“A vaidade é, definitivamente, o meu pecado predileto”, afirma John Milton, personagem interpretado por Al Pacino na cena final do filme Advogado do Diabo (1997). Gabriel Barbosa, o Gabigol, alcançou no Flamengo um patamar semelhante ao de Cristiano Ronaldo no Real Madrid e comportou-se como o português na conquista do último título com a camisa rubro-negra. Atraiu a atenção para si no momento da festa de 40 milhões de rubro-negros. Qualquer semelhança com um procedimento de Cristiano Ronaldo é mera coincidência.
Em 26 de maio de 2018, o jogador eleito cinco vezes melhor do mundo anunciou a saída do clube espanhol no gramado do Estádio Olímpico de Kiev, na Ucrânia. Surpreendeu a todos, até mesmo o presidente Florentino Pérez depois da vitória por 3 x 1 contra o Liverpool na conquista da Liga dos Campeões da Europa.
“Foi muito bonito jogar no Real Madrid, nos próximos dias darei uma resposta aos torcedores, estes sim que sempre estiveram ao meu lado”, disparou Cristiano Ronaldo enquanto jogadores e torcedores celebravam mais um olimpo na Champions League.
Perplexo com a velocidade do posicionamento de Cristiano Ronaldo, o presidente do Real, Florentino Pérez, fez um discurso protocolar à época. “Minha relação com Cristiano é boa. Todo mundo tem o direito de falar. Aqui, o importante é o clube. O mais importante é que celebremos esta Champions”, disse o dirigente.
Paralelamente, o capitão Sergio Ramos tentava apagar o incêndio dentro do gramado em plena celebração do título continental. “Se existe algo a mais (nessas afirmações) é ele que terá que esclarecer. É uma peça-chave da equipe e não estaria em nenhum lugar melhor que aqui”, afirmou o zagueiro. Cristiano Ronaldo saiu do Real e acertou com a Juventus.
Autor de dois dos quatro gols do Flamengo no placar agregado da conquista do Flamengo por 4 x 1 contra o Atlético-MG na Copa do Brasil, Gabigol e o estafe dele seguem o script de Cristiano Ronaldo. Raphael Claus nem bem havia apitado o fim do jogo na Arena MRV e o atacante soltou a bomba dentro do gramado sem dar tempo de reação à diretoria.
“Foi minha última final. Não vou ficar no Flamengo”, disse em entrevista ao SporTV.
Cristiano Ronaldo saiu chateado com a diretoria do Real Madrid. Gabigol também.
“Não fico no Flamengo, nesses últimos anos houve negociações, o presidente, a diretoria, apertou minha mão, do meu pai, da minha mãe, e depois aconteceram coisas que eu realmente não gostei. Sempre soube das coisas pelo podcast, nunca pessoalmente. Falei com Marcos Braz para ficar por dois, três anos, mas nunca houve proposta”, afirmou.
Paralelamente, o portal GE anunciava o acerto do Cruzeiro com Gabigol para a temporada de 2025. O blog apurou que o time mineiro não confirma devido ao episódio de Dudu. Em junho, a Raposa chegou a oficializar acordo com o ídolo do Palmeiras e o negócio não foi sacramentado por causa da desistência do meia-atacante alviverde.
Cristiano Ronaldo joga muito mais bola do que Gabigol, óbvio, mas uma característica os iguala: a vaidade. Àquela altura, o português achou-se maior do que o Real Madrid. A essa altura, Gabriel Barbosa sente-se maior do que o Flamengo a ponto de comportar-se como aquele seu amigo que bate palma no meio de uma festa que não é somente dele e manda parar o som a fim de anunciar algo relativo exclusivamente a ele?
Gabigol e o Flamengo tinham diversos motivos para lavar roupa suja acumulada há seis anos. O gramado da Arena MRV não era o melhor local para isso antes de o clube receber a Copa do Brasil no gramado. Prevaleceu o coração ressentido do ídolo pela contratação de Tite, a perda da camisa 10, a mudança de plano da diretoria na renovação e de um presidente Rodolfo Landim magoado com o desrespeito ao exame antidoping, o uso da camisa do Corinthians na folga e outras tantas indisciplinas abafadas no Ninho do Urubu.
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