Carlos Alberto José Mourinho usou Carlos Alberto como parceiro de ataque de Derlei no título do Porto em 2004. Foto: Uefa José Mourinho usou Carlos Alberto como parceiro de ataque de Derlei no título do Porto em 2004. Foto: Uefa

Brasil pode ter dupla de ataque campeã da Champions League depois de 20 anos

Publicado em Esporte

A Uefa Champions League pode testemunhar a quebra de um tabu de 20 anos neste sábado na final entre Borussia Dortmund e Real Madrid, às 16h, no Estádio Wembley, em Londres, na capital da Inglaterra. A última vez que uma dupla de ataque titular formada por jogadores brasileiros conquistou o título aconteceu na temporada de 2003/2004.

 

O técnico português José Mourinho teve a sacação de escalar o meia carioca revelado pelo Fluminense Carlos Alberto como parceiro do paulista Derlei na campanha do bi do Porto. Carlos Alberto iniciou a campanha ao lado do sul-africano Benni McCarthy., mas a parceria final (em campo) rolou  com Derlei. Fora dele, ambos não eram tão parças. “Eles quase foram às vias de fato na véspera da final do Mundial de Clubes de 2004 contra o Once Caldas da Colômbia”, contou certa vez o atacante Ricardo Quaresma.

 

Na decisão do título na Arena AufSchalke, em Gelsenkirchen, na Alemanha, Carlos Alberto abriu o placar para o time lusitano nos 3 x 0 contra o Monaco. Foi o único, mas providencial gol de Carlos Alberto na campanha. Derlei contribuiu com três bolas na rede. Benni McCarthy anotou cinco. José Mourinho optou por Carlos Alberto no ataque — e não no meio de campo — para deixar Deco livre, leve e solto à frente atrás da dupla de ataque. O maestro ficava protegido por Costinha, Pedro Mendes e Maniche. Deco fez o segundo gol. Alenichev substituiu Carlos Alberto na etapa final e marcou o terceiro.

 

Vinte anos depois, o Real Madrid aposta em uma dupla de ataque brasileira na decisão contra o Borussia Dortmund. Vinicius Junior e Rodrygo tomaram conta da posição. Atrás deles, Bellingham, Toni Kroos, Valverde e Camavinga no meio de campo merengue.

 

O Real Madrid tem 127 gols na temporada 2023/2024. Vinicius Junior (23) e Rodrygo (17) marcaram juntos 40, ou seja, 31,5% da produção ofensiva. A química entre eles e a coragem de Carlo Ancelotti ao apostar nos brasileiros diminuiu os efeitos colaterais da saída do centroavante Benzema. Ambos deram conta do recado na campanha até a final.

 

Em tempos de festa junina, podemos dizer que Carlo Ancelotti é uma espécie de santo casamenteiro das duplas de ataque. Em 2003, levou o Milan ao título da Champions Legue com Shevchenko e Inzaghi. Conquistou a Europa novamente em 2007 improvisando Kaká ao lado de Inzaghi. O brasileiro foi artilheiro com 10 gols e eleito melhor jogador do mundo.

 

No último título pelo Real Madrid, apostou em Vinicius Junior e Benzema na frente contra o Liverpool, em 2022. Toda a regra tem exceção. O time espanhol tinha um trio de ataque na conquista de 2014 contra o Atlético de Madrid: Cristiano Ronaldo, Benzema e Bale.

 

A habilidade de Carlo Ancelotti para conectar dois atacantes vem do tempo de jogador. Ele era um dos carregadores de piano do Milan para a dupla de ataque holandesa formada por Rudi Gullit e Marco van Basten desequilibrar no bicampeonato europeu em 1989 e 1990.

 

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