A Ordem dos Advogados do Brasil — Subseção do Distrito Federal (OAB-DF) — conseguiu a adesão das seccionais do Rio Grande do Norte, Mato Grosso e Amazonas e enviará nesta semana ofício para os 20 clubes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro, em mais uma tentativa de derrubar o veto a jogos fora dos estados de origem dos times da Série A. O primeiro documento, ao qual o blog teve acesso, foi encaminhado ao presidente do Atlético-MG, Daniel Nepomuceno. Em fevereiro, um conselho técnico da Série A aprovou a medida na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), no Rio, por 14 votos a 6. Flamengo, Fluminense, Corinthians, Ponte Preta, Atlético-PR e Atlético-GO foram contra. “Pelo menos seis times estão do nosso lado. A ideia é mobilizar os outros. É em prol de toda a sociedade, não só de Brasília. Estamos abertos ao diálogo. Não queremos politizar nada. É um movimento que partiu de dentro da OAB”, disse ao blog Maurício Corrêa da Veiga, presidente da Comissão de Direito Desportivo e Conselheiro da OAB/DF.
O texto assinado por Maurício Corrêa da Veiga e pelo presidente da OAB/DF, Juliano Costa Couto, recomenda duas alternativas: “A imediata reconsideração da proibição da venda de mando de campo ou que se cogite permitir a “venda” do mando de campo durante a primeira metade do Campeonato Brasileiro”. O documento encaminhado aos presidentes dos 20 clubes da Série A alega, ainda, que a decisão do conselho técnico “se traduz em um manifesto desrespeito ao torcedor de todas as entidades de prática desportiva do país, que são privados da oportunidade de assistir aos seus clubes em outras praças desportivas deste país continental”.
Ofício enviado ao presidente do Atlético-MG
Distrito Federal (Mané Garrincha), Rio Grande do Norte (Natal), Mato Grosso (Arena Pantanal) e Amazonas (Arena da Amazônia) são os quatro estados que se sentiram prejudicados pela decisão dos clubes que proíbe a chamada venda de mando de campo no Brasileirão. Como o blog antecipou em 23 de março, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, foi o primeiro a receber o ofício enviado pela OAB-DF. O cartola respondeu que cumpre a decisão dos clubes.
O principal alvo do documento da OAB é o presidente do Atlético-MG, Daniel Nepomuceno, mentor da proposta aprovada pela maioria. “Eu levei a minha posição ao Conselho Técnico porque achei um absurdo o que aconteceu no ano passado. Você deve se lembrar. O America-MG vendeu um mando de campo e levou o jogo lá pro Paraná. O Palmeiras jogou em casa. Depois que foi rebaixado, o Santa Cruz recebeu várias propostas indecentes para jogar fora do Recife também. Resumindo: não sou contra a venda do mando de campo, eu não admito é inversão de mando. Era isso que estava acontecendo, ou seja, time visitante que era beneficiado e jogava como se estivesse em casa”, reclamou o mandatário do Galo ao blog.
Por sinal, Daniel Nepomuceno recebe nesta semana os gestores do Mané Garrincha e das arenas das Dunas, Pantanal e da Amazônia. Segundo o secretário de Turismo do DF, Jaime Recena, o diálogo propõe duas saídas. “As nossas sugestões são duas: impedir inversão de mando nas últimas 10 partidas e a indicação dos jogos que os times pretendem disputar fora dos seus estados antes do início da competição”. O secretário de Esportes da Amazônia é mias incisivo. “Estamos tentando uma solução amigável, mas se não for possível, vamos entrar com ação na Justiça”, ameaça Fabrício Lima.