Código Zidane: 10 tópicos que ajudam a decifrar o perfil do novo comandante do Real Madrid

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  1. Mentor

O veterano técnico francês Guy Lacombe é uma espécie de guru de Zinedine Zidane. Foi o primeiro treinador do jogador eleito três vezes melhor do mundo na Academia de Cannes e se tornou uma espécie de introdutor de Zidane na nova profissão após a aposentadoria do craque, quando Zidane optou por seguir a carreira de treinador e decidiu se matricular no curso para tirar a Uefa Pro Licence.

  1. Referências

Zidane acompanhou de perto o trabalho de ao menos quatro técnicos. Como diretor esportivo do Real Madrid, teve um relacionamento desagradável com José Mourinho. Foi bem sucedido como auxiliar de Carlo Ancelotti, com quem conquistou o décimo título europeu. Deu uma escapadinha do Real Madrid para interagir com o argentino Marcelo “El Loco” Bielsa no Olympique de Marselha, mas é fã, mesmo, de Pep Guardiola. Chamou o amigo Makele e esteve no Centro de Treinamento do Bayern de Munique. Acompanhou in loco, com prancheta nas mãos e tudo, o método de trabalho do badalado treinador catalão. Ao fim do intercâmbio em Sabener Strasse, ambos conversaram pessoalmente.

  1. Sistema tático

Zinedine Zidane chegou a utilizar o 4-3-3 no Real Madrid Castilla, mas rendeu-se ao esquema tático da moda — o 4-2-3-1. Assim deixou o time na vice-liderança do Grupo 2 da Segunda B, a terceira divisão do Campeonato Espanhol. O time-base dele era o seguinte: Abad; Fernández, Martínez, León e Tejero; Llorente e Muñoz; Odegaard, Enzo Zidane e Mayoral; Mariano Díaz. Na atual temporada, Zidane raramente variou o esquema tático. Dependendo do adversário, configura a equipe no 4-1-4-1, mas é muito raro na lista de partidas do Real Madrid Castilla.

  1. Personalidade

Ao menos duas polêmicas no Real Madrid Castilla revelam um pouco a personalidade do técnico Zidane. Nesta temporada, o francês entregou a braçadeira de capitão ao filho, Enzo Zidane, que forma com o dinamarquês Odegaard e o espanhol Mayoral a linha de três meias do esquema tático. A imprensa criticou o nepotismo, mas Zidane disse que Enzo era titular porque estava jogando para isso e capitão pois tinha liderança. A chegada de Odegaard também foi um desafio. O salário alto da promessa criou ciúmes no jovem elenco, mas Zidane mostrou habilidade para administrar o problema criado pelo patrão, Florentino Pérez. Adora viajar no dia da partida e detesta conceder entrevistas. O microfone é um dos seus inimigos.

  1. Blindagem

Há um temor de que o Real Madrid queime um dos seus maiores ídolos, autor do gol do nono título europeu do clube, mas um episódio mostra que o clube é capaz de comprar uma briga por ele. O presidente da Federação Espanhola de Treinadores, Miguel Angel Galan, questionou a licença do treinador para comandar o Real Madrid Castilla e até o suspendeu por 30 dias. Houve uma grita geral. Na Espanha, o departamento jurídico do Real Madrid recorreu da decisão. Na França, François Blaquart, diretor técnico da Federação Francesa, também gritou.

  1. Sensibilidade

Em uma entrevista recente à revista France Football, Zidane conta uma experiência interessante no relacionamento com os meninos do Real Madrid Castilla. Quando assumiu o Real Madrid, ele tentou posar de paizão com o elenco e logo percebeu que não daria certo. “Se você for bonzinho com os mais jovens não funciona. Eu descobri que preciso dizer coisas que eles não estão preparados para ouvir”, testemunhou.

  1. Ousadia

Não é muito a cara de Zidane, mas, de vez em quando, ele faz uma graça. A joia dinamarquesa Odegaard é um exemplo. O jogador chegou ao clube cheio de banca, com salário muito acima do recebido pelos outros jovens do elenco e cláusulas contratuais de que teria de ser titular, mas Zidane peitou a marra e apresentou ao moleque o banco de reservas. A relação com Odegaard não é de ódio, mas passa longe de ser de amor. Depois de domar a ferinha, Zidane “brincou” com o posicionamento de Odegaard nas suas experiências táticas. Escalou a promessa tanto como volante quanto como meia no 4-2-3-1. Zidane também deu um chega pra lá no talentoso atacante dominicano Mariano Díaz. Artilheiro do Real Madrid Castilla na Segunda B com 12 gols, o goleador ficou sete vezes na reserva para que outro talento, Borja Mayoral, assumisse a posição de centroavante no esquema tático 4-2-3-1.

  1. Respeito

Quando era técnico do Real Madrid e tinha Zidane com um dos auxiliares, Carlo Ancelotti testemunhou a favor do craque como seu sucessor e falou do relacionamento de Zidane com o elenco profissional. “Ele tem carisma, personalidade e experiência. A relação dele é muito boa com Benzema e Varane. Zidane compreende a maneira de trabalhar do clube e o seu estímulo era muito importante para mim. Quando Zidane fala, os outros jogadores ouvem”, afirmou.

  1. Aproveitamento

Na primeira temporada como técnico do Real Madrid Castilla, Zidane acumulou 16 vitórias, 10 empates e 12 derrotas e terminou em sexto lugar na Segunda Divisão B. Na atual, contabiliza 10 vitórias, 7 empates e 2 derrotas e deixa o time na segunda posição, a quatro pontos do líder. A estatística geral de Zidane à frente do time é a seguinte: 57 jogos, 26 vitórias, 17 empates, 14 derrotas, 88 gols a favor e 58 contra. Aproveitamento de 55,5%.

  1. Parceria

Zinedine Zidane não foge à regra. Adora um amigo a tiracolo. Assim como Felipão, tem o seu Flávio Murtosa. David Bettoni é seu homem de confiança. Ambos se conhecera em Cannes. Outro braço direito do treinador é o compatriota Hamidou. Os dois parças trabalhavam com ele no Real Madrid Castilla. O preparador físico Parrales e o treinador de goleiros Roberto Vázquez, ambos espanhóis, também conquistaram Zidane, assim como o coordenador da base, Luis Lloris, que deve ter o seu trabalho requisitado pelo novo treinador do Real Madrid.

Marcos Paulo Lima

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Marcos Paulo Lima

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