A fartura de talento da França e a precisão na “bola parada” contra a Itália

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Atual vice-campeã mundial, a França é uma seleção sempre pronta para competir, mas não necessariamente conquistar títulos. A vitória por 3 x 1 contra a Itália no Giuseppe Meazza pela sexta rodada da Nations League é mais uma bela prova de força.

Didier Deschamps ganhou a partida em Milão sem Mbappé,Giroud, Kanté, Camavinga, Griezmann e Giroud, ambos aposentados da seleção. Podemos acrescentar ao pacote Tchouameni, Fofana, Badé e Dembélé. Mesmo assim, abriu 2 x 0 no primeiro tempo, viu a Itália diminuir o placar, mas continuou impondo um jogo tático, físico e cirúrgico em três finalizações de bola parada na casa da Squadra Azzurra. Os três lances cruciais partiram dos pés de Digne. Oportunista, Rabiot marcou duas vezes de cabeça no mesmo jogo e igualou o feito de Zidane na final da Copa do Mundo de 1998.

Chama a atenção a independência da França dos jogadores mais badalados. Em 2018, Deschamps deixou Karim Benzema fora da Copa do Mundo na Rússia e levou a seleção ao bicampeonato sem um dos astros do Real Madrid à época. Há dois anos, deixou o centroavante novamente fora da lista no Catar e decidiu o título contra a Argentina.

O técnico francês deixou Mbappé fora da convocação nesta Data Fifa. Empatou em casa por 0 x 0 com Israel, mas fez o time dar aula à Itália no San Siro. Sem o galático do Real Madrid, foi agressivo no ataque com Marcus Thuram e Muani. Atrás deles, Nkunku no sistema tático 4-3-1-2. A França também não contava com o suspenso Camavinga.

A fartura de talento da França impressiona. A força do conjunto também. O futebol coletivo faz quem assiste esquecer das ausências de Mbappé, Kanté, Griezmann, Giroud, Camavinga… A safra e a média de idade são excepcionais. A França iniciou o clássico contra a Itália com 26,8 anos.  Talento e fôlego suficiente para mais duas Copas do Mundo.

As conexões entre Digne e Rabiot são as provas de que a França não depende somente de Mbappé. Há repertório sem ele. O primeiro gol saiu de uma cobrança de escanteio de Digne na cabeça de Rabiot. Em outro lance de bola parada, Digne cobrou uma falta no ângulo de Vicario e contou com o azar dele. A bola bateu na trave e voltou nas costas do goleiro.

Quando a Itália ensaiava a reação, Digne foi novamente venenoso ao servir Rabiot em outra cobrança de falta para decretar a vitória gaulesa em Milão e assumir o primeiro lugar do grupo na Nations League. Há quem menospreze a continuidade do trabalho.

Deschamps comanda a França há 12 anos. Ganhou a Copa de 2018 e só. Foi vice em 2022 e caiu nas quartas em 2014. Não ganhou a Eurocopa em casa em 2016 nem fora nas edições de 2020 e de 2024. No entanto, tem respaldo para fazer e desfazer a seleção. Tem poder para convocar e deixar fora da lista quem quiser, mesmo que seja Kylian Mbappé.

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Marcos Paulo Lima

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