Como a Euro-2024 ajuda a explicar o gol de Rodrygo na vitória do Brasil

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Rodrygo tem sete gols com a camisa da Seleção Brasileira. Foto: Raphael Ribeiro/CBF


A Uefa tem uma estatística relevante para ajudar a explicar a importância da vitória do Brasil contra o Equador nesta sexta-feira, por 1 x 0, no Couto Pereira, em Curitiba, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. A Euro-2024 teve 18 gols de fora da área. Das 24 seleções do torneio, 12, ou seja, metade usou chutes de média e longa distância para arrombar retrancas no torneio continental. Alemanha, Holanda, Suíça, Turquia, Inglaterra e Romênia marcaram dois cada um. Moral da história: em tempos de futebol americano (NFL) na terra do soccer, fica a dica: é preciso ter um kicker no elenco capaz de levar muralhas construídas na frente da área ao chão. Foi o que fez o camisa 10 Rodrygo.

O golaço do jogador de 23 anos é de quem sabe ler jogo. Rodrygo é muito inteligente. Por sinal, fez bela exibição no papel de falso nove. Antes do chute, ele sai da área em busca de espaço. Convida o time para tabelar com ele pelo meio, algo raro em uma Seleção viciada em abrir o jogo insistentemente pelas pontas. Paquetá, André e Danilo entendem a movimentação e Rodrygo recebe o passe limpo para driblar o marcador e chutar no canto direito de Galíndez.

Rodrygo fez o que Dorival Júnior esperava do lesionado Pedro. O centroavante raiz daria opção ao Brasil pelo meio no papel de pivô. Arrastaria zagueiros para fora da área e abriria espaço outros companheiros invadirem a área do Equador. O meia-atacante finaliza cheio de convicção de fora da área, mas se desejasse tinha alternativas. André passa do lado direito dele em velocidade iludindo um marcador.

Por falar no André, o volante fez uma belíssima partida no Couto Pereira. Dorival Júnior montou triângulo invertido no meio de campo. André e o discreto Bruno Guimarães protegiam a defesa e Paquetá tinha liberdade para circular pelo meio de campo. De vez em quando, André subia ao ataque na tentativa de ser o elemento surpresa.

Danilo, Marquinhos e Gabriel Magalhaes faziam uma saída de bola a três. André ficava à frente do trio. Guilherme Arana assumia a função de construtor por dentro e deixava o espaço na ponta para o apagado Vinícius Júnior. Paquetá, Bruno Guimarães e Rodrygo se aproximavam pelo meio, porém cometiam um erro. Eles só tinham olhos para Vinícius Junior. O atalho para o gol estava na ponta direita com Luiz Henrique. O jogador do Botafogo fez boa partida nas raras vezes em que foi acionado no primeiro tempo.

A exibição do Brasil foi boa na etapa inicial é terrível no segundo tempo. Há uma explicação para a lentidão: a temporada europeia começou faz pouco tempo. Enquanto os jogadores em atividade no país como Arana e Luiz Henrique estão no auge na reta final do ano, o restante da Seleção está começando a engrenar. A queda na rotação da partida é natural. Obviamente, não justifica o péssimo futebol nem a covardia no fim da partida. O Brasil recuou excessivamente e arriscou sofrer o empate no Couto Pereira e o público não poupou vaias no apito final.

A pergunta que não cala antes da oitava rodada contra o Paraguai, no Defensores del Chaco, em Assunção, é por que Dorival Júnior não colocou Endrick em campo. Gerson, Estêvão, Wendell, João Gomes e Lucas Moura passaram na frente dele. Há de existir uma explicação para isso. No Real Madrid é a concorrência com Mbappé, mas é na Seleção, qual é o obstáculo ao camisa 9?

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Marcos Paulo Lima

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