Renato Augusto, Paulinho, Gil, Oscar… Os convocados na era Tite empregados na China estão em alerta. A bolha financeira do novo eldorado da bola estourou: se até 15 de agosto 13 dos 16 clubes da Superliga não quitarem suas dívidas de salários e/ou premiações com os jogadores serão impedidos pela federação de participar do campeonato nacional e das competições continentais na próxima temporada. As equipes foram notificadas por carta, em 11 de julho, tanto pela Federação Chinesa de Futebol (CFA) quanto pela Associação de Futebol da Ásia).
Apenas três times da primeira divisão não aparecem na lista do “SPC”: o lanterna Yanbian Fude, o 12º colocado Henan Jianye e o décimo, Guizhou Zicheng. Nennhum deles tem brasileiro no elenco. A crise financeira também afeta cinco clubes da segunda divisão e um da terceira do futebol chinês, totalizando 19 times. O escândalo estourou depois de os governantes chineses acusaram os clubes de queimar dinheiro em jogadores estrangeiros em vez de aplicar nas categorias de base. Há um plano estatal em desenvolvimento para estabelecer tetos salariais e limites de gastos para a compra de jogadores a fim de impedir investimentos considerados irracionais. A tendência é que a quantidade de estrangeiros por partida seja reduzida a três e os clubes sejam obrigados a aplicar mais recursos nas divisões de base.
A lista dos clubes endividados é grande. A começar pelo Shangai Shenhua. Na janela de transferências anterior, o clube arrancou o atacante argentino Carlitos Tévez do Boca Juniors com uma irrecusável proposta salarial de € 37,5 milhões de euros por ano. Jogadores como os brasileiros Oscar (€ 24,4 milhões) e Hulk (€ 20 milhões), ambos do Shangai SIGP, também recebem cifras assustados na China. Os dois times estão no SPC do futebol chinês.
Atualmente, a elite do Campeonato Chinês emprega 25 jogadores brasileiros. Na lista também estão Geuvânio e Hernanes, emprestados ao Flamengo e ao São Paulo, respectivamente. Além de convocáveis de Tite como Renato Augusto, Paulinho, Gil e Oscar, a liga chinesa tem nomes de peso como o belga Witsel, o português Ricardo Carvalho, os colombianos Guarín e Jackson Martínez, o marfinense Gervinho, os nigerianos Oba Oba Martins e Ideye, e a promessa camaronesa Bassogog, destaque dos Leões Indomáveis na Copa das Confederações.
O perrengue financeiro dos clubes chineses também pode afetar o mercado de treinadores. Luiz Felipe Scolari, por exemplo, comanda o Guangzhou Evergrande. A competição conta ainda com o italiano Fabio Capello (Jiangsu Suning), André Villas-Boas (Shangai SIGP), Manuel Pellegrini (Habel China Fortune), Felix Magath (Shandong Luneng), Fabio Cannavaro (Tianjin Quanjian), Roger Schmidt (Beijing Guoan) e Gregorio Manzano (Ghizhou Zicheng). Campeão das últimas seis temporadas, o Guangzhou Evergrande, de Luiz Felipe Scolari, paga € 7 milhões por ano a Paulinho e € 12,5 milhões ao colombiano Jackson Martínez.
NA LISTA DO SPC
Os 13 clubes da elite chinesa que devem salários e/ou premiações, e os brasileiros que podem ser afetados
Beijing Guoan – Renato Augusto e Ralf
Changchum Yatai – Marinho e Bruno Meneghel
Chongquing Lifan – Fernandinho, Hyuri e Alan Kardec
Guangzhou Evergande – Alan Carvalho, Ricardo Goulart, Muriqui e Paulinho
Guangzhou R&F – Renatinho e Júnior Urso
Hebei Fortune – Aloisio e Hernanes*
Jiangsu Suning – Ramires e Alex Teixeira
Liaoning FC – nenhum brasileiro
Shandong Luneng – Gil e Diego Tardelli
Shangai Shenhua – nenhum brasileiro
Shangai SIGP – Elkeson, Hulk e Oscar
Tianjing Quanjian – Alexandre Pato, Geuvânio** e Júnior Moraes
Tianjin Teda – nenhum brasileiro
*emprestado ao São Paulo
**emprestado ao Flamengo