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As sete maravilhas da Europa: Guia do Campeonato Italiano 2025/2026

Publicado em Esporte

Bilhete aéreo escaneado! Pode entrar. Seja bem-vindo a bordo do blog para a sexta expedição da série As 7 Maravilhas da Europa. Depois de passar pelo Holandês, Português, Francês, Espanhol e o Inglês, o Campeonato Italiano está no plano de voo do dia. A Serie A, como é chamada a liga nacional, está de volta em uma ano importantíssimo para o futebol do país. A Squadra Azzurra irá à Copa de 2026 depois de duas ausências consecutivas na Rússia, em 2018, e no Catar, em 2026? Os tetracampeões não disputam a fase de mata-mata do Mundial desde a campanha do tetra em 2006. A seleção caiu na fase de grupos nas edições de 2010 e de 2014.

 

A nova temporada começa com duas referências. A primeira é o Napoli. O campeão da temporada passada inicia a defesa do título mais forte depois da contratação do meia belga De Bruyne. Se a máquina funcionou na temporada passada nas mãos do excelente técnico Antonio Conte, tem tudo para ficar melhor na caça ao bicampeonato consecutivo. O Napoli jamais conseguiu a dobradinha. Não é improvável em 2025/2026.

 

A outra referência é a Internazionale. O clube chegou a duas finais de Champions League em três temporadas sob o comando do técnico Simone Inzaghi. Perdeu o título para Manchester City e o Paris Saint-Germain, é verdade, mas despertou o futebol italiano. Mostrou à Europa e ao planeta bola que o os clubes da tradicional escola estão vivos. Milan, Juventus e concorrentes surpreendentes como a Atalanta são candidatos a surpreender.

 

Surpreendente é o desembarque de dois dos melhores meias do mundo no Italiano. Luka Modric e Kevin De Bruyne merecem tapete vermelho e a bênção do Papa Leão XIV. Ambos são como o vinho. Quanto mais velhos, melhores. Vão acrescentar muito não somente aos times do Milan e do Napoli, mas ao espetáculo de uma das ligas mais tradicionais e românticas do mundo.

 

E daí que não tem mais Maradona, Careca, Gullit, Van Basten, Roberto Baggio e outros nomes da velha guarda do Italiano? Quem viveu o auge do Italiano nas manhãs de domingo com Luciano do Valle, Silvio Luiz, Silvio Lancelotti e companhia na tela da Band não abre mão do Campeonato Italiano na hora do almoço acompanhado de uma excelente macarronada da mamma.

 

Benvenuta, Serie A!

 

E que a Itália esteja de volta à Copa no fim desta temporada. Faz falta!

 

10 MOTIVOS PARA VOCÊ NÃO PERDER

  

1. É proibido ser bi

O fim da hegemonia de nove temporadas consecutivas da Juventus, em 2020, iniciou uma escrita no Campeonato Italiano: nenhum campeão vigente consegue emplacar o bicampeonato. A Internazionale de Antonio Conte, o Milan de Stefano Pioli, o Napoli de Luciano Spalletti e a Internazionale de Simone Inzaghi foram reprovados nas tentativas. A vez é novamente do atual campeão Napoli sob o comando de Antonio Conte.

 

2. Maestria

Como deixar de assistir a um campeonato no qual desfilarão Luka Modric, eleito melhor do mundo em 2018; e Kevin De Bruyne. O croata escolheu ser o maestro do meio de campo do Milan, de Massimiliano Allegri. O belga, carrasco do Brasil nas quartas de final da Copa do Mundo da Rússia, virou o rei do pedaço no Napoli depois de 10 temporadas consecutivas vestindo a camisa azul do Manchester City. Sorte de Lukaku voltar a jogar com o parceiro.

 

3. Um pouquinho de Brasil…

Dos 608 jogadores inscritos no Campeonato Italiano, 399 são estrangeiros. O Brasil ocupa o quarto lugar no ranking dos fornecedores dos pés de obra com 16 representantes. Só fica atrás da França (33), da Espanha (27) e da Holanda (19). Dá para formar um time: Nicolas (Pisa); Wesley (Roma), Juan Jesus (Napoli), Bremer (Juventus) e Carlos Augusto (Inter); Éderson (Atalanta), Charlys (Hellas Verona) e Hernani (Parma); David Neres (Napoli), Giovane (Hellas Verona) e Luis Henrique (Internazionale).

 

4. Pouquinho, mesmo…

Dezesseis jogadores brasileiros no Campeonato Italiano é a a menor quantidade no século, ou seja, a contar da temporada 2000/2001. O retorno repentino do volante Arthur ao Brasil para defender o Grêmio esvaziou mais um pouquinho a lista verde-amarela. O jogador disputaria mais uma temporada com a camisa da Juventus, mas preferiu retornar tricolor gaúcho na tentativa de recuperar o tempo perdido por uma vaga na Seleção para a Copa de 2026.

 

5. Virei técnico

O Campeonato Italiano é um achados e perdidos de jogadores aposentados. Cesc Fàbregas é o dono da prancheta do Como.  Lembra do Patrick Vieira? O único técnico negro da Série A lidera o Genoa. Christian Chivu herdou o cargo de Simone Inzaghi na Internazionale. Igor Tudor lidera a Juventus. A gestão do vestiário do Pisa pertence a Alberto Gilardino. Fabio Grosso, autor de gol histórico da Itália na semifinal da Copa de 2006, escala o Sassuolo.

 

6, Artilharia

G,oleador isolado da temporada passada com 25 gols, Mateo Retegui trocou a a Atalanta pelos petrodólares do Al-Qadsiah da Arábia Saudita. O clube investiu A  milhões de euros para arrancar o ítalo-argentino de 26 anos do Italiano. A sucessão tem ótimos candidatos. Moise Kean (Fiorentina) é um deles. Há candidatos como Thuram e Lautaro Martínez (Internazionale), Lookman (Atalanta), Orsolini (Bologna) e outros astros.

 

7. Instabilidade

Veja se isso lembra algum campeonato que você conhece: dos 20 treinadores da primeira divisão do Campeonato Italiano, apenas seis têm mais de um ano de trabalho.  O mais estável da turma resiste bravamente no cargo há apenas 1 ano e dois meses: Fabio Grosso comanda o Sassuolo.  Simone Inzaghi comandava a Internazionale desde 2021/2022, mas aceitou oferta irrecusável de R$ 126 milhões por ano para liderar o Al-Hilal da Arábia Saudita.

 

8. Taticamente falando…

Se você é fã dos sistemas de jogo com três zagueiros, o Campeonato Italiano é o lugar perfeito para estudá-lo. Dos 20 candidatos ao título nesta temporada, 11 utilizam o modelo variando entre os 3-5-2, 3-4-3, 3-4-1-2 ou 3-4-2-1. Há um pouco de legado da Internazionale. Vice-campeão da Champions League nas edições de 2023 contra o Manchester City e de 2025 diante do PSG, a trupe de Milão jogava assim com Inzaghi e continua às ordens de Chivu.

 

9. O melhor ataque é a defesa

Atual campeão, o Napoli não teve o melhor ataque na edição passada. Longe disso.  Os 59 gols deixaram o time na sexta posição no ranking dos ataques mais positivos, atrás da Internazionale (79), da Atalanta (78), do Milan (61), da Lazio (61) e da Fiorentina (60). Em contrapartida, conquistou o título ostentando a melhor defesa com 27 gols sofridos.  A vice-campeã Internazionale foi vazada 35 vezes.

 

10. Posse que nada…

O Campeonato Italiano também costuma contrariar a tese de que o campeão precisa ter posse de bola. Vamos à frieza dos números. A Internazionale concluiu a temporada passada com a melhor média: 59,7%. Atrás dela aparecem Bologna, Juventus, Atalanta, Lazio, Como e o campeão Napoli na sétima posição com 54,6%. Portanto, nem sempre ter a pelota nos pés por mais tempo é atalho para o sucesso na Serie A ou em qualquer outra liga.

 

Campeonato Italiano

Período: 23/8/2025 a 24/5/2026

Clubes: 20

Jogadores: 653

Estrangeiros: 150 (43%)

Média de idade: 27,5 anos

Investimento em contratações: € 1,006,235,000

Quem mais gastou: Juventus, € 118 milhões

Vagas na Liga dos Campeões: 4

Quem transmite: ESPN e Star+

 

Como foi na temporada 2024/2025

Campeão: Napoli, 82 pontos

Vagas para Liga dos Campeões: Napoli, Internazionale, Atalanta e Juventus

Vagas para Europa League: Roma e Bologna

Conference League: Fiorentina

Quem subiu: Sassuolo, Pisa e Cremonese

Quem desceu: Empoli, Venezia e Monza

Gols: 973 / Jogos: 380 / Média de gols: 2,56

Artilheiro: Mateo Retegui (Atlanta), 25 gols

Média de público: 30.842

Melhor média de público: Milan (71.544)

 

Os 20 candidatos ao título

Atual campeão, o Napoli tentará o primeiro bicampeonato em anos seguidos. Foto: SSC Napoli.it 

ATALANTA

Atalanta BC

Fundação: 1907

Título: não tem

Estádio: Atleti Azzurri D’Italia (26.562)

Time-base (3-4-2-1)

Carnesecchi;

Scalvini, Hien e Kossounou;

Bellanova, Éderson, De Roon e Zappacosta;

Ketelaere e Sulemana;

Scamacca

Técnico: Ivan Juric (Croácia)

Brasileiro: Éderson

 

BOLOGNA

Bologna FC

Fundação: 1909

Títulos: 7

Estádio: Renato Dall’Ara (38.279)

Time-base (4-2-3-1)

Skorupski;

De Silvestri, Vitik, Lucumi e Lykogiannis;

Ferguson e Freuler;

Orsolini, Odgaard e Cambiaghi;

Immobile

Técnico: Vincenzo Italiano

Brasileiro: não tem

 

CAGLIARI

Cagliari Calcio

Fundação: 1920

Título: 1

Estádio: Unipol Domus (16.416)

Time-base (4-3-3)

Caprile;

Zappa, Mina, Luperto e Obert;

Deiola, Prati e Adopo;

Luvumbo, Foloruhsho e Esposito

Técnico: Fabio Piscane

Brasileiro: não tem

 

COMO

Como 1907

Fundação: 1907

Título: não tem

Estádio: Giuseppe Sinigaglia (13.602)

Time-base (4-3-3)

Butez;

Vojvoda, Galdaniga, Kempf e Valle;

Paz, Perrone e Lucas Da Cunha;

Addai, Douvikas e Rodriguez

Técnico: Cesc Fàbregas (Espanha)

Brasileiro: Henrique Menk e Felipe Jack

 

CREMONESE

Cremonese

Fundação: 1903

Título: não tem

Estádio: Giovanni Zinni (20.641)

Time-base (3-5-2)

Audero;

Terracciano, Bashirotto e Bianchetti;

Zerbin, Collocolo, Bondo, Grassi e Pezzella;

Bonazzoli e Okereke

Técnico: Davide Nicola

Brasileiro: não tem

 

FIORENTINA

ACF Fiorentina

Fundação: 1926

Títulos: 2

Estádio: Artemio Franchi (43.147)

Time-base (3-5-2)

De Gea;

Comuzzo, Pogracic e Ranieri;

Dodô, Sohm, Fagioli, Ndour e Gosens;

Gudmundsson e Kean

Técnico: Stéfano Pioli

Brasileiro: Dodô

 

GENOA

Genoa CFC

Fundação: 1893

Títulos: 9

Estádio: Luigi Ferraris (36.599)

Time-base (4-2-3-1)

Leali;

Norton-Cuffy, Marcandalli, Vasquez e Martin;

Masini e Frendrup;

Carboni, Stanciu e Gronbaek;

Colombo

Técnico: Patrick Vieira (França)

Brasileiro: Junior Messias

 

HELLAS VERONA

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Fundação: 1903

Título: 1

Estádio: Stadio Marc’Antonio Bentegodi (39.371)

Time-base (3-5-2)

Montipò;

Núñez, Ebosse e Frese;

Oyegoke, Serdar, Bernede, Niasse e Bradaric;

Giovane e Mosquera

Técnico: Paolo Zanetti

Brasileiro: Charles e Giovane

 

INTERNAZIONALE

FC Internazionale Milano

Fundação: 1908

Títulos: 20

Estádio: Giuseppe Meazza (80.018)

Time-base (3-5-2)

Sommer;

Pavard, Acerbi e Bastoni;

Luis Henrique, Barella, Çalhanoglu, Mkhitaryan e Dimarco;

Thuram e Lautaro Martínez

Técnico: Christian Chivu (Romênia)

Brasileiro: Carlos Augusto e Luis Henrique

 

JUVENTUS

Juventus

Fundação: 1897

Títulos: 36

Estádio: Allianz Stadium (41.475)

Time-base (3-4-2-1)

Di Gregorio;

João Mario, Kalulu, Bremer e Cambiaso;

Locatelli e Thuram;

Conceição, Nico González e Yldiz;

Jonathan David

Técnico: Igor Tudor (Croácia)

Brasileiro: Bremer

 

LAZIO

SS Lazio

Fundação: 1900

Títulos: 2

Estádio: Olímpico (70.634)

Time-base (4-3-3)

Provedel;

Marusic, Gila, Povstgaard e Tavares;

Guendouzi, Rovella e Dele-Bashiru;

Cancellieri, Castellanos e Zaccagni

Técnico: Maurizio Sarri

Brasileiro: não tem

 

LECCE

US Lecce

Fundação: 1908

Título: não tem

Estádio: Via del Mare (31.533)

Time-base (4-3-3)

Falcone;

Kouassi, Gaspar, Tiago Gabriel e Gallo;

Coulibaly, Pierret e Berisha;

N’Dri, Camarda e Morente

Técnico: Eusebio de Francesco

Brasileiro: Danilo Veiga

 

MILAN

AC Milan

Fundação: 1899

Títulos: 19

Estádio: Giuseppe Meazza (80.018)

Time-base (4-3-3)

Maignan;

Alex Jiménez, Tomori, De Winter e Estupinan;

Jashari e Ricci;

Pulisic, Modric e Rafael Leão

SAnti Giménez

Técnico: Massimiliano Allegri

Brasileiro: não tem

 

NAPOLI

SSC Napoli

Fundação: 1926

Títulos: 4

Estádio: San Paolo (60.240)

Time-base (4-3-3)

Meret;

Di Lorenzo, Buongiorno, Baukema e Gutiérrez;

McTominay, Lobotka e De Bruyne

Politano, Lukaku e Noa Lang

Técnico: Antonio Conte

Brasileiro: Juan Jesus e David Neres

 

PARMA

Parma

Fundação: 1913

Títulos: 3

Estádio: Ennio Tardini (22.352)

Time-base (3-5-2)

Suzuki;

Circati, Ndiaye e Valenti;

Delprato, Bernabè, Keita, Ordonez e Valeri;

Pellegrino e Benedyczak

Técnico: Carlos Cuesta (Espanha)

Brasileiro: Hernani

 

PISA

Pisa

Fundação: 1909

Títulos: 3

Estádio: Arena Garibaldi (12.508)

Time-base (3-4-2-1)

Semper;

Calabresi, Caracciolo e Canestrelli;

Touré, Marin, Aebischer e Angori;

Tramoni e Moreo;

Lind

Técnico: Alberto Gilardino

Brasileiros: Nicolas e Emanuel  Lusuardi

 

ROMA

AS Roma

Fundação: 1927

Títulos: 3

Estádio: Olímpico (70.634)

Time-base (3-4-1-2)

Svilar;

Ndicka, Mancini e Hermoso;

Wesley, Koné, El Aynoui e Angeliño;

Dybala

Ferguson e Davbyk

Técnico: Gian Piero Gasperini

Brasileiro: Wesley

 

SASSUOLO

US Sassuolo Calcio

Fundação: 1920

Título: não tem

Estádio: Città del Tricolore (21.584)

Time-base (4-3-3)

Turati;

Walukiewicz, Romagna, Muharemovic e Doig;

Koné, Boloca e Lipani;

Berardi, Pinamonti e Larienté

Técnico: Fabio Grosso

Brasileiro: Ruan

 

TORINO

Torino FC

Fundação: 1906

Títulos: 7

Estádio: Olímpico Grande Torino (27.958)

Time-base (4-3-3)

Israel;

Pedersen, Maripan, Coco e Biraghi;

Gineltis, Ilkhan e Casadei;

Vlasic, Simeone e Nogonge

Técnico: Marco Baroni

Brasileiro: não tem

 

UDINESE

Udinese Calcio

Fundação: 1896

Título: não tem

Estádio: Friuli-Dacia Arena (25.144)

Time-base (3-5-2)

Sava;

Palma, Kristensen e Solet;

Ehizibue, Atta, Karlström, Lovric e Kamara;

Davis e Bravo

Técnico: Kosta Runjaik (Alemanha)

Brasileiro: não tem

 

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