O destino do Gama na Série D do Campeonato Brasileiro entregue a Ricardo Colbachini, ex-auxiliar de Lisca, como contou o blog na terça-feira e a um assistente com formação no Centro Técnico de Coverciano — a escola de técnicos italianos.
Aos 44 anos, o ex-atacante Adaílton Martins Bolzan, artilheiro isolado do Mundial Sub-20 de 1997, na Malásia, formado pelo Juventude e com passagem por Parma, Paris Saint-Germain, Genoa e Bologna, fez intercâmbios com Carlo Ancelotti, Cesar Prandelli, Filippo Inzaghi, Gian Piero Gasperini e outras grifes do país europeu.
Adailton voltou ao Brasil neste ano com uma ideia fixa na cabeça. Depois de anos morando na Itália, decidiu abraçar de vez a profissão de treinador. Paciente, topou a experiência de auxiliar Ricardo Colbachini no Gama. Não deixa de ser uma readaptação ao futebol nacional em um clube pé-quente. Alexi Stival, o Cuca, foi técnico alviverde. Caio Júnior, Estevam Soares e outros tantos treinadores do país aprenderam com os perrengues do futebol candango.
A contribuição de Adailton a Colbachini e ao Gama tem tudo para ser enorme. O ex-jogador era craque. Consequentemente, tem tudo para oferecer boas resenhas ao jovem elenco. Acumula 15 anos de experiência na Europa como jogador e técnico aprendiz.
Os cursos de Coverciano são reconhecidos pela Uefa. Apresentam métodos diferentes de trabalho na comparação, por exemplo, com o curso da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Estágios com Cesar Prandelli, ex-técnico da Itália e da Fiorentina faz parte do pacote de aprendizado acumulado, desde 2014, o no Velho Continente. Há dois anos, trabalhou justamente em uma Série D à frente do Vigor Carpaneto na quarta divisão italiana.
Amigo do técnico do Fluminense, Roger Machado, Adailton fez intercâmbio no Chievo com Roger Machado. Havia acabado de se aposentar no Juventude. Assim como Colbachini, trabalhou com Lisca “doido”. O acumulo de conhecimento deu visão ampla dentro e fora das quatro linhas a Adailton. Ele já conhecia o campo. Fora dele, aprendeu com os mentores a administrar grupos e, principalmente, a guerra de vaidade dos vestiários.
Adailton fez parte de uma geração talentosa, ambiciosa e com seus orgulhos. A Seleção Brasileira Sub-20 do Mundial da Malásia, em 1997, tinha, entre outros, o lateral-esquerdo Athirson, o meia Pedrinho, o centroavante Fernandão, o meia Alex, hoje técnico sub-20 do São Paulo, o goleiro Helton e o atacante Roni. Adailton vestia a camisa 11. Foi o artilheiro não somente do time, mas da competição com 10 gols, seis deles nos 10 x 3 contra a Coreia do Sul (assista ao vídeo). A marca de seis gols foi quebrada recentemente pelo fenômeno Haaland, autor de nove bolas na rede em uma partida do Mundial Sub-20 de 2019.
O Brasil chegou às quartas de final, mas foi eliminado pela Argentina. Um timaço que tinha Samuel, Cambiasso, Riquelme, Aimar, Placente e um baita técnico chamado José Pekermann. Adailton conquistou a Chuteira de Ouro em 1997. Na Itália, foi vice-campeão da Série B com o Bologna na temporada 2007/2008. Foi vice-campeão romeno também, pelo Vaslui.
Na passagem pelo Paris Saint-Germain, fez parte de um elenco que tinha o goleiro Bernard Lama, o volante Aliou Cissé, o talentoso meia nigeriano Jay Jay Okocha e o bom centroavante italiano Marco Simone, camisa 9 do clube francês naquela temporada de 1998/1999.
Siga no Twitter: @mplimaDF
Siga no Instagram: @marcospaulolimadf