Avião no pátio. O aeroporto Charles de Gaule dá boas-vindas à série “As 7 Maravilhas da Europa” do blog Drible de Corpo. Depois das turnês pelo Holandês e o Português, estamos na França — o palco da Ligue 1. Na terceira das sete apresentações da temporada 2025/2026 das principais ligas nacionais do Velho Continente, fazemos check-in, deixamos as malas no hotel e vamos aos 18 clubes candidatos ao título para ajudar o técnico Carlo Ancelotti a montar a Seleção Brasileira. Por sinal, o treinador conhece muito bem o Campeonato Francês. Levou o PSG ao título em 2012/2013.
Para início de conversa, é possível formar uma linha de defesa inteira com jogadores brasileiros inscritos na Ligue. Vanderson na lateral direita, Lucas Beraldo, Marquinhos e Alex Ribeiro na zaga, além de Caio Henrique na lateral-esquerda. Uma bela linha de cinco. Falta o goleiro, obviamente. Motivo: há escassez de jogadores nascidos no Brasil na Ligue 1. São apenas 10 nesta temporada. Não dá um time. Além do quinteto, Igor Paixão, Otávio, Abner, Igor Silva e o veterano Dante estão em ação por lá.
Senegal (28 jogadores), Marrocos (22) e a Costa do Marfim (20) são os principais fornecedores de pés de obra do Campeonato Francês. Portugal e Mali fecham o G5. O Brasil ocupa o 12º lugar no ranking. Perde, por exemplo, para as tradicionais Inglaterra e Espanha.
Nem sempre foi assim. Houve protagonismo verde-amarelo na Ligue 1, O atacante Sonny Anderson foi artilheiro três vezes do Francês nas temporadas de 1995/1996, 1999/2000 e em 2000/2001 pelo Monaco na primeira vez e com a camisa do Lyon nas outras duas. Nenê, atualmente no Juventude, também foi goleador em 2011/2012 ao lado de Olivier Giroud. Juninho Pernambuco estabeleceu a era dourada do Lyon no heptacampeonato no papel de maestro do meio de campo.
O Campeonato Francês não é o melhor campeonato nacional do mundo, mas a Ligue 1 ostenta o melhor time do planeta. O PSG defende os títulos da Copa da França, do Campeonato Francês, da Champions League e da Supercopa da Uefa depois de uma temporada perfeita. A competição não oferece desfile de craques no tapete vermelho como a Premier League e LaLiga, mas pode testemunhar Dembélé sentar-se no trono e receber o cetro e a coroa em breve na Bola de Ouro, o evento de gala promovido pela revista France Football desde 1956.
Bienvenue, Ligue 1!
10 MOTIVOS PARA NÃO PERDER
1. Onde joga o melhor
O Paris Saint-Germain conquistou a Copa da França, o Campeonato Francês, a Champions League, a Supercopa da Uefa e foi vice-campeão da Copa do Mundo de Clubes da Fifa na temporada de 2024/2025. Só o Chelsea conseguiu deter o timaço comandado pelo técnico espanhol Luis Enrique. Portanto, é impossível não deixar de dar uma espiadinha no melhor time do mundo.
2. Saída para as laterais
A Seleção Brasileira segue à caça de soluções para as posições mais carentes: as laterais. O Monaco oferece ao técnico Carlo Ancelotti o direito Vanderson e o esquerdo Caio Henrique. O Lyon tem na vitrine o canhoto Abner Vinícius. Igor Silva é multitarefas. Joga em uma linha de três beques no Lorient, mas também sabe fazer o papel de lateral ou ala-esquerdo.
3. Zagueiros
O Campeonato Francês disponibiliza o capitão Marquinhos e o aprendiz Lucas Beraldo no Paris Saint-Germain. Oferece, ainda, Alex Ribeiro, titular do Brasil na última data Fifa contra o Equador, em Guayaquil, e o Paraguai, na Neo Química Arena. Tem até beque do trágico 7 x 1 empregado na LIgue 1. Dante inicia mais uma temporada do Campeonato Francês pelo Nice.
4. Hegemonia…
Atual tricampeão francês, o Paris Saint-Germain cobiça igualar a incrível série do Lyon. De 2002 a 2008, o concorrente empilhou sete conquistas consecutivas na Ligue 1 na era Juninho Pernambucano. O time mais rico do país acumula quatro. Faltam mais três para igualar a série. A tendência é de que o time liderado por Luis Enrique nade novamente de braçada nesta temporada.
5. … ameaçada
O Paris FC está de volta à primeira divisão do Campeonato Francês depois de 46 anos. Durante esse tempo todo, a Cidade Luz teve somente um representante na elite, justamente o arquirrival PSG. Os clássicos entre os vizinhos serão uma atração à parte no campeonato. A distância entre os estádios dos dois clubes é de apenas 100 m. O time tem como mecenas o ricaço Bernard Jean Étienne Arnault.
6. Intrusos
O Qatar Sports Investmets (QSI) assume o Paris Saint-Germain em outubro de 2011. De lá para cá, o time só deixou o título nacional escapar três vezes: Montpellier, Lille e Monaco ousaram furar a bolha. O PSG foi empilhando troféus até quebrar os recordes do rebaixado Saint-Étienne e do Olympique de Marselha, cuja abstinência dura 15 anos, e abrir três conquistas de folga.
7. Olho neles
O Monaco investiu em dois craques nesta temporada: contratou Ansu Fati e aposta no renascimento do volante Paul Pogba, campeão da Copa do Mundo de 2018 como um dos astros do meio de campo do técnico Didier Deschamps. Cotado até para jogar no Brasil com a camisa do Corinthians, Pogba cumpriu suspensão por causa de doping e desembarcou gratuitamente no Principado.
8. Artilheiro
O gabonês Pierre-Emerick Aubameyang é a maior novidade do Olympique de Marselha para sair da fila de 15 anos. O último título do clube no Campeonato Francês foi na temporada de 2009/2010. Vice-artilheiro da temporada passada no Campeonato Holandês, Igor Paixão é a a outra aposta ofensiva do técnico italiano De Zerbi na tentativa de desbancar o todo-poderoso PSG nesta temporada.
9. Show do milhão
Acredite se quiser! O Paris Saint-Germain não é o campeão de investimento em contratações nesta temporada. Ninguém gastou mais do que o Lyon. O time despejou 134 milhões de euros no mercado de verão do futebol europeu. Em seguida aparece o PSG com 120 milhões de euros. Na sequéncia, Olympique de Marselha (85) e Monaco (61).
10. Reforços
O zagueiro ucraniano Illya Borysovych Zabarnyi é o jogador mais caro da janela de transferências do Campeonato Francês. O jogador de 22 anos custou 63 milhões de euros ao Paris Saint-Germain, pagos ao Bournemouth. O clube também consumiu 40 milhões na aquisição do goleiro Chevalier para o lugar do italiano Donnarumma. Dois brasileiros estão no top 5. Igor Paixão, ex-Feyernoord, custou 30 milhões de euros ao Olympique de Marselha; e o Paris FC transferiu 17 milhões de euros ao Porto para ter Otávio.
CAMPEONATO FRANCÊS
Período: 15/8/2025 a 16/5/2026
Clubes: 18
Jogadores: 500
Estrangeiros: 313 (62,6%)
Média de idade: 25 anos
Investimento em contratações: € 506,5 milhões
Quem mais gastou: Paris Saint-Germain, € 185.9 milhões
Vagas na Liga dos Campeões: 3
Quem transmite: Cazé TV
COMO FOI NA TEMPORADA 2024/2025
Campeão: PSG
Vaga para Liga dos Campeões: PSG, Marselha, Monaco e Nice
Vagas para Europa Liga: Lille e Lyon
Conference League: Strasbourg
Quem subiu: Lorient, Paris FC e Metz
Quem desceu: Montpellier, Saint-Étienne e Reims
Gols: 911 / Jogos: 306 / Média de gols: 2,98
Artilheiro: Dembélé (PSG) e Greenwood (Marselha), 21 gols
Média de público: 27.840 pagantes
Melhor média de público: Olympique de Marselha (63.553)
OS 18 CANDIDATOS AO TÍTULO

ANGERS
Fundação: 1919
Títulos: não tem
Estádio: Raymond Kopa (19.800)
Time-base (3-4-2-1)
Koffi;
Arcus, Camara e Lefort;
Raolisoa, Belkebla, Belkhdim e Hanin
Mouton e Cherif
Lepaul
Técnico: Alexandre Dujeux
Brasileiro: não tem
AUXERRE
Fundação: 1905
Títulos: 1
Estádio: l-Abbé Deschamps (18.541)
Time-base (5-4-1)
León;
Senaya, Osho, Sierralta, Akpa e Mansah;
Casimir, Owusu, Danois e Osman;
Sinayoko
Técnico: Christophe Pélissier
Brasileiro: não tem
BREST

Fundação: 1950
Títulos: não tem
Estádio: Francis Le-Blé (15.931)
Time-base (4-3-3)
Majecki;
Lala, Chardonnet, Cardinal e Locko;
Doumbia, Melou e Magnetti;
Del Castillo, Ajorque e Baldé
Técnico: Eric Roy
Brasileiro: não tem
LE HAVRE
Fundação: 1872
Título: não tem
Estádio: Océane (25.178)
Time-base (4-1-4-1)
Diaw;
Sangante, Seko, Lloris e Zouaoui;
Kinkoue;
Namli, Ebonog, Ndiaye e Kechta;
Soumaré
Técnico: Didier Digard
Brasileiro: não tem
LENS
Fundação: 1906
Título: não tem
Estádio: Bollaert-Delelis (38.223)
Time-base (3-4-2-1)
Risser;
Baidoo, Sarr e Udol;
Aguilar, Thomasson, Andy Diouf e Daiver Machado
Técnico: Pierre Sage
Brasileiro: não tem
LILLE

Fundação: 1944
Títulos: 5
Estádio: Pierre-Mauroy (50.186)
Time-base (4-2-3-1)
Özer;
Touré, Ngoy, Alex Ribeiro e Perraud;
Mukau e Benjamin André;
Broholm, Haraldsson e Felix Correia;
Olivier Giroud
Técnico: Bruno Genesio
Brasileiros: Alex Ribeiro
LORIENT
Fundação: 1926
Título: 1
Estádio: Moustoir (18.970)
Time-base (3-4-3)
Kamara;
Formose Mendy, Talbi e Igor Silva;
Joel Mvuka, Ebong, Abergel e Kousassi;
Tosin, Bamba e Pagis
Técnico: Olivier Pantaloni
Brasileiro: Igor Silva
LYON

Fundação: 1950
Títulos: 7
Estádio: Groupama Stadium (58.000)
Time-base (4-2-3-1)
Descamps;
Kumbedi, Clinton Mata, Niakhaté e Abner Vinícius;
Morton e Tessmann;
Ainsley Maitland-Niles, Tolisso e Fofana;
Mikautadze
Técnico: Paulo Fonseca (Portugal)
Brasileiros: Abner Vinicius
MARSELHA

Fundação: 1899
Títulos: 9
Estádio: Vélodrome (67.394)
Time-base (3-2-4-1)
Rulli;
Egan-Riley, Balerdi e Kondogbia;
Hojbjerg e Angel Gomes;
Greenwood, Rabiot, Murillo e Rowe;
Gouiri
Técnico: Roberto De Zerbi (Itália)
Brasileiro: Igor Paixão
METZ

Fundação: 1932
Títulos: 1
Estádio: Stade Saint-Symphorien (25.636)
Time-base (5-3-2)
Fischer;
Kouso, Sané, Gbamin, Mboula e Tsitaishvili;
Boubacar Traoré, Stambouli e Deminguet;
Madjo e Sabaly
Técnico: Stephane Le Mignan
Brasileiros: não tem
MONACO

Fundação: 1924
Títulos: 8
Estádio: Louis II (18.521)
Time-base (3-4-2-1)
Hrádecký;
Vanderson, Dier, Mawissa e Carlos Henrique;
Lamine Camara e Zakaria;
Akliouche, Minamino e Golovin;
Biereth
Técnico: Adolf Hütter (Áustria)
Brasileiros: Vanderson e Caio Henrique
NANTES

Fundação: 1943
Títulos: 8
Estádio: De La Beaujoire Louis-Fonteneau (37.473)
Time-base (4-1-4-1)
Anthony Lopes;
Amian, Awaziem, Tati e Cozza;
Hyeok-Kyu Kwon;
Benhattab, Leroux, Lepenant e Behereba Guirassy
Mostafa Mohamed
Técnico: José Costa (Portugal)
Brasileiros: não tem
NICE

Fundação: 1904
Títulos: 4
Estádio: Allianz Riviera (35.624)
Time-base (3-4-2-1)
Yehvann Diouf;
Antoine Mendy, Bah e Oppong;
Clauss, Boudaoui, Louchet e Bard;
Bouanani e Jansson;
Moffi
Técnico: Franck Haise
Brasileiro: Dante
PARIS FC
Fundação: 1969
Títulos: 4
Estádio: Stade Jean-Bouin (20.000)
Time-base (3-4-2-1)
Nkambadio;
Chergui, Mbow, Kolodziejczak e Sangui;
Kebbal, Doucet, Maxime López e Moses Simon;
Krasso e Hamel
Técnico: Alexandre Dujeux
Brasileiro: Otávio
PARIS SAINT-GERMAIN

Fundação: 1970
Títulos: 13
Estádio: Parque dos Príncipes (47.428)
Time-base (4-3-3)
Chevalier;
Hakimi, Marquinhos, Pacho e Nuno Mendes;
João Neves, Vitinha e Fabián Ruiz;
Doué, Dembélé e Kvaratskhelia
Técnico: Luis Enrique (Espanha)
Brasileiros: Renato Marin, Marquinhos e Lucas Beraldo
RENNES

Fundação: 1901
Título: não tem
Estádio: Roazhon Park (29.778)
Time-base (5-3-2)
Brice Samba;
Frankowski, Boudlal, Jacquet Rouault e Merlin;
Rieder, Rongler e Seko Fofana;
Tamari e Meite
Técnico: Habib Beye (Senegal)
Brasileiro: não tem
STRASBOURG

Fundação: 1906
Título: não tem
Estádio: Stade de La Meinau (29.371)
Time-base (5-3-2)
Penders;
Amo-Ameyaw, Mwanga, Hogsberg, Sarr e Ouattara;
Lemaréchal, Mourabet e Barco;
Emegha e Panichelli
Técnico: Lian Rosenior
Brasileiro: não tem
TOULOUSE

Fundação: 1962
Título: não tem
Estádio: Stadium de Toulouse (22.000)
Time-base (3-4-3)
Restes;
Sidibé, Cresswell e McKenzie;
Dannum, Canvot, Sauer e Methalie;
Edjouma, Magri e Gboho
Técnico: Carles Martínez (Espanha)
Brasileiro: não tem
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