Campeão da Série B no Mané Garrincha, Botafogo pode conquistar A no Nilton Santos

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O Botafogo esteve perto de celebrar o título no Beira-Rio, a casa do Internacional. Foto: Vitor Silva/Botafogo

 

Tem coisas (boas) que só acontecem com o Botafogo. Sim, o campeão da Libertadores poderia ter encerrado o jejum de 29 anos no Campeonato Brasileiro no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, mas algo mágico deve estar reservado para o Glorioso no último capítulo da Série A — e explico a partir de agora aos supersticiosos de plantão.

 

Em 2015, o Botafogo conquistou o título da Série B do Campeonato Brasileiro em uma arena batizada com o nome do maior ídolo do clube: Mané Garrincha. O time comandado à época por Ricardo Gomes derrotou o ABC-RN por 2 x 1, em Brasília, e festejou a conquista dentro da principal arena da capital federal.

 

Eis que o mundo dá voltas e o Botafogo pode ser campeão neste domingo no estádio com nome de outro ídolo: Nilton Santos. Nove anos depois, o time depende de um ponto contra o São Paulo para encerrar a abstinência iniciada depois da glória de 1995 assinada pela equipe de Túlio Maravilha, Donizete, Sergio Manoel e o técnico Paulo Autuori.

 

Botafogo e Palmeiras estão de parabéns. O Flamengo também. Vamos por partes. Quatro dias depois do esforço hercúleo na decisão da Libertadores contra o Atlético-MG com um jogador a menos desde os 30 segundos do primeiro tempo, o Glorioso jogou como campeão diante do melhor time do segundo turno. Que golaço do Savarino.

 

Botafogo celebra Série B 2015 no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Foto: Ed Alves/CB/D.A Press

 

O título parecia encaminhado com a vitória parcial do Cruzeiro, mas o Palmeiras, como diz o hino, sabe ser brasileiro e não desiste nunca. Quanto o torcedor alvinegro preparava-se para soltar a playlist com o hino do clube, Estêvão decreta a virada alviverde no Mineirão com uma obra-prima em cobrança de falta. O menino de 17 anos assinou gol de placa simplesmente diante do Cássio, um dos goleiros mais experientes do país.

 

O Botafogo depende de um ponto contra o São Paulo na última rodada no estádio Nilton Santos. Ao Palmeiras, resta a obrigação de vencer o Fluminense no Allianz Parque e torcer por derrota do Glorioso para o tricolor paulista no Rio de Janeiro. A combinação daria o tri ao Palmeiras e a trupe de Abel Ferreira igualaria justamente o feito do São Paulo. O tricolor paulista é o único campeão em três anos consecutivos na era dos pontos corridos. Empilhou taças no período de 2006 a 2008. A torcida do São Paulo aceitaria isso?

 

Abel Ferreira acha que não. “O Botafogo joga em casa na última rodada e vocês sabem como é o futebol brasileiro”, insinuou o técnico do Palmeiras durante a entrevista coletiva pós-jogo no Mineirão.  Para um bom entendedor, meia palavra basta…

 

Aqui entra o Flamengo. O time de Filipe Luís é um exemplo a ser seguido na última rodada. A equipe rubro-negra foi incitada a entregar o jogo para o Internacional na 37ª jornada para prejudicar o Botafogo e venceu por 3 x 2 no Maracanã. Torcedores picharam o muro da Gávea pedindo para o time entregar para o Criciúma e complicar a vida do Fluminense. A equipe rubro-negra derrotou o adversário catarinense por 3 x 0 no Heriberto Hulse.

 

Portanto, que Fluminense e São Paulo comportem-se com a grandeza do Flamengo na última rodada sem olhar a quem podem prejudicar ou beneficiar na última rodada. O São Paulo perdeu para o Juventude porque o time de Caxias do Sul luta contra o rebaixamento e foi valente. Qualquer comportamento diferente é manipulação de resultado e deve ser punido severamente pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Simples assim.

 

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