A disputa pelo projeto, construção, instalação e manutenção dos campos de jogo é uma Copa do Mundo à parte disputada bem longe dos holofotes. A exatamente quatro anos da próxima edição do principal torneio da Fifa, em 21 de novembro de 2022, uma empresa brasileira é responsável por mais da metade dos gramados que receberão jogos do Mundial do Catar. Contratada pelo Governo do Distrito Federal (GDF) para cuidar do piso do Mané Garrincha desde a inauguração da arena, em 2013, a Greenleaf assinou contrato para ser responsável por cinco campos da 22ª versão da Copa.
O blog apurou que, dos oito palcos das partidas no Catar, cinco fecharam com a firma carioca Al Wakra Suadiam, na cidade de Al Wakrah, Ahmed bin Ali Stadium (Al Rayyan), Qatar Foundation Stadium (Doha), Al-Bayt Stadium (Al Khor) e Al Thumama (Al Thumama). Além dos estádios, há acordos para a prestação de serviços em centros de treinamentos do país.
A empresa é a mesma que prestou serviços para a Fifa em 2014. Na época, era responsável pelos gramados do Maracanã, Mané Garrincha, Mineirão, Arena Pernambuco, Arena Fonte Nova, Arena Castelão e Arena da Amazônia. Fez também o projeto da Arena Corinthians. Atualmente, é responsável pelos campos do Mané Garrincha, Maracanã, Arena da Amazônia, Fonte Nova, Mineirão e Castelão.
O trabalho no Brasil teria encantado os xeques árabes. O blog tentou contato com a Greenleaf, mas a empresa não está autorizada a se pronunciar enquanto as arenas com as quais firmou contrato não forem inauguradas. Nesta semana, há representantes da firma no Catar.
A abertura do país áraba a empresas estrangeiras contrasta com o fechado mercado russo. Nenhum dos 12 estádios da Copa-2018 teve mão de obra brasileira. Apenas uma firma inglesa conseguiu acordo. A maioria dos estádios é zelada por estabelecimentos do próprio país. “A companhia SIS é a exceção. Todas as demais são russas”, contou ao blog durante o Mundial Vladmir Potapov, um dos responsáveis por supervisionar a qualidade dos gramados na Copa.
Segundo ele, a britânica SIS construiu os gramados do Luzhniki e do Spartak Stadium, ambos em Moscou, e das arenas de Krasnodar, Kazan, Rostov e Kaliningrado. A empresa trabalha para clientes como o Barcelona (Camp Nou) e o Real Madrid (Santiago Bernabéu).
Segundo Vladimir Potopov, os gramados das outras seis arenas da Copa tiveram zelo de firmas russas. A Protcion ficou com os campos de jogo de Volvogrado e Nizhniy Novgorod. A Bamard assumiu o estádio de Ecaterimburgo e São Petersburgo. O estádio de Saransk ficou com uma firma chamada Sportin e o gramado do Fusht Stadium, em Sochi, havia sido construído para os Jogos Olímpicos de Inverno de 2014. Portanto, já contava com uma manutenção própria.
O blog apurou que algumas empresas de fora até tentaram entrar na disputa, mas não concordaram com algumas obrigações. Uma delas, o repasse de 20% do faturamento no país.
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