Atual campeão sub-23, o Cuiabá venceu o Bragantino no ano passado: torneio extinto. Foto: Gil Gomes/CBF
Uma conversa ao pé do ouvido aqui, mensagens no WhatsApp ali, recados diretos e indiretos enviados via presidentes de federações aos clubes na semana passada e pronto: assim a Confederação Brasileira de Futebol minou a realização de um Campeonato Brasileiro Sub-23 independente com a participação de 18 times liderado pela Liga Brasileira de Aspirantes (LBA). Com medo de sanções e de represálias, os clubes foram “tirando os times de campo” e o evento foi esvaziado.
O blog apurou que a competição prevista para o segundo semestre começaria neste mês, em São Paulo, e terminaria em Brasília, em 2 de dezembro. A logística previa jogos no Bezerrão, Serejão e Mané Garrincha. O torneio daria sequência ao Brasileirão de Aspirantes. Organizada de 2017 a 2022 pela entidade máxima do futebol, a competição foi extinta nesta temporada. Havia, inclusive, acordos iniciais para transmissão das partidas em canais de streaming.
Em 26 de dezembro do ano passado, a CBF divulgou o calendário das competições masculinas de base em 2023 e causou uma surpresa: o cancelamento do Brasileirão Sub-23. A primeira alegação para o arquivamento do Nacional de Aspirantes era a seguinte: “Considerando o desinteresse manifestado pelos times elegíveis à disputa do Campeonato Brasileiro de Futebol de Aspirantes 2023, a competição foi descontinuada”, informava o documento.
O Brasileirão Sub-23 saiu do papel na gestão provisória do Coronel Nunes como torneio alternativo a jogadores subaproveitados na transição da base para o profissional. Uma tentativa de mantê-los ativos, empregados, contribuir na transição e evitar a desistência da profissão. A primeira edição teve 10 participantes em 2017 e subiu para 16 nas versões de 2018 a 2022 nos mandatos de Rogério Caboclo e Ednaldo Rodrigues. O atual presidente decidiu abolir o torneio.
Chateados com o cancelamento em 2023, clubes das quatro divisões do Brasileirão, fora de série e outros formadores se uniram na tentativa de organizar um torneio independente para dar continuidade ao evento sob o nome de Liga Brasil de Aspirantes (LBA).
A articulação começou em abril e desagradou a cúpula da CBF. Em meio aos debates no Congresso Nacional sobre a Lei Geral do Esporte, a entidade vetou o torneio sob a alegação de que “compete a ela, pela atribuição como entidade que promove o fomento ao futebol em diferentes categorias, organizar e realizar competições”. Questionava, portanto, a constituição jurídica da LBA.
Segundo a CBF, apenas três clubes demonstraram interesse de disputar o Campeonato Brasileiro de Aspirantes em 2023 antes da publicação do calendário da base. O custo do torneio foi estimado pelo departamento de competições em R$ 20 milhões. Chamou a atenção uma contradição sobre o suposto desinteresse. Paralelamente, 23 times participaram, em abril deste ano, da primeira reunião da LBA. Entre eles, dois do Distrito Federal: o atual campeão candango Real Brasília e o vice, Brasiliense.
Dezoito estavam decididos a disputar o Brasileirão de Aspirantes independente a partir deste mês e mantinham jogadores sob contrato: o atual campeão Cuiabá e mais Sport, Bahia, Vasco, Botafogo, Chapecoense, Goiás, Ponte Preta, Juventude, Criciúma, Coritiba, Vila Nova, Ceará, Brasiliense, Real Brasília, Ska Brasil, Retrô e Náutico.
Cinco desistiram: Fluminense, Paraná Brasil, Azuriz, Laguna e Ibrachina. Sem quórum, o torneio minguou e causou revolta em jogadores impedidos de jogar e muito menos de serem emprestados a times com torneios em andamento. A polêmica deve reativar o debate sobre o Brasileirão de Aspirantes para 2024. Além do torneio Sub-23, a CBF aboliu as Supercopas do Brasil Sub-20 e Sub-17 no anúncio do calendário para 2023 e criou o Brasileirão Sub-15.
Campeonato Brasileiro de Aspirantes
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