O Botafogo também tem cabeça fria e coração quente. Um ano depois de perder o título para o Palmeiras em um confronto direto no estádio Nilton Santos, no Rio, por causa da cabeça quente e do coração frio, o time de Artur Jorge se comportou com a grandeza de quem é candidato a conquistar não somente a Série A, mas a Libertadores também no sábado contra o Atlético-MG no Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires.
A reação alvinegra no Allianz Parque tem dois protagonistas fora de campo. Um deles é o psicólogo de futebol profissional alvinegro Paulo Ribeiro. Quando a partida terminou em São Paulo, ele desabafou: “Essa é pra quem diz que sempre falta o lado mental. Ah, para com essa palhaçada. Quando a culpa não da preparação física, é do lado psicológico. Sempre tem um culpado”, afirmou um dos responsáveis pelos nervos de aço na decisão.
Dentro das quatro linhas, Artur Jorge usou a experiência de quem entendeu o trauma do ano passado. Domou a ansiedade do time. Em vez de entrar pilhado na casa do concorrente, o Botafogo usou a paciência como trunfo. Era obrigado a vencer, mas soube esperar o momento certo para dar o bote, picar o Palmeiras e envenenar o adversário.
Os antídotos surpreenderam Abel Ferreira. Quem esperava gol de Luiz Henrique, Almada ou Igor Jesus, viu o volante Gregore crescer pela segunda vez. O carregador de piano havia sido decisivo contra o Red Bull Bragantino, em Bragança Paulista. Voltou a fazer a diferença em São Paulo, dessa vez na residência do Palmeiras. Abriu o placar e encaminhou o triunfo.
3 vitórias, 1 empate e 4 derrotas tem o Botafogo contra o Palmeiras na Era SAF sob a gestão do empresário estadunidense John Textor
Se faltou inteligência emocional, o vilão alviverde chama-se Marcos Rocha. O lateral-direito agrediu Igor Jesus infantilmente e deixou o Palmeiras, que até então era samba de uma nota só na partida com excesso bolas para o menino Estêvão, com 10 jogadores. O Glorioso aproveitou-se rapidamente da fragilidade na assistência de Igor Jesus para Savarino ampliar. Remanescente do elenco do ano passado, o zagueiro Adyelson abriu 3 x 0. Richard Ríos diminuiu o placar tarde demais para o ex-líder do Campeonato Brasileiro.
Artur Jorge tem apenas um título no currículo: a Taça da Liga na temporada de 2023/2024 pelo modesto Sporting Braga na final contra o Estoril. Em 2022/2023, brindou o clube com a melhor campanha na história do Português ao cruzar a linha de chegada em terceiro lugar, atrás de Porto e Benfica e à frente do Sporting. Há oito meses no Botafogo, está prestes a bridar o time carioca com os dois títulos mais importantes da história do clube.
O fim do jejum de 29 anos no Campeonato Brasileiro está pendente de uma vitória e um empate. A festa pode começar neste sábado na final única contra o Atlético-MG no Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires. O Botafogo chega em alta. A crista do Galo está baixa depois da derrota para o Juventude e a série de 10 jogos consecutivos sem vencer.
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