil”, brinca o interlocutor lusitano. E justifica dizendo que, na Europa, o cargo de técnico de seleção não é tão cobiçado e almejado como no Brasil. Segundo a fonte, “o prestígio não é o mesmo”.

O Uruguai também trava a vida do Flamengo. Sétima colocado nas Eliminatórias da América do Sul, a Celeste demitiu Óscar Washington Tabárez depois da Data Fifa de novembro e surpreendeu ao colocar Marcelo Gallardo à frente de Diego Aguirre na lista de prioridades. Inclusive, largou na frente do clube carioca na sondagem. Enquanto o time carioca treinava em Montevidéu sob a batuta de Renato Gaúcho, emissários da Associação Uruguaia de Futebol iniciavam conversas com representantes do técnico. Vale lembrar que Marcelo Gallardo estreou na carreira à frente do Nacional antes de assumir o River Plate.

A quatro jogos do fim das Eliminatórias, a situação do Uruguai é delicada e a Associação de Futebol do país está disposta a contratar um técnico estrangeiros 20 anos depois da passagem de Daniel Passarella pelo cargo. Neste caso, a tendência é de um cabo de guerra entre Uruguai e Flamengo pela contratação do badalado Marcelo Gallardo.

Do pontos de vista do currículo, parece mais desafiador Marcelo Gallardo ter uma experiência no Brasil antes do cobiçado passo seguinte de trabalhar na Europa. Ele levou o Nacional ao título do Campeonato Uruguaio na temporada 2011/2012 e empilhou títulos na Argentina com o River Plate. Só não ganhou o Mundial de Clubes da Fifa. Assumir o Uruguai também é desafiador. Além da oportunidade de protagonizar arrancada em quatro jogo e levar o país ao Catar, ele teria como missão dar ao tri à Celeste depois de 72 anos e ganharia a chance de se tornar o primeiro treinador estrangeiro campeão da Copa. Não é pouco. Embora tenha 44 anos, André Villas-Boas parece cansado de trabalhar em clubes. Fala em aposentadoria e almeja uma seleção.

Aguardemos as cenas dos próximos capítulos…

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Marcos Paulo Lima

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