O River Plate tentará em Santiago — ou seja lá onde for em meio ao caos no Chile — o que só o arquirrival Boca Juniors conseguiu na virada e início do século: o bicampeonato da Copa Libertadores da América em anos consecutivos. Eliminado em La Bombonera na noite desta terça-feira, o Boca Juniors conseguiu a rara proeza nas edições de 2000 e 2001. O São Paulo alcançou duas decisões consecutivas em 2005 e em 2006, mas perdeu a segunda para o Internacional. Na dobradinha, o time xeneize teve como trunfo a continuidade do trabalho do técnico Carlos Bianchi, último treinador a faturar dois títulos seguidos na competição.
Marcelo Gallardo terá a chance de igualar a marca de Carlos Bianchi. Pode conseguir mais. Igualar o número de conquistas do compatriota Osvaldo Zubeldia, vice-líder em coleção de troféus da Libertadores com um tricampeonato em 1968, 1969 e 1970 pelo Estudiantes. Gallardo ocupa o cargo há cinco anos e brindou o River Plate com a taça em 2015 e em 2018, um dos 10 títulos do treinador mais vitorioso nos 118 anos de história dos Millonarios.
Talvez, a maior conquista de Gallardo ao chegar à final seja familiar. O treinador tem a chance de ser campeão da Libertadores ao lado do filho. Aos 21 anos, Nahuel Ezequiel Gallardo faz parte do elenco do pai. O lateral-esquerdo está inscrito com a camisa 3. É praticamente estagiário num grupo acostumado a títulos. Está aprendendo a ser vencedor. Neste ano, por exemplo, participou da conquista da Recopa Sul-Americana contra o Athletico Paranaense.
Algo parecido, por exemplo, com o feito da família Rezende no vôlei. Bernardinho e Bruninho conquistaram a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. A diferença é que o levantador era imprescindível ao time do pai. Nahuel sequer foi usado por Marcelo Gallardo na Libertadores. O herdeiro do treinador ficou famoso por ser gandula nas partidas do pai com a camisa do River.
Bicampeonatos são rarridade até na Uefa Champions League. O Milan conseguiu em 1989 e 1990. Demorou 27 anos para que um time conseguisse igualar o bicampeonato rossonero. O Real Madrid empilhou o tricampeonato nas temporadas de 2016, 2017 e 2018.
Tão iluminado quanto a família Gallardo é Franco Armani. Vem aí a terceira final do goleiro argentino. Era o goleiro de Reinaldo Rueda na conquista do Atlético Nacional da Colômbia em 2016. Levou o bicampeonato no ano passado e parte rumo ao tri pessoal. Outro cara de sorte.
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