New Jersey (EUA) — Costumo dizer aos colegas mais próximos que todo time de soccer precisa ter uma kicker. Peguei emprestado o vocabulário do futebol americano em uma referência a um jogador capaz de chutar a bola com precisão quando o cenário da partida se apresenta difícil. O Ulsan, por exemplo, iniciou a derrota por 4 x 2 de virada para o Fluminense com uma linha de cinco na defesa, quatro no meio de campo e um atacante sem a bola. Quando tinha a posse, agredia em bando e causava desconforto ao tricolor.
Estava difícil fazer gol até surgir o tal do kicker. O juiz viu falta em Martinelli. O colombiano John Arias ajeitou a bola com tanto carinho que foi possível ver os aparelhos celulares da torcida do Fluminense formando um mosaico de câmeras focando no lance. O craque acertou o ângulo e entregou um artigo raro no soccer ao time de Renato Gaúcho.
O gol de falta de Arias é o terceiro nesta Copa do Mundo de Clubes da Fifa. Antes dele, marcaram Lionel Messi pelo Inter Miami contra o Porto, Bryan Gonzalez do Pachuca do México na derrota por 2 x 1 para o Red Bull Salzburg da Áustria na primeira rodada.
Ostentar um “kicker” no elenco destrava jogos. Arias é o símbolo da dedicação, da vontade de se aprimorar. Na zona mista, ele foi questionado pelo colega Valeika sobre a obra-prima no lance do primeiro gol tricolor no MetLife Stadium e respondeu assim:
“Nada é por acaso. Sou um cara que sempre tenta melhorar, ser o mais completo possível. Acredito que fiz um lindo gol, fruto de muitas horas depois do treino em que ficamos com alguns companheiros tentando melhorar essa batida de falta. Fui premiado e recompensado com um lindo gol, que nos deixou na vantagem. Para mim, particularmente, um gol muito significativo”, admitiu o craque do time depois do triunfo.
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O alto nível em uma vitrine como o torneio da Fifa preocupam o técnico Renato Gaúcho e o presidente Mario Bittencourt. “Espero que ele continue jogando dessa forma e nos ajudando. Renovou recentemente o contrato com o clube, deve ter multa, mas isso é com o presidente, não é comigo. O que eu tenho que fazer é procurar treiná-lo, dar conselhos, torcer para que continue jogando cada vez mais”, afirmou o técnico Renato Gaúcho.
“Ele tem nos ajudado bastante, é um grande profissional e um jogador muito querido no grupo. Tem feito a diferença não só aqui, mas lá no Brasil também. Da minha parte, espero que ele continue nesse nível para nos ajudar. Se por um acaso aparecer uma proposta, aí é com o Arias, o presidente e o empresário”, ponderou o comandante tricolor.
Arias jamais havia feito gol de falta. Nunca é tarde para começar em uma Copa do Mundo de Clubes. Sorte do técnico Renato Gaúcho desfrutar não somente dele, mas de um banco de reservas operário. Keno e Nonato saíram da reserva para mudar a história de uma partida que se apresentava difícil depois da inesperada virada do Ulsan.
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