Herói do primeiro título da história da seleção principal de Portugal, o técnico Fernando Santos dá uma entrevista bacana na edição deste domingo do diário A Bola. Sem medo de ser sincero, avisa aos torcedores lusitanos que não pretende mudar seus conceitos depois da épica conquista no Stade de France ao derrotar os donos da casa por 1 x 0. Os patrícios levaram o título com três empates na primeira fase e apenas uma vitória no tempo normal na etapa de mata-mata. Dois triunfos foram na prorrogação e outro na decisão por pênaltis.
“Não vou mudar nada. Se as pessoas acham que, por Portugal ser campeão da Europa, vou mudar a minha forma de pensar, desenganem-se. Se os meus jogadores acham que, por sermos campeões da Europa, vamos ser artistas de espetáculo, desenganem-se. Não sou pago para dar nenhum espetáculo”, avisa em entrevista aos colegas Carlos Arias e Rogério Azevedo.
O treinador chuta o futebol arte para escanteio e assume que a ordem é ser competitivo, é vencer. “Comigo, Portugal vai sempre jogar para vencer, não vai jogar para dar espetáculo. Se puder dar espetáculo dá espetáculo, mas não me peçam para trocar o ganhar pelo espetáculo, porque eu não sou capaz”, reconhece Fernando Santos.
Sobre a polêmica entrevista de Antônio Simões, jogador de Portugal na Copa do Mundo de 1966, com críticas ao papel de Cristiano Ronaldo como líder da seleção na Eurocopa, Fernando Santos rebate: “Sou muito amigo de Antônio, mas não concordo em absoluto com o que ele disse. O que aconteceu com o Cristiano Ronaldo é o que acontece com qualquer ser humano. Ele é capitão, exemplo, fonte de inspiração para os colegas. Ali não apareceu o melhor do mundo, apareceu foi este Cristiano e este é o verdadeiro exemplo”, defende.
Sobre as intromissões de Cristiano Ronaldo em seu trabalho, Fernando Santos diz: “Foi um grande capitão. Dizem que ele me empurrava… Estávamos nos últimos minutos do jogo e a única coisa que ele me dizia era: ‘Mister, já ganhamos, já ganhamos”, conta.
Sobre o gol do herói improvável Éder, Fernando Santos brinca. “Se me perguntarem se eu sabia que o Éder ia marcar, digo que não sabia. Não sou bruxo. Agora, ele me disse que ia marcar”, conta.