A Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados aprovou na manhã desta terça-feira convite ao presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues, para uma audiência pública. Os parlamentares desejam que o dirigente esclareça suspeitas de compra de votos e de favorecimento a familiares em contratações e indicações da entidade a cargos de representatividade. O requerimento é do deputado Felício Laterça (PP-RJ). Por se tratar de um convite público, Ednaldo escolherá quando pode comparecer.
O blog teve acesso às justificativas apresentadas para o pedido de audiência pública. O primeiro deles aponta que Ednaldo Rodrigues “teria contratado a empresa privada em que a filha ocupava cargo de gerente de vendas para fornecer kits de produtos de higiene a evento da CBF”.
O documento aponta mais duas motivações para a convocação de Ednaldo Rodrigues. “Outro fato diz respeito ao uso político feito por Ednaldo nos contratos da CBF destinados a distribuição de veículos automotores aos presidentes/dirigentes das federações de futebol pelo Brasil em troca de votos às vésperas das eleições”, acrescenta o documento oficial.
A terceira razão informada no texto é “o fato de que teria havido conflito de interesses praticado pelo presidente Ednaldo, que nomeou o seu genro para ser um dos representantes da CBF junto à Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol)”, reforça.
O documento assinado por Felício Laterça conclui: “Por essas razões, não resta dúvida do interesse nacional e do enorme impacto na atividade econômica do país. Logo, quaisquer fatos/denúncias acerca da gestão do desporto extrapolam o âmbito das relações privadas entre as entidades que gerenciam as competições e clubes participantes, alcançando os consumidores”, reforça o requerimento deferido por unanimidade.
Por fim, a Comissão de Esporte concluiu. “Em decorrência dos riscos e impactos da repercussão da reportagem nas mídias sociais envolvendo o dirigente do CBF, entidade máxima do futebol, é prudente que essa Comissão possa ouvi-lo e conhecer as razões/argumentos sobre os fatos narrados, a fim de resguardar o interesse público.”
O texto ressalta que “a CBF é uma associação civil de direito privado, sem fins lucrativos, de caráter desportivo, com personalidade jurídica e patrimônio próprio, responsável por exercer a função de entidade brasileira máxima do futebol profissional e não profissional no Brasil, mas pondera que “não resta dúvida do interesse nacional e do enorme impacto na atividade econômica do país. Logo, quaisquer fatos/denúncias acerca da gestão do desporto extrapolam o âmbito das relações privadas entre as entidades que gerenciam as competições e clubes participantes, alcançando os consumidores”. Diz ainda que “é prudente que essa Comissão possa ouvi-lo e conhecer as razões/argumentos sobre os fatos narrados, a fim de resguardar o interesse público”.
Ednaldo Rodrigues está fora do país nesta semana. Na última segunda-feira (10), o presidente da CBF participou de um encontro com executivos da Nike, fornecedora de material esportivo da entidade, na sede da grife, em Los Angeles, nos Estados Unidos.
Na reunião com Jonh Slusher, vice-presidente executivo global de marketing esportivo da marca; Cara Harvey, vice-presidente de marketing esportivo para Ásia, Pacífico e América Latina; Camilo Andrade, vice-presidente de marketing da Ásia, Pacífico e América Latina; Thomas Darrick, diretor sênior de marketing masculino para Ásia, Pacífico e América Latina; Todd Austin, diretor sênior de negócios em marketing esportivo; Oscar Garcia, diretor sênior de marketing esportivo para América Central e América do Sul; e Felipe Rinaldi, gerente de marketing esportivo no Brasil, reforçou o compromisso com a mudança da gestão na entidade. Ednaldo Rodrigues anunciou que incluirá uma cláusula anticorrupção em todos os contratos da entidade.
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