Capital x Gama: o que há em comum na guinada dos finalistas do Candangão?

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O técnico Luiz Carlos Souza assumiu o Gama depois de uma derrota para o Brasiliense e está na final. Foto: Filipe Fonseca/SEG


Parafraseando a canção Eduardo e Mônica, de Renato Russo, quem um dia irá dizer que não existe razão nas coisas feitas pelo futebol? Quem irá dizer que existe razão? O Brasiliense “ressuscitou” Capital e Gama! Ambos são protagonistas da final inédita do Candangão depois de juntarem os cacos, respectivamente, após eliminação e derota para o Jacaré. Demitiram técnicos depois dos resultados, contrataram substitutos, entraram nos trilhos e decidirão o título neste sábado, às 16h, no Estádio Mané Garrincha. O campeão receberá R$ 1,2 milhão e o vice, R$ 400 mil.

 

O Capital foi eliminado pelo Brasiliense na segunda fase da Copa Verde. Perdeu nos pênaltis no jogo único disputado no Serejão, em Taguatinga. O presidente Godofredo Gonçalves não tolerou a queda no torneio regional e demitiu à época  o técnico Paulinho Kobayashi. 

 

A contratação de Marcelo Cabo transformou o Capital. O treinador classificou o time para a segunda fase da Copa do Brasil contra a Portuguesa-RJ, despachou o Porto Velho-RO na segunda e terminou a primeira fase do torneio doméstico em segundo na classificação geral com direito a goleada por 4 x 0 no Brasiliense sob nova direção no Estádio JK.  Passou pelo atual campeão Ceilândia nas semifinais e decidirá o título pelo segundo ano consecutivo, agora contra o Gama — recordista de títulos. 

 

Coincidentemente, o Alviverde também trocou de treinador depois de uma derrota para o Brasiliense. O time amargou revés de 2 x 0 no Serejão e optou por mudar a comissão técnica. Glauber Ramos deu lugar a Luiz Carlos Souza. Ele é o assistente Victor Santana ressuscitaram o time na estreia no cargo, última rodada da primeira fase ao arrancar empate por 0 x 0 com o Capital, O Gama chegou às semifinais e fez uma partida perfeita no confronto de ida com o Brasiliense: 3 x 0 no Bezerrão, 0 x 0 na volta só Serejão e vaga confirmada na finalíssima.

 

Irônico, o Candangão premia candidato ao título que trocaram de técnico após derrotas consideradas “inaceitáveis” para o Brasiliense. Enquanto isso, a diretoria amarela avaliava positivamente o trabalho de Luiz Carlos Winck e o sustentava no emprego mesmo depois da derrota por 3 x 0 para o Gama no primeiro duelo da semifinal. A melhor campanha na primeira fase, a possibilidade de eliminar o Goiás na Copa Verde e virar a série contra o Gama nos últimos jogos do ano blindaram o trabalho.

 

No fim, quem mudou de técnico fará a final do Candangão. Capital e Gama também estão classificados para a Copa Verde, a Copa do Brasil e a Série D do Campeonato Brasileiro na temporada de 2026. Quem tudo queria, termina o ano em março sem nada. O Brasiliense venceu batalhas contra o Capital na Copa Verde e o Gama na primeira fase do Candangão. Derrubou “generais”, mas perdeu a guerra justamente para os dois concorrentes que aparentavam terra arrasada após combates.

 

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