Mane Garrincha Fla quer mandar jogo contra o Palmeiras no Mané Garrincha no próximo dia 21. Foto: Ed Alves/CB/D. A Press Flamengo pretende mandar jogo contra o Palmeiras no Mané Garrincha no próximo dia 21. Foto: Ed Alves/CB/D. A Press

Como a tabelinha entre Flamengo e BRB deixa naming rights na cara do gol do Mané Garrincha

Publicado em Esporte

A ousadia do Banco de Brasília (BRB) ao firmar parceria de 36 meses com o Flamengo é também um recado à concessionária que administra o Mané Garrincha. O blog apurou que Uma consultoria internacional preparou o caminho para a venda dos direitos do nome do principal estádio do Distrito Federal –  palco de jogos da Copa das Confederações 2013, Copa do Mundo 2014 e torneios de futebol masculino e feminino nos Jogos Olímpicos do Rio-2016. Há flertes com várias empresas interessadas no projeto. Uma delas, justamente o BRB.

A ideia é que chamá-lo de Arena ou preferencialmente Estádio BRB Mané Garrincha a fim de evitar a enxurrada de críticas a uma possível retirada da homenagem ao Anjo das Pernas Tortas. O governador Ibaneis Rocha “apanhou” muito dos críticos ao fazer a transição da administração estatal para a privada quando soltou trocadilho com o nome da concessionária responsável pelo estádio e brincou ao apelida-lo de “Arena BRB”, sugerindo naming rights.

O fato é que, agora, o Flamengo é um cliente VIP do BRB. Seguindo o modelo do contrato com o departamento de basquete do clube carioca, o time rubro-negro provavelmente cumprirá agendas em Brasília para agradar ao novo mecenas. O cardápio vai de amistosos ou torneio de pré-temporada, apresentação do elenco, a partidas oficiais do Estadual, Brasileirão, Copa do Brasil a eventos internacionais como a Libertadores. Obviamente, um pacote interessantes para a Arena BSB. Atualmente, o futebol do DF só tem representantes na Série D do Brasileirão. Neste ano, o estádio recebeu apenas duas partidas: a Supercopa do Brasil e Capital x Unaí.

Uma fonte ouvida pelo blog indica que o acordo para o naming rights só depende do consórcio. E o fator Flamengo passou a pesar demais na balança. “Essa parceria, pelo que vi, muito profissional, é uma ótima notícia para Brasília, para o futebol e para a gente (Arena BSB). É uma tendência global, Brasília estava um pouco atrasado focado apenas no regional”, avalia o CEO da Arena BSB, Richard Dubois, ao comentar o acordo entre o clube e o banco estatal.

 

28 jogos tem o Flamengo no Mané Garrincha, sendo 20 como mandante e 8 no papel de visitante. O novo parceiro do Banco de Brasília é o maior usuário entre os clubes desde a inauguração do estádio, em 2013

 

Questionado se a ousadia do BRB ao fechar com o Flamengo e o fato de se tratar de um banco estatal local deixam o naming rights quicando na frente das traves do Mané Garrincha à espera de quem chute e marque o gol, o executivo é cauteloso. “Eu vou deixar para o BRB responder. Estamos com um programa de naming rights e uma série de outros investimentos. Falamos com uma dezena de empresas, entre elas, o BRB”, admite Richard Dubois.

Um ponto crucial nas negociações é o tempo de acordo do naming rights. O contrato do BRB com o Flamengo tem duração de 36 meses. Do GDF com a Arena BSB, 35 anos. “Hoje, é muito difícil falar de prazo mais longo. Não é hora de discutir essas coisas, mas estamos trabalhando muito para melhorar a infraestrutura (do complexo), investindo na hospitalidade. Estamos trabalhando para uma consolidação como referência internacional e preparando a casa para o padrão internacional”, avisa Richard Dubois.

O nome comercial do Mané Garrincha é um outro impasse. Em entrevista ao Correio Braziliense em fevereiro, antes de o estádio receber a Supercopa do Brasil, Richard Dubois mostrou afeição ao nome sugerido por Ibaneis. “O rumo da Arena BRB até soa bem, foi um trocadilho do governador (Ibaneis Rocha), mas o caminho não é assim. Um dos nossos investidores é a Amsterdam Arena, que administra o nome cujo nome esportivo é Johan Cruyff Arena, que tem o naming rights de Heineken. Quando estamos falando de negócio é Heineken, quando é do ponto de vista esportivo, Johan Cruyff”, comparou.

O executivo usou até metáfora em uma sinalização de abertura da Arena BSB a novas possibilidades. “Quando a noiva casa, ela não precisa apagar o nome de solteiro, acrescenta o novo nome. Podemos ter um nome mais completo. Não cairemos no erro de mudar de nome, vamos acrescentar e esperar que a mídia reconheça esse valor”, insinuou à época.

O cenário nunca esteve tão favorável ao negócio. O BRB ousou e quer quer explorar o Mané Garrincha. Tem como cliente o Flamengo, time de maior torcida do país cuja segunda casa depois do Maracaná, óbvio, é o Mané Garrincha desde a inauguração do estádio, em 2013. E a arena, que só conta com clientes de quarta divisão no Distrito Federal, passa a ter a chance de ser beneficiada por um pacote de jogos do clube mais popular do país. Portanto, se os negócios avançarem, uma das propostas de consenso é Estádio BRB Mané Garrincha. Como diria a tese do executivo, a noiva acrescentaria o nome do casamento.

 

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