Ednaldo Ednaldo Rodrigues continuará dono da bola na CBF de março de 2026 a março de 2030. Foto: Luís Figueiredo/CBF O presidente da CBF Ednaldo Rodrigues está com a bola, mas não sabe o que fazer com ela. Foto: CBF

Cabeça de chapa única, Ednaldo Rodrigues será reeleito presidente da CBF

Publicado em Esporte

Como diria o locutor de A Voz do Brasil, “Em Brasília, 19 horas”. Fim do jogo político nos bastidores. Ednaldo Rodrigues será candidato único nas eleições da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no próximo dia 24, a partir das 10h, na sede da entidade, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

 

O prazo final para a inscrição de chapas expirou no início da noite desta quarta-feira. O edital publicado no último domingo informava o prazo de cinco dias antes da realização do pleito. Pré-candidato, Ronaldo desistiu. Possível adversário de Ednaldo Rodrigues, Reinaldo Carneiro Bastos abriu as portas da Federação Paulista de Futebol para ouvir o Fenômeno, ficou neutro, cogitou lançar candidatura, mas continuará na vice-presidência. Depois de arranjos, desarranjos e rearranjos, o cartório fechou sem adversários.

 

O blog apurou durante o dia a formação da chapa vitoriosa. Uma fonte confirmou nome por nome às 18h28. O elenco estava fechado. A batalha nos bastidores era fortíssima, com influência de alguns figurões dos três poderes na capital do país, como mostram articulações publicadas aqui desde o ano passado.  O dirigente da federação mais forte e rica do pais é um dos oito suplentes de Ednaldo Rodrigues na chapa “Por um Futebol Mais Inclusivo e Sem Discriminação de Qualquer Natureza”. Além Reinaldo Bastos, são vices Ricardo Nonato Macedo de Lima (Federação Baiana de Futebol), Gustavo Oliveira Vieira (Espírito Santo), Ednailson Leite Rozenha (Amazonas), Antônio Roberto Rodrigues Góes da Silva (Amapá), Leomar de Melo Quintanilha (Tocantins), Rubens Renato Angelotti (Santa Catarina) e o único não dirigente na lista: Gustavo Dias Henrique, diretor de relações institucionais da CBF.

 

Gustavo Henrique mora no Distrito Federal e ocupou cargos no GDF na Terracap, no papel de diretoria de habitação e regularização fundiária, e foi presidente da Biotic S.A, um braço da Terracap. No ano passado, ele tornou-se um importante aliado de Ednaldo Rodrigues na luta pela permanência no cargo depois do fogo amigo de ex-dirigentes da CBF para derrubá-lo do cargo, inclusive no relançamento da sucursal da CBF em Brasília.

 

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Dos 27 presidentes de federação, apenas uma é mulher: Michelle Ramalho. Embora o nome da chapa seja “Por um Futebol Mais Inclusivo e Sem Discriminação de Qualquer Natureza”, a mandatária da Federação Paraibana de Futebol não consta no time de oito vices para a próxima gestão, cujo auge será a realização da Copa do Mundo Feminina, em 2027, no Brasil. Ednaldo Rodrigues é o primeiro presidente negro na história da CBF. Perdeu a chance de dar mais um passado levando a primeira mulher à vice-presidência. Ela estava sentada ao lado de Ednaldo Rodrigues na convocação de Dorival Júnior para os jogos do Brasil contra Colômbia e Argentina no início do mês. A outra mulher no colégio eleitoral de 67 votantes é Leila Pereira, presidente do Palmeiras.

 

A nova chapa de Ednaldo Rodrigues troca seis nomes em relação ao grupo vitorioso na eleição de 2022. Sairão de cena Antônio Aquino Lopes, Fernando Sarney, Francisco Noveletto, Hélio Cury, Marcus Vicente e Rubens Lopes. Os remanescentes serão ntônio Roberto Rodrigues Góes da Silva e Reinaldo Carneiro Bastos.

 

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Afastado da presidência da CBF no fim de 2023 depois de um imbróglio jurídico, reconduzido ao cargo por uma liminar do STF e consolidado no cargo depois de um acordo jurídico com dirigentes que se mobilizaram contra ele no Tribunal de Justiça do Rio, Ednaldo Rodrigues conseguiu a adesão das 27 federações. Cada uma delas tem Peso 3 no colégio eleitora. Portanto, 81 pontos. As entidades, por si só, o elegem.

 

Dos 20 clubes da Série A com poder de voto, 14 fecharam com Ednaldo Rodrigues, inclusive o dono da SAF do Botafogo, John Textor. Os outros 12 são: Palmeiras, São Paulo, Inter, Grêmio, Juventude, Atlético-MG, Cruzeiro, Vasco, Bahia, Sport, Vitória e Ceará. Cada clube da elite tem Peso 2. Entre os times da Série B, 13 apoiam a reeleição para o quadriênio de 2024 a 2030.

 

Ednaldo Rodrigues falou sobre o processo eleitoral em entrevista à CBF TV. “Foi uma união democrática, um processo eleitoral que segue um rito estabelecido pela Fifa, Conmebol e CBF, dentro do seu estatuto, e para o qual tivemos significativas subscrições. Foram 27 federações e também 13 clubes da Série A e 13 clubes da Série B. Com isso, a gente vai procurar fazer um mandato que busque cada vez mais o fomento do futebol brasileiro, lutando pela purificação desse futebol e pela inclusão social e principalmente no combate ao racismo e a todo tipo de discriminação”, afirmou.

 

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