Carlo Ancelotti reinventou o Brasil no 3-5-2/3-4-3 na etapa final: Seleção melhorou. Foto: Raphael Ribeiro/CBF
Discordo da impossibilidade de analisar a derrota do Brasil para a Bolívia por 1 x 0 na altitude de El Alto na despedida melancólica — em quinto lugar — das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. Há uma mensagem nas entrelinhas do jogo: a sinalização tática de Carlo Ancelotti para a utilização de uma linha de três zagueiros na Seleção.
O italiano adotou o formato 4-4-2 diante do Equador na estreia, em Guayaquil. Nas partidas seguintes, formatou o 4-2-4 nas vitórias diante do Paraguai e do Chile. Iniciou a partida diante da Bolívia no 4-3-3, variável para o 4-2-3-1, e terminou a partida no 3-5-2.
Aqui começa a minha análise. Defendo faz tempo a necessidade de o Brasil ter no repertório tático modelo com três zagueiros. Questionei o técnico Tite várias vezes sobre isso. Ele levou o Grêmio à conquista da Copa do Brasil de 2001 no 3-5-2 contra o Corinthians, mas, infelizmente, não recorreu ao modelo vitorioso nos seis anos e meio de trabalho. Experimentou em um amistoso contra a Austrália, porém não levou adiante.
O que o Brasil tem de melhor faz tempo? Zagueiros e pontas. E de pior? Laterais.
A safra de beques oferece Marquinhos, Gabriel Magalhães, Éder Militão, Bremer, Murillo, Alexsandro Ribeiro…
Por que, então, não escalar uma linha com três beques?
O Brasil melhorou contra a Bolívia justamente quando Carlo Ancelotti passa a usar três zagueiros no segundo tempo contra a Bolívia e só um lateral. O time termina a partida assim no sistema 3-5-2/3-4-3:
1 – Alisson;
4 – Marquinhos, 14 – Fabrício Bruno e 15 – Alexsandro Ribeiro;
20 – Estêvão, 17 – Jean Lucas, 11 – Lucas Paquetá, 8 – Bruno Guimarães e 16 – Caio Henrique;
7 – João Pedro e 11 – Raphinha
Usar um ponta e um lateral ou dois extremos na função de alas pode ser uma solução nesse modelo com cinco homens no meio de campo e dois atacantes em nome do equilíbrio.
Como não temos fora de série nas laterais nem no meio de campo, uma das alternativas é congestionar o setor — e não esvaziá-lo — e prescindir de um trio ou quarteto ofensivo em nome do fortalecimento das laterais, o ponto mais vulnerável do elenco verde-amarelo. A Holanda montou várias seleções sem laterais, ou seja, com dois pontas no papel de alas.
Carlo Ancelotti usa pouco, mas tem o sistema com três zagueiros na biografia tática. Ele adotou o modelo cinco vezes no Everton na Premier League. Ele também recorreu ao 5-3-2. O italiano também utilizava três zagueiros na Juventus.
Um rápido exercício com três zagueiros, sem laterais de ofício e pontas na função de alas:
Alisson;
Éder Militão, Marquinhos e Gabriel Magalhães;
Raphinha, Casemiro, Bruno Guimarães, Lucas Paquetá e Rodrygo;
Vinicius Junior e Neymar
Carlo Ancelotti usou três zagueiros em um momento de emergência na altitude de El Alto contra a Bolívia, mas valeu muito a pensa ensaiar nos treinos e colocar em prática o sistema 3-5-2 nos últimos amistosos do ano nos meses de outubro e novembro. Por que não?
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