52630159880_56d1bba05c_c Flamengo foi o primeiro gigante do país comandado por Mauricio Barbieri. Foto: Daniel Ramalho/Vasco Flamengo foi o primeiro gigante do país comandado por Mauricio Barbieri. Foto: Daniel Ramalho/Vasco

Barbieri x Demichelis: como o intercâmbio na Europa contribui com os técnicos de Vasco e River Plate

Publicado em Esporte

Engenheiros dos processos de reconstrução de dois clubes tradicionais da América do Sul, Mauricio Barbieri e Martín Demichelis fazem do intercâmbio na Europa parte do repertório para o sucesso em seus novos desafios profissionais. Com passagem pelo Porto em 2004 como aprendiz, o brasileiro comanda o Vasco contra o River Plate. Depois de uma era dourada sob a batuta de Marcelo Gallardo, os Millonarios iniciam um ciclo com outro técnico argentino promissor. Ambos duelarão no campo das ideias nesta terça-feira, às 21h30, em amistoso no Explora Stadium, a casa do Orlando City, franquia da Major League Soccer.

 

Mauricio Barbieri é uma bela escolha de um Vasco turbinado financeiramente pela entrada no mundo da Sociedade Anônima do Futebol. As passagens, principalmente, por Flamengo e Red Bull Bragantino deram milhagens ao jovem, competente e estudioso treinador.

 

Em 2004, Mauricio Barbieri colocou a mochila nas costas e teve o interesse de desvendar o que acontecia no Porto. O time lusitano era comandado à época por José Mourinho e o paulistano de 22 anos, estudante universitário à época na cidade portuguesa, foi até lá fazer um estágio supervisionada por José Guilherme. O clube conquistou tudo naquela temporada, inclusive a Champions League contra o Monaco e o Mundial de Clubes diante do Once Caldas. Mourinho começava a virar Special One. Marrento desde sempre, era pouco acessível.

 

“Muitos falam que eu trabalhei com o Mourinho, mas não foi isso. Eu trabalhei no Porto quando ele era o técnico do profissional. Não tive contato no dia a dia, mas lá eu aprendi muito com as ideias de jogo da equipe. Trabalhei com o José Guilherme, que é uma grande referência pra mim. Absorvi muito da filosofia que o clube tinha na época, que se estendia muito além do Mourinho. Sempre tento aplicar um pouco do que aprendi nos meus trabalhos”, disse Barbieri em mais de uma entrevista sobre o período de aprendizado no Porto.

 

Vice-campeão da Copa Sul-Americana em 2021 pelo Red Bull Bragantino e vice do Brasileirão em 2018 pelo Flamengo, Barbieri terá nas mãos um Vasco de volta ao mercado. As contratações do ótimo goleiro Ivan, do volante Jair e do centroavante Pedro Raul indicam um novo tempo em São Januário e as ideias para que o projeto comece a dar certo precisam partir da mente dele a partida do amistoso desta terça-feira diante do River Plate, em Orlando, nos Estados Unidos.

 

Quando o estudante universitário Mauricio Barbieri acumulava conhecimento no Porto, o então o contemporâneo e jovem zagueiro Martín Demichelis trocava Buenos Aires por Munique. Saiu em 2003 do River Plate para defender o Bayern de Munique. Vinte anos depois, retorna ao clube como jovem técnico. Demichelis tem 42 anos. Tocava o Bayern B. Assumiu a função em 2019, quando a equipe profissional era comandada pelo croata Niko Kovac. Na sequência viu Hansi Flick e Julian Nagelsmann passarem por lá antes de receber o convite para herdar a prancheta de Marcelo Gallardo. O antecessor acumulava sete temporadas no cargo.

 

Demichelis sabe que a pressão sobre ele é imensa comparada com a de Barbieri. “Eu me preparei durante cinco anos para ser treinador. Acumulei experiências na Espanha e na Alemanha, também treinei ano passado na Itália. Vou dedicar muito tempo a todos os titulares e reservas”, prometeu Demichelis na apresentação ao River Plate. Ele foi até sincerão ao dizer como deseja ver o River Plate nesta temporada. Posse de bola não lidera a lista de prioridades.

 

“Vou tentar dar solidez defensiva ao time, mas não vou negociar para ir para frente. Venho de uma cultura em que as transições fazem a diferença globalmente. Claro que sou um amante da bola, mas não dessa posse chata. Tentaremos ser o mais vertical possível, desde que o momento o indique. Às vezes, as pessoas ficam desesperadas por querer ir direto ao objetivo. Quando há um 4-5-1 ou um 4-4-2 muito baixo, é preciso mexer até encontrar os espaços e os momentos. É disso que se trata, que os jogadores, que são o mais importante, tomem as melhores decisões”.

 

A tomada de decisão do River Plate voltará a contar nesta temporada com um importante maestro. Peça-chave no Triplete do Galo em 2021, Nacho Fernández retornou ao clube para reassumir o protagonismo de dono do meio de campo do time argentino.

 

 

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