Carlo Ancelotti reconecta Brasil com a Seleção nem que seja por curiosidade

Compartilhe

Carlo Ancelotti é a prova de que a paciência do torcedor com técnicos brasileiros e Neymar na Seleção estava esgotada. Na falta de um fora de série em campo, a atração é a estreia do italiano de 65 anos à beira do gramado com a prancheta verde-amarela no duelo desta quinta-feira com o Equador pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026.

Por sinal, o país não é novidade para ele. Em 1993, ele esteve na Copa América para assistir ao clássico entre Argentina e Brasil no papel de auxiliar de Arrigo Sacchi, então treinador da Itália. Era 27 de junho. Os hermanos avançaram às semifinais nos pênaltis por 6 x 5 depois do empate por 1 x 1 no tempo regulamentar.

A Seleção voltou a ser assunto entre quem ama — e odiava — a surrada Amarelinha até pouco tempo. A única camisa com cinco estrelas da Copa do Mundo não conseguirá unanimidade, mas certamente atrairá a maior parte da população à tela de algum dispositivo para dar uma espiadinha no que Carlo Ancelotti será capaz de fazer na estreia.

A história registra feitos enormes de italianos no Brasil. Giuseppe e Anita Garibaldi militaram na Revolução Farroupilha. A família Matarazzo construiu império industrial em São Paulo. Filhos de imigrantes, Candido Portinari nas artes plásticas e Adoniran Barbosa na música ajudaram a desenvolver a cultura. Carlo Ancelotti pode entrar para o almanaque se levar o país ao hexa na Copa do Mundo de 2026, no Canadá, no México e nos EUA.

Carletto ostenta o recorde de títulos da Champions League, O pentacampeão europeu também esfrega na cara da sociedade sul-americana da bola conquistas nas cinco principais ligas do Velho Mundo: Alemão, Espanhol, Francês, Inglês e Italiano.

Ancelotti saiu da zona de conforto. Ele conhecerá, a partir de hoje, a vida como ela é no futebol da América do Sul. Ambientes bem mais hostis do que os visitados por ele na Itália e fora dela. Há um diferencial: a capacidade de adaptação do treinador às diferentes culturas. Não é para qualquer um empilhar troféus em cinco culturas distintas na Europa.

O caminho até a Copa é curto e longo ao mesmo tempo. Ancelotti pode iniciar a campanha do hexa daqui a 371 dias com apenas 10 jogos na Seleção. Quatro deles oficiais. Além do Equador, o Brasil terá pela frente o Paraguai, o Chile e a Bolívia até setembro.

Depois disso, possíveis amistosos contra o Japão, na Ásia, o Real Madrid, em um acordo de cavaleiros da CBF com Florentino Pérez. A rota é longa porque há muito, muito trabalho pela frente para alcançar o patamar de concorrentes como Argentina, França e Espanha, favoritas em 2026.

X: @marcospaulolima

Instagram: @marcospaulolimadf

TikTok: @marcospaulolimadf

Marcos Paulo Lima

Posts recentes

  • Esporte

Vasco x Corinthians: a influência europeia na final da Copa do Brasil

  A final da Copa do Brasil neste domingo entre Vasco e Corinthians, às 18h,…

21 horas atrás
  • Esporte

A 40 dias do início, clubes aceleram planejamento para o Brasileirão

  A 40 dias do início do Brasileirão 2026, em 28 de janeiro, os clubes…

2 dias atrás
  • Esporte

Bom para o Vasco? Corinthians venceu todas fora de casa nesta Copa do Brasil

  A Copa do Brasil contraria prognósticos. Quem considerava Cruzeiro e Fluminense favoritos nas semifinais…

3 dias atrás
  • Esporte

O combo inegociável: Por que faltou ao Flamengo uma noite perfeita de Rossi

O Corinthians conquistou o Mundial de Clubes da Fifa em 2000 porque, entre outros motivos,…

4 dias atrás
  • Esporte

Um gol só: o limite dos times brasileiros contra europeus no Mundial

Os times brasileiros jamais fizeram mais de um gol nos europeus desde que a Fifa…

4 dias atrás
  • Esporte

Cruzeiro é o sétimo clube do “Big 12 Brasil” comandado pelo técnico Tite

O acerto de Adenor Leonardo Bachi com o Cruzeiro torna o time celeste o sétimo…

5 dias atrás