Ele ensinou Juninho Pernambucano a cobrar falta. É chamado pelo ex-meia, e hoje comentarista da Globo, de professor Moura. Nasceu aqui em Brasília, em 1964, no Hospital de Base. Morou no Guará, iniciou a carreira de jogador de futebol no time do Guará, mas começou a brilhar no extinto Tiradentes — campeão do Distrito Federal em 1988.
Artilheiro do Candangão por duas vezes, Carlos Moura Dourado, o Moura, 52, é um dos trunfos do América-RN no mata-mata com o Ceilândia pelas oitavas de final da Série D do Campeonato Brasileiro. Não mais como jogador, óbvio. Ele é gerente de futebol e auxiliar do técnico Leandro Campos. Nesta sexta-feira, às 21h, América e Ceilândia duelam na Arena das Dunas, em Natal, na partida de volta. A equipe potiguar venceu por 1 x 0 no Abadião. O alvinegro precisa vencer por dois gols de diferença ou por um para forçar os pênaltis.
Moura bateu um papo com o blog sobre a vida em Brasília, as duas vezes em que foi artilheiro do Candangão (1988 e 1989), a saída da cidade e as passagens por São José-SP, Sport, Cerezo Osaka, do Japão, Paysandu e América-RN. Ídolo do Mecão, Moura é funcionário do clube desde 1996. Aposentou-se em 2001 com a camisa do clube e orgulha-se de dizer: “Tenho 21 anos de casa”.
Matou a saudade de Brasília no jogo de ida?
Com certeza. Eu nasci aí, no Hospital de Base, em 17 de agosto de 1964. Meus pais são baianos de Correntina, chegaram aí em 1957, mas eu nasci no DF. Morei no Guará, comecei no futebol jogando no Guará. Eu sinto muita saudade de todo mundo. A minha família toda mora no Guará. Todos foram ao jogo lá no Abadião. Fiquei emocionado ao ver o meu pai (Seu Dourado) no estádio com 88 anos e a minha mãe, dona Neuzinha, de 85, torcendo por mim. Foi muita festa.
A vitória aqui em Brasília encaminhou a classificação para as quartas?
Conseguimos um bom resultado (1 x 0), mas o jogo de volta vai ser difícil. No futebol sempre tem aquele dia em que nada dá certo. Tomara que não seja contra o Ceilândia.
Além de gerente de futebol, você é auxiliar do técnico Leandro Campos e certamente foi quem passou as informações sobre o Ceilândia. Quem mais preocupa?
O Filipe Cirne é muito bom jogador. Nós precisamos ter cuidado com ele. A bola aérea forte e a zaga também. As outras informações são dos amigos que eu tenho aí. Mas, hoje, é muito fácil ter informações sobre os adversários. Tem internet, redes sociais, antigamente é que a gente conhecia o outro time na hora.
O Ceilândia dispensou o Romarinho, que estava na briga para ser o artilheiro do Brasil. Isso facilitou a vida do América-RN?
Soube que ele é oportunista, artilheiro, mas não o vi jogar. A informação que eu tive foi que ele acertou com o Brasiliense e o Ceilândia o dispensou por causa disso.
Alguma chance de voltar ao DF para ajudar algum time da cidade?
Estou em Natal há 21 anos. Eu sou muito querido aqui, a cidade, o clube, todos me abraçaram. Ganhei até o título de cidadão natalense. É muito tempo fora. Se eu voltasse para Brasília, teria de começar do zero.
Quais são as lembranças do futebol candango?
A maior delas é o título de 1988, o único na história do Tiradentes. Infelizmente, o time não existe mais. Fiquei sabendo que acabou, enfim, faz parte, é um ciclo. Tenho um carinho muito grande pelo Guará, foi onde eu comecei. O Mozair Barbosa foi meu treinador, é um dos amigos que eu fiz.
O Filipe Cirne é muito bom jogador. Nós precisamos ter cuidado com ele. O Ceilândia tem uma bola aérea forte e uma zaga arrumadinha
A vida foi dura no futebol candango?
Nascer em Brasília, virar jogador e sair daí para outros clubes é como acertar na loteria. Quando eu jogava aí, recebi várias propostas de emprego, mas para trabalhar em outros lugares, fora do futebol. Como eu fui artilheiro duas vezes do Candangão (16 gols em 1988 e 14 em 1989), chamei a atenção e deixei Brasília. Fui para o São José-SP (a pedido do técnico Emerson Leão), fui artilheiro do Campeonato Pernambucano pelo Sport em 1991 (26 gols), andei pelo Japão no Cerezo Osaka, passei pelo Paysandu e encerrei a carreira aqui no América-RN (foi um dos heróis do título da Copa do Nordeste de 1998 contra o Vitória).
Você jogou com o Juninho Pernambucano no Sport. Ele disse uma vez que aprendeu a bater falta com você, o professor Moura. Verdade?
Ele próprio revelou para o mundo (vídeo abaixo). Ele podia se espelhar em tantos batedores de falta famosos e teve a humildade de me agradecer e de falar que realmente se espelhou em mim.
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