O futebol do Distrito Federal vive no radar do Real Madrid, mas impressiona a lista de joias nascidas na capital com dificuldade na adaptação ao clube merengue. Os brasilienses amargam uma sina (para não dizer maldição) quando vestem a camisa branca.
Alípio e Reinier, por exemplo, sequer tiveram oportunidades no elenco profissional. Kaká desembarcou no clube com status de eleito melhor do mundo em 2007 e camisa 10 da Seleção, mas esteve aquém do padrão de excelência.
Atual representante do DF, Endrick tenta se firmar no elenco merengue. Mesmo amargando a reserva, entregou sete gols na temporada de 2024/25. Cinco na Copa do Rei da Espanha. Uma lesão atrapalhará o início de estação do jogador sob o comando de Xabi Alonso.
Nascido em 1982, o meia-atacante Alípio iniciou a carreira na Escolinha Dois Toques e se mandou para o futebol português. O Rio Ave abriu as portas das divisões de base do Real Madrid para ele em 2009. Passou pelos times C e B, porém não bateu a meta de chegar ao profissional. As lesões atrapalharam. Ele retornou a Portugal e deu sequência à carreira no Benfica antes de retornar ao país, em 2011, para defender o América-RN.
Alípio desembarcou na base do Real Madrid praticamente na mesma época do consagrado Kaká. Eleito melhor do mundo em 2007 depois de ser artilheiro da Champions League com 10 gols e de levar o clube italiano ao hepta na Champions League, o meia nascido no Gama sofreu com sucessivas lesões e foi praticamente escanteado pelo técnico José Mourinho.
Conhecido por exigir muita excelência física nos times por onde passa. A pubalgia frustrou o investimento de 67 milhões de euros e abreviou a passagem do craque pelo Real Madrid. Kaká marcou 29 gols em 120 jogos, ganhou um Espanhol e uma Copa do Rei, porém foi ofuscado o tempo inteiro por Cristiano Ronaldo devido aos problemas clínicos e físicos crônicos que o prejudicaram, inclusive, na Copa de 2010. Kaká jogou no sacrifício na África do Sul e teve o desempenho prejudicado pelas fortes dores.
“Jesus é o suficiente”: a canção que inspirou Pedro na vitória do Flamengo
Outra cria do DF, Reinier surfou na onda daquele Flamengo de 2019. Virou um dos xodós de Jorge Jesus. O técnico português até se aborreceu com a venda considerada precoce por ele à época por 30 milhões de euros.
Sem vaga no elenco principal para extracomunitários, Reinier não foi além do Real Madrid Castilla, pelo qual fez dois gols e deu uma assistência. Participou de uma partida do time principal na pré-temporada de 2019/20, mas o Borussia Dortmund o contratou por empréstimo. Girona, Frosinone e Granada também o levaram.
Endrick é a vítima da vez. O diamante brasiliense vendido pelo Palmeiras ao Real Madrid por 47,5 milhões de euros não acha espaço. A concorrência é grande: Vinicius Junior, Mbappé, Rodrygo e agora o queridinho das divisões de base Gonzalo García.
Lesão muscular na coxa o afastou da Copa do Mundo de Clubes da Fifa. Uma recaída divulgada pelo Real Madrid na edição desta terça-feira deixará Endrick fora dos gramados por 8 a 10 semanas. Consequentemente, o brasiliense vai para o fim da fila na concorrida disputa por posições: Vinicius Junior, Mbappé, Rodrygo, Brahim e Gonzalo García.
Endrick é jovem, tem apenas 18 anos, mas depende muito a essa altura do interesse de Xabi Alonso nele para emplacar a temporada de 2025/2026 no Real Madrid. Do contrário, arrisco apontar um empréstimo como solução imediata para ele jogar e reconquistar o técnico Carlo Ancelotti.
O italiano o conhece bem, mas é preciso reivindicar dentro de campo, na bola e fazendo gols uma vaga entre os 26 convocados para a Copa. João Pedro ficou gigante na Copa do Mundo de Clubes da Fifa. Kaio Jorge merece oportunidade. Simples assim. A disputa está crescendo e o tempo passando.
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