Cabeça de CPI no Senado, Romário jogou em time da Traffic nos Estados Unidos e até fez elogios a empresa de J.Hawilla

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Romário enche a bola da Traffic: revista Placar de junho de 2006

Imagem: reprodução/Placar

O senador Romário conseguiu assinaturas para instaurar a CPI da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), mas já teve negócios com uma empresa investigada pelo FBI. Quando era jogador, o Baixinho assinou um contrato com a Traffic Sports, empresa de marketing esportivo cujo dono é o empresário José Hawilla, citado na operação FifaGate deflagrada na última última quarta-feira pela Polícia Federal dos EUA.

Em 2006, Romário defendia o Vasco. Na época, ainda buscava o milésimo gol na carreira quando recebeu convite do então presidente da Traffic Group nos Estados Unidos, Julio César Mariz, para defender o Miami FC, clube da United Soccer Leagues (USL). Sumido de São Januário há 14 dias, apareceu de repente na sede do clube cruz-maltino para comunicar ao mandatário Eurico Miranda que estava de malas prontas para jogar na terra do Tio Sam. O acerto ocorreu no luxuoso restaurante Varanda Grill, na região dos Jardins, em São Paulo, com Julio Mariz. Ao fechar com o Miami FC, Romário juntou-se ao também tetracampeão mundial Zinho.

Em junho de 2006, Romário falou ao jornal El Nuevo Herald, de Miami, sobre a vida nos Estados Unidos. E elogiou a Traffic. “Não vim pelo dinheiro. Até não queria sair do Rio, mas decidi porque gosto muito de Miami. Aqui se fala espanhol, o clima é bom e o pessoal da Traffic Sports é brasileiro”. A declaração foi reproduzida em uma matéria da revista Placar sobre a vida do jogador eleito melhor do mundo em 1994 sobre a saída dele do Vasco.

J.Hawilla é acusado de pagar propina a dois ex-presidentes da CBF — Ricardo Teixeira e José Maria Marin, em troca de privilégios na disputa por direitos de transmissão. Preso na Suíça, Marin é um dos alvos prediletos de Romário, que, em momento algum, cita o nome do dono da Traffic. “Corruptos e ladrões que fazem mal ao futebol foram presos, inclusive José Maria Marin. Ladrão tem que ir para cadeia. Parabéns ao FBI (Polícia Federal norte-americana). Infelizmente, não foi a gente (polícia brasileira) quem prendeu”, afirmou na última quarta-feira, em audiência pública na Comissão de Educação do Senado que debate a situação do futebol feminino no país.

Ronaldo

Fundado por J.Hawilla, o Miami FC, onde atuaou Romário, virou recentemente Fort Lauderdale Strikers. O time atua na segunda divisão do futebol norte-americano e tem como sócio o ex-jogador Ronaldo. Na equipe do Fenômeno atua o ex-lateral direito do Flamengo, Leonardo Moura. Ronaldo teria sido convencido por Hawilla a aplicar dinheiro no futebol dos Estados Unidos.

Citados pelo FBI no FifaGate, Hawilla se dispôs a devolver US$ 151 milhões (R$ 450 milhões) adquiridos de forma ilícita nas negociações envolvendo direitos de transmissões de campeonatos como Copa América e a Copa do Brasil. Réu confesso, assumiu, em dezembro passado, culpa por extorsão, conspiração por fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça. Atualmente, o empresário detém total ou parcialmente por meio de Traffic os direitos de transmissão e patrocínio de várias competições.