A gestão do presidente Eduardo Bandeira de Mello chega ao 12º técnico em seis anos de mandato. Desta vez, não por opção do dirigente, mas devido a uma desonesta apunhalada nas costas de Reinaldo Rueda, contratado por Bandeira após pressão da torcida nas redes sociais. Com o pedido de demissão de Reinaldo Rueda — e o anúncio imediato de Paulo César Carpegiani como substituto —, o treinador campeão da Libertadores e do Mundial em 1981 aumenta para 12 a coleção de comandantes rubro-negros na atual administração.
Embora tenha um currículo respeitado, Carpegiani só conquistou dois títulos no século 21: o Campeonato Paranaense de 2001 pelo Atlético e o Baiano de 2009 à frente do Vitória. Nos últimos anos, especializou-se em livrar times do rebaixamento no Brasileirão. Foi assim no Coritiba, em 2016; e no Bahia, ano passado. Dos jogadores do elenco atual, Juan trabalhou com Carpegiani em 2000, na segunda passagem do técnico pelo clube.
Antes de Paulo César Carpegiani, de 68 anos, passaram pelo cargo: Dorival Júnior, Jorginho, Mano Menezes, Jayme de Almeida, Ney Franco, Vanderlei Luxemburgo, Cristóvão Borges, Oswaldo de Oliveira, Muricy Ramalho, Zé Ricardo e Reinaldo Rueda.
Neste século, a gestão de Eduardo Bandeira de Mello só perde para a de Márcio Braga em quantidade de trocas de técnicos. Nos dois mandatos, Braga teve 16 treinadores. A administração de Patrícia Amorim contou com seis técnicos, assim como as de Gilberto Cardoso Filho e de Hélio Ferraz. Edmundo Santos Silva, que sofreu impeachment, empregou dois treinadores. No século 21, o Flamengo é o clube que mais troca de treinadores. Antes da queda de Rueda, eram 38 trocas, com 25 “professores” diferentes.
Auxiliar de Dino Sani no Flamengo no início da carreira, Paulo César Carpegiani levou a geração de Zico aos títulos do Campeonato Carioca, da Libertadores e do Mundial em 1981. Em 1982, brindou o time rubro-negro com o bicampeonato. Como jogador, ajudou o clube a conquistar o primeiro título brasileiro, em 1980, e três títulos cariocas. É a terceira passagem de Paulo César Carpegiani pelo cargo. A última, em 2000, durou quatro meses. Ele pediu demissão após quatro meses de trabalho ao sofrer uma goleada por 5 x 1 do Vasco. Carpegiani não deixa nada a dever a Rueda no quesito badalação. Em 1998, comandou o Paraguai na Copa do Mundo. Chegou às oitavas de final e foi eliminado pela anfitriã França na prorrogação com um gol de ouro.
A opção do Flamengo por Paulo César Carpegiani mostra, aparentemente, que a diretoria está mais veloz nas decisões do que no ano passado. Mostrou rapidamente que tinha um Plano B e tratou de acioná-lo após a confirmação da saída de Rueda. Mais do que isso. A gestão de Bandeira de Mello também mata logo no início da temporada um outro fantasma de 2017: a pressão das redes sociais. Reinaldo Rueda foi contratado após a torcida invadir as contas do técnico colombiano no Twitter e no Instagram.
Técnicos do Flamengo na era Eduardo Bandeira de Mello
2013
Dorival Júnior, Jorginho, Mano Menezes e Jayme de Almeida
2014
Jayme de Almeida, Ney Franco e Vanderlei Luxemburgo
2015
Vanderlei Luxemburgo, Cristóvão Borges e Oswaldo de Oliveira
2016
Muricy Ramalho e Zé Ricardo
2017
Zé Ricardo e Reinaldo Rueda
2018
Paulo César Carpegiani