Sabe quando seu clube revela aquele moleque promissor nas divisões de base e, em vez de usá-lo, empresta a terceiros, matando você de raiva? Adversária do Barcelona nesta quarta-feira, às 15h45, no Camp Nou, no duelo de volta das quartas de final da Liga dos Campeões da Europa, a Juventus, da Itália, tentou em vão dar “experiência” a um moleque formado nas canteras do clube catalão chamado Lionel Messi, em 2005. Fez até proposta com bola rolando a fim de levar o jogador de 18 anos e 2 meses para fazer um estágio em Turim.
O espertinho foi o técnico italiano Fabio Capello. Em 24 de agosto de 2005, o Barcelona convidou a Juventus para a disputa do tradicional Troféu Joan Gamper — amistoso em que o clube catalão apresenta o elenco para a nova temporada. À beira do campo, Capello ficou encantado com o baixinho que vestia a camisa 30 e fazia gato e sapato de nomes badalados da Velha Senhora, como Fabio Cannavaro e Patrick Viera (vídeo abaixo).
Fabio Capello contou em uma entrevista à radio Cadena SER, em 2014, quando era técnico da Rússia, que nem sequer esperou a partida acabar para convencer o clube catalão a emprestar Messi para a Juventus. “Quando vi Messi jogar, entendi que era um fora de série. Vi que Messi podia fazer coisas que outros não conseguem. Pedi a Rijkaard que cedesse Messi à Juventus. Em um momento no qual o jogo estava parado me aproximei de Frank Rijkaard e lhe disse: ‘Vocês não podem escalá-lo, porque têm três estrangeiros. Por que não o empresta para a Juventus durante um ano e logo volta para vocês?'”, propôs o treinador italiano.
O então técnico do Barcelona tratou logo de tirar os olhos grandes da Juventus do jogador que seria eleito cinco vezes melhor do mundo e se tornaria o maior artilheiro da história do Barcelona. “Rijkaard me respondeu: ‘Vamos esclarecer a situação em três ou quatro meses, não posso fazer isso”, contou Fabio Capello. O Barça tentava agilizar os trâmites para que Lionel Messi jogasse como jogador comunitário.
O resultado do Troféu Joan Gamper de 2005? Ah, sim, foi 2 x 2 no tempo normal — gols de Iniesta (assistência de Messi) e de Gio van Bronckhorst para o Barcelona; e de Del Piero e Trezeguet para a Juventus. Nos pênaltis, triunfo da Velha Senhora por 4 x 2. Eto’o e Rafa Márquez erraram suas cobranças.