O esforço é grande, mas o tempo ficou curto para consertar danos e entregar perfeição. A Seleção Brasileira dificilmente terá um gramado de Copa no amistoso de domingo contra o Chile, às 10h30, no Mané Garrincha, na despedida do elenco de Pia Sundhage do Brasil antes do embarque para o Mundial na Austrália e na Nova Zelândia. Padrão Fifa, mesmo, provavelmente a partir da estreia contra o Panamá, em 24 de julho, no Hindmarsh Stadium, em Adelaide. Os outros compromissos na fase de grupos serão no Lang Park, em Brisbane, contra a França (29/7); e no Melbourne Rectangular Stadium, no duelo com a Jamaica (2/8).
A razão é a sequência de shows realizados no campo do principal estádio da capital do país neste ano. Antes de receber a Seleção, o campo de jogo do Mané Garrincha foi endereço de oito apresentações musicais. O setor norte é o mais prejudicado pelo monta-desmonta de palcos para as apresentações. O deficit de iluminação natural naquele pedaço do terreno é outro velho motivo do perrengue para consolidar o padrão de excelência.
Conciliar futebol e eventos faz parte do controverso conceito de arenas multiuso. O combo virou mantra desde a inauguração dos estádios erguidos, há 10 anos, para torneios como a Copa das Confederações e a Copa do Mundo. Consequentemente, a qualidade do piso nas competições disputadas no futebol brasileiro virou tema de reclamações recorrentes nas entrevistas de jogadores e técnicos.
A insatisfação é enorme nos torneios masculino e feminino em praticamente todas as divisões organizadas pela CBF. Arenas como Mineirão, em Belo Horizonte, e Castelão, em Fortaleza, são constantemente bombardeadas devido ao estado do gramado.
O piso do Mané Garrincha recebeu recentemente aplicação de sementes de inverno. Houve, ainda, uma espécie de “recapeamento” no setor norte. A superfície sofreu o impacto dos shows e da sombra nessa época do ano. Há condição de jogo no domingo, claro, mas também corrida insana contra o relógio para o piso evoluir visualmente depois dos reparos a toque de caixa.
Em Brasília, a Seleção realizará apenas um treino antes do amistoso contra o Chile. A atividade está prevista justamente para o Mané Garrincha, no sábado, véspera da partida na capital do país. Até lá, a expectativa é estender um tapete verde minimamente aceitável para o desfile da turma da rainha Marta no ensaio e na aguardada matinê de domingo.
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