Com Nicolás Maidana, Flamengo troca preparador físico pela 10ª vez na Era Landim

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Nicolás Maidana (D) é o novo preparador físico do Flamengo. Foto: Gilvan de Souza/Flamengo

 

Com a contratação de Nicolás Maidana, o Flamengo tem a décima equipe de preparação física em cinco anos de mandato do presidente Rodolfo Landim. Oito profissionais diferentes comandaram o setor: Alexandre Sanz, Mário Monteiro, Julián Jiménez, Danilo Augusto, António Gomez, Celso Resende, Pablo Fernández e agora Nicolás Maidana. Dois deles passaram duas vezes pelo cargo no período de 2019 a 2023: Alexandre Sanz e Mário Monteiro. Isso sem contar os auxiliares de cada um.

 

O cargo é um dos mais instáveis do departamento de futebol devido ao comportamento do clube no mercado. Quando contrata treinador, o clube fecha um combo. O comandante leva para o Ninho do Urubu os profissionais de confiança. Demitido depois de dar um soco no roso de Pedro, Pablo Fernández era indicação de Sampaoli.

 

A contar da posse de Landim, em 2019, o Flamengo acumula uma dezena de mudanças no setor. O primeiro profissional foi Alexandre Sanz na gestão de Abel Braga. Ele desembarcou no clube contratado pelo vice de futebol Marcos Braz. Abel reclamou de Sanz e ouviu de um interlocutor. “Ele saiu de instrutor de treino funcional na Praia da Barra para preparador do Flamengo”.

 

Jorge Jesus assumiu com Mário Monteiro e Marcio Sampaio a tiracolo. Ambos comandaram a preparação física do Flamengo nas conquistas de seis troféus em 2019/2020: Brasileirão, Libertadores, Supercopa do Brasil, Recopa Sul-Americana, Taça Guanabara e Campeonato Carioca.

 

Sucessor do Mister, Doménec Torrent chegou ao Flamengo com Julian Jiménez. Rogério Ceni substituiu o técnico demitido e levou Danilo Augusto para o Ninho do Urubu. O Flamengo ganhou o Brasileirão, a Supercopa do Brasil, a Taça Guanabara e o Campeonato Carioca sob a batuta deles.

 

Alexandre Sanz voltou a chefiar o núcleo de preparação física na passagem de Renato Gaúcho pelo cargo e novamente sofreu duras críticas pela falta de fôlego do grupo na reta final da temporada de 2021.

 

No início de 2022, o técnico Paulo Sousa chegou ao Rio de Janeiro com dois preparadores físicos. Antônio Gomez e Lluis Sala eram os responsáveis pelo fôlego do time para encarar o calendário pesado de competições. Sala desembarcou no Ninho do Urubu com status de especialista em trabalho de prevenções físicas com os jogadores.

 

As atividades dele eram puxadas. Alguns atletas resmungavam com frases como “quero um pulmão a mais” e “minha perna está igual a cimento”. O catalão aplicava os conhecimentos adquiridos no Liverpool, Sunderland e Ipswich Town. Quando parecia implementar o trabalho, Paulo Sousa saiu e ele foi junto.

 

Dorival Júnior herdou a prancheta e levou um novo conceito. Indicado pelo treinador, Celso Rezende assumiu a responsabilidade da preparação física. O trabalho deu liga e apresentou resultados imediatos com as conquistas da Copa do Brasil e da Libertadores. As críticas voltaram no fim da temporada e atingiram o ápice nas decisões contra Corinthians e Athletico-PR. O time começou a apresentar esgotamento e relaxou de vez depois das conquistas.

 

Com a saída de Dorival Júnior, o Flamengo decidiu dar 42 dias de férias ao elenco. O problema estourou nas mãos do técnico Vítor Pereira e do preparador físico escolhido por ele, Mario Monteiro — funcionário de Jorge Jesus na passagem do Mister pelo clube carioca. Em marcha lenta, o time fracassou na Supercopa do Brasil, no Mundial de Clubes, na Recopa Sul-Americana, na Taça Guanabara e na final do Campeonato Carioca. Vítor Pereira ouviu questionamentos e rebateu os ataques: “Não somos máquinas”.

Entra e sai

Técnico e preparadores físicos na Era Landim

  • Abel Braga: Alexandre Sanz e Daniel Félix
    Jorge Jesus: Mário Monteiro e Marcio Sampaio
    Doménec Torrent: Julian Jiménez
    Rogério Ceni: Danilo Augusto
    Renato Gaúcho: Alexandre Sanz
    Paulo Sousa: António Gomez e Lluis Sala
    Dorival Júnior: Celso Rezende
    Vítor Pereira: Mario Monteiro
    Jorge Sampaoli: Pablo Fernández e Marcos Fernández
    Jorge Sampaoli: Nicolás Maidana e Marcos Fernández

Fonte: Levantamento do Blog Drible de Corpo

 

O preparador físico Mario Monteiro deixou o cargo reclamando das críticas pesadas ao trabalho feito por ele na segunda passagem pelo Flamengo. “É muito triste quando as pessoas não entendem p**** nenhuma do que estão falando e querem aparecer dando pitaco. Respeitem o profissionalismo de quem é especialista na área e trabalha na primeira liga profissional, equivalente à Série A daqui do Brasil, desde 1993”, desabafou.

 

Quando Jorge Sampaoli assumiu e recebeu relatórios sobre o condicionamento físico dos atletas, falou o queria da gestão anterior e ouviu o que não queria. O argentino atribuiu a falta de intensidade do elenco ao trabalho desenvolvido pelo estafe de Vítor Pereira.

 

Mario Monteiro tomou as dores e rebateu: “Não concordo de jeito algum. Nós sempre treinamos com alta intensidade. E o Flamengo, acima de tudo, tem um departamento altamente qualificado com muita gente competente. Nós sempre monitoramos os nossos treinos. É uma forma de ele (Sampaoli) fugir às responsabilidades e estar sempre atacando o preparo físico”.

 

Na pausa de 10 dias para a última Data Fifa, informações nos bastidores indicavam descontentamento de parte do elenco com os treinos físicos puxados da comissão técnica de Jorge Sampaoli. A exaustão teria sido um dos motivos para a partida irreconhecível na goleada sofrida contra o Red Bull Bragantino, por 4 x 0, no estádio Nabi Abi Chedid. O Flamengo passou a ter evolução técnica, intensidade no início das partidas, mas continuava apresentando cansaço no segundo tempo.

 

Houve o episódio de violência contra Pedro e o preparador físico Pablo Fernández perdeu o emprego. Nicolás Maidana trabalhava no Santos Laguna do México, time de Samir, zagueiro revelado pelo Flamengo.

 

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