10 pitacos do fim de semana sobre futebol candango, brasileiro e internacional

Publicado em Esporte

Foot1. Chapecobol

Nem Cucabol nem Zecabol. A liderança do Campeonato Brasileiro é do Mancinibol. Um levantamento do Footstats, na semana passada, mostrou que a Chapecoense é o time da Série A que mais cruza bola para a área em 2017 — incluindo toda as competições disputadas nesta temporada. Antes da rodada do fim de semana, a média era de 27,5 por partida. Resultado: um dos gols da Chapecoense na vitória sobre o Cruzeiro foi de cabeça. Wellington Paulista é um dos especialistas no assunto e balançou a rede pela terceira vez nesta edição.

Bolas aéreas à parte, Vagner Mancini faz um excelente trabalho na Chape. Talvez, o melhor dele na carreira. Está de parabéns. Ah, Vasco, Flamengo, Atlético-MG e São Paulo completam o top 5 dos times que mais cruzam bolas para área. O Palmeiras é o 10º entre 12 equipes pesquisadas.  O futebol catarinense lidera o Brasileirão pela nona vez na era dos pontos corridos. Figueirense (3 vezes em 2004), Criciúma (3 vezes em 2004) e Avaí (uma vez em 2010) foram os outros. A Chapecoense coleciona duas lideranças consecutivas em 2017.

O Cruzeiro precisa urgentemente aprender a jogar sem Arrascaeta. Para mim, esse é um dos motivos da derrota para a Chapecoense por 2 x 0, no Mineirão. Com ele, o time celeste tem aproveitamento de 77,3% na temporada. Sem ele, cai para 60%. Thiago Neves saiu vaiado. Injusto para quem acabou de voltar de contusão. Acho que ele sofreu pênalti não marcado. Mano Menezes precisa colocar a barba branca de molho.

 

  1. MandJôkic

Aposta do presidente Roberto de Andrade, Jô, chamado até de MandJôkic depois do golaço de sábado no clássico contra o Santos, é um dos responsáveis pela vice-liderança do Corinthians. Seis gols em seis clássicos consecutivos.  Impressionante o desempenho do centroavante em clássicos nesta temporada. Fabio Carille segue tirando leite de pedra em um elenco limitado. Qual é o limite do Timão neste Brasileirão? Sinceramente, não sei, mas o legado de Tite está sendo muito bem zelado pelo discípulo Carille.

 

  1. Supervalorizado é o…

Roger chamou Guerrero de supervalorizado antes do clássico entre Flamengo e Botafogo, em Volta Redonda. No empate por 0 x 0, ambos foram supervalorizados. Cada um deles teve a chamada bola do jogo nos pés. E falharam.  Para não ficar no muro, digo o seguinte: Guerrero é muito mais jogador do que Roger. Ponto. Lamentável um jogo como esse não ter um estádio, um gramado, à altura do investimento dos dois clubes. Até tem, é verdade, mas o Maracanã é cada vez mais inviável. Seis pontos em 12 possíveis é muito pouco para o Flamengo. Continuo achando o time de Zé Ricardo sem apetite para decidir jogos, se impor contra qualquer rival. O Botafogo soma sete pontos. De bom tamanho para quem não tem o elenco do Flamengo.

Mano a mano

Roger

  • 2016: 22 gols em 45 jogos
  • 2017: 6 gols em 23 jogos

Guerrero

  • 2016: 18 gols em 43 jogos
  • 2017: 13 gols em 22 jogos

 

  1. A fila está andando rápido demais

A Atlético-PR fez upgrade. Promoveu Paulo Autuori a executivo e contratou Eduardo Baptista. O Sport trocou Ney Franco por Vanderlei Luxemburgo. O Bahia perdeu Guto Ferreira para o Inter e estreia Jorginho nesta segunda-feira, contra o Atlético-GO. Petkovic, que era driretor e técnico do Vitória, se “demitiu” do cargo de treinador e fechou com Alexandre Gallo. Agora, é a vez do Santos. Com a queda de Dorival Júnior, são quatro trocas de técnico em apenas quatro rodadas. O técnico mais estável da Série A tinha 1 ano e 10 meses no cargo. O Santos é a síntese de um clube que não sabe o que quer na temporada. Dorival Júnior classificou o Peixe para as oitavas da Libertadores.  Avançou na Copa do Brasil. Foi eliminado nas quartas de final do Paulista? Verdade. Perdeu o clássico de sábado para o Corinthians? Também. Está próximo da zona do rebaixamento, tem três pontos em 12, mas sinceramente não vejo motivo para demissão. Marcelo Cabo, do Atético-GO, e Zé Ricardo, do Flamengo, passam a ser os técnicos mais estáveis da elite. Há um ano, Zé Ricardo era interino. Ah, o futebol brasileiro…

 

  1. Por falar em técnico…

Fiz as contas aqui. Ao perder para o Avaí, Vanderlei Luxemburgo completou sete jogos sem vencer no Campeonato Brasileiro. São seis antes da demissão do Cruzeiro em 2015 e uma diante do Avaí neste domingo. Incrível como a má fase do técnico mais vitorioso da história da Série A não termina. O Avaí não havia derrotado ninguém. Venceu logo o Sport.

Luxemburgo: sete jogos sem vencer no Brasileiro

  • 13/08/2015 – Joinville 3 x 0 Cruzeiro
  • 16/08/2015 – Cruzeiro 0 x 0 Internacional
  • 19/08/2015 – Palmeiras 2 x 1 Cruzeiro
  • 23/08/2015 – Corinthians 3 x 0 Cruzeiro
  • 26/08/2015 – Cruzeiro 2 x 3 Palmeiras
  • 30/08/2015 – Cruzeiro 0 x 1 Santos
  • 04/06/2017 – Avaí 1 x 0 Sport

 

  1. Poder de recuperação

O Fluminense sofreu dois baques grandes nesta temporada, mas reagiu muito bem a todos eles. Perdeu o título do Campeonato Carioca para o Flamengo e largou bem no Campeonato Brasileiro. Foi eliminado da Copa do Brasil pelo Grêmio e respondeu rapidamente com um bom triunfo sobre o Vitória. Uma das virtudes do excelente trabalho de Abel Braga é não perder o controle do elenco tricolor. E olha que não é fácil. Ele tem nas mãos o terceiro grupo mais jovem deste brasileiro. A média de idade é de 24 anos e 5 meses.

 

  1. Imprudência

Impressionante a quantidade de pênaltis cometidos pelo Vasco neste início de Campeonato Brasileiro: cinco em quatro rodadas. Ainda tenho as minhas dúvidas sobre o pênalti de Wellington em Pedro Geromel no primeiro gol do tricolor gaúcho. Jomar cometeu dois pênaltis. Jean, Gilberto e Wellington, os outros três. Na outra extremidade, o Fluminense. O clube das Laranjeiras tem quatro pênaltis marcados a favor. Henrique Dourado fez todos.  E o Grêmio, hein? Barrios tem 13 gols em 20 jogos pelo Grêmio em 2017. No período em que ficou no Palmeiras, contabilizou 12 bolas na rede em 43 partidas. E o Luan? Por que Tite não o convoca?

 

  1. Vivendo perigosamente

É terrível o início do Internacional na Série B. O aproveitamento de 41,7% é tenebroso. Semelhante a isso, só o começo do Coritiba, em 2010. O consolo? O Coxa voltou para a primeira divisão como campeão da segunda divisão. A sorte colorada é a seguinte: quando Guto Ferreira assume um time na Série B, dificilmente deixa de subir. Foi assim com a Ponte Preta, em 2014, e o Bahia, em 2016. O aproveitamento pessoal é de 62,8%.

 

  1. Melhor campanha da história

Ceilândia e Luziânia fazem a melhor campanha da história do futebol candango na Série D do Campeonato Brasileiro. Sete pontos em três jogos é excelente. Ambos lideram seus grupos. Bela vitória do Ceilândia sobre o Comercial-MS, por 3 x 1, dentro do Morenão, em Campo Grande. Quem fez um dos gols? Romarinho! Em casa, o Luziânia enfiou 5 x 0 no Sete de Dourados. Pelo andar da carruagem, dificilmente Ceilândia e Luziânia ficarão fora da próxima fase. Avançam os 17 primeiros de cada chave e os 15 melhores segundos colocados.

 

  1. Revolução bolivariana

Escrevi faz tempo aqui no blog que alguma coisa acontece na Venezuela. O país virou fornecedor de pés de obra. Otero está no Atlético-MG. Guerra joga no Palmeiras. Seijas faz parte do elenco da Chapecoense, líder do Campeonato Brasileiro. Nesta temporada, Tomás Rincón ganhou o Campeonato Italiano, a Copa do Rei e foi vice da Champions League com a camisa da Juventus. O Málaga começou uma partida contra o Real Madrid, no Santiago Bernabéu, com quatro venezuelanos titulares. Perdeu por 2  x 1, mas um venezuelano fez gol. Agora, o país que vive uma grave crise política, econômica e humanitária, acaba de chegar às semifinais do Mundial Sub-20 disputado na Coreia do Sul. Enfrentará o Uruguai nas semifinais. A Venezuela é o único país da América do Sul que jamais disputou a Copa. Mas ouso afirmar que, em breve, quebrará esse tabu. O aumento do número de países na Copa, a partir de 2026, também vai contribuir muito para o fim desse jejum.

 

  1. Acréscimos

Não, não esqueci a final da Champions League nos pitacos. O post sobre o título do Real Madrid foi publicado no sábado, mesmo, logo após a vitória merengue sobre a Juventus, por 4 x 1. Boa semana a todos!