Flamengo Vítor Pereira procura um volante que dê estabilidade ao Flamengo. Foto: Mauro Pimentel/AFP Vítor Pereira procura um volante que dê estabilidade ao Flamengo. Foto: Mauro Pimentel/AFP

Como as derrotas para Palmeiras, Vasco e Fluminense explicam o que falta ao Flamengo

Publicado em Esporte

A venda de João Gomes para o Wolverhampton da Inglaterra deixou o Flamengo vulnerável em uma posição na qual os concorrentes estão fortalecidos. Palmeiras, Vasco e Fluminense derrotaram o elenco mais caro e badalado do país porque contam com carregadores de piano, aqueles jogadores discretos responsáveis por viabilizar o concerto da banda. Dorival Júnior encontrou no segundo semestre do ano passado. O sucessor Vítor Pereira procura desesperadamente. 

 

O Flamengo sentiu falta de um jogador com essa característica na derrota para o Palmeiras por 3 x 2 na Supercopa do Brasil, em Brasília. Mesmo sem Danilo, que havia acabado de ser negociado com o Nottingham Forest, Abel Ferreira soube se virar com Gabriel Menino. Fez da cria alviverde um dos trunfos para a conquista do título, no Mané Garrincha. 

 

Enquanto o Flamengo segue à caça de um novo João Gomes, o Vasco conta com dois carrapatos. Rodrigo e o excelente Andrey Santos foram campeões de desarmes no Clássico dos Milhões de domingo passado, no Maracanã. Aos 18 anos, Andrey roubou seis bolas no jogo. Rodrigo foi o segundo nesse quesito com quatro interceptações. 

 

O Fluminense tem André como um dos pontos de equilíbrio do sistema defensivo. Ele não fez uma partida brilhante na decisão da Taça Guanabara, mas cumpriu muito bem as missões delegadas a ele pelo técnico Fernando Diniz. Foi volante no primeiro tempo, assumiu o papel de David Braz no segundo e atuou como zagueiro ao lado de Nino para dar qualidade na saída de bola.  Em busca da virada, voltou a subir para a cabeça de área. Mostrou toda a versatilidade que o fez ser convocado pela primeira vez para a Seleção principal. 

 

Gabriel Menino, Rodrigo, Andrey Santos e André ralam para dar liberdade aos homens de criação. Raphael Veiga é o cérebro do Palmeiras. Os volantes cruzmaltinos dividem com Jair o trabalho duro de proteger a zaga e fazer o elo do meio de campo com a trinca de ataque formada por Gabriel Pec, Alex Teixeira e o centroavante Pedro Raul. André executa o trabalho sujo para que Paulo Henrique Ganso seja o cérebro tricolor.

O Flamengo teve dificuldade também nos duelos contra Al-Hilal e Independiente del Valle no Mundial de Clubes e na Recopa Sul-Americana. O time saudita colocou Cuéllar e Carrillo para atormentar os meias rubro-negros. Os campeões da Sul-Americana  posicionaram Pellerano e Faravelli na cola dos homens de criação do time carioca nas partidas de ida e volta.

 

Vítor Pereira procura, mas ainda não encontrou um “João Gomes” para chamar de seu. Vidal e Gerson têm características diferentes. Thiago Maia e Erick Pulgar são cabeças de área. Igor Jesus teve oportunidade nos clássicos contra o Botafogo e o Fluminense. Vinculado ao Porto, o colombiano Matheus Uribe é um dos sonhos de consumo. Enquanto o reforço não vem, o carente meio de campo do Flamengo terá de se virar sem “pitbull” nas semifinais contra o Vasco. 

 

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