IMG_1844 Gama e Real empataram por 2 x 2 neste sábado no Mané. Foto: Divulgação/Douglas Oliveira/Gama

Análise das quartas de final do Candangão

Publicado em Esporte

Se alguém sonhava com uma final do Candango entre Brasiliense e Gama pode esquecer. A menos que o regulamento seja desrespeitado*, a definição das quartas de final neste sábado, na última rodada da primeira fase, impede o clássico na final. Segundo colocado geral, o Jacaré só pode cruzar com o alviverde na semifinal. Na prática isso significa o seguinte: ao menos um deles pode continuar sendo fora de série em 2018, ou seja, sem disputar sequer a quarta divisão do Brasileirão. Talvez, seja essa a punição mais severa para os protagonistas da Batalha do Bezerrão em 12 de março.

Embora o regulamento deste ano seja claro e aponte chaves fixas no mata-mata, há um movimento de alguns clubes nos bastidores para alterar as regras estabelecidas no arbitral em uma reunião nesta segunda-feira. O plano é retomar o formato dos anos anteriores, com cruzamento móvel. Resumindo: querem dar um jeitinho de rasgar o regulamento atual para manter a chance de um clássico na final. Assim, o time da melhor campanha entre os quatro pegaria o de pior. Pode ser o 1° x 7° ou 2° x 8° por exemplo. Nesse caso, Brasiliense e Gama poderiam fazer a final em caso de eliminação do Ceilândia. Entretanto, no formato atual de primeira fase e oito classificados, em nenhuma quarta de final o time de melhor campanha foi eliminado.

A próxima fase tem outros perrengues no regulamento. O texto não é explícito sobre critério de desempate e pênaltis na semifinal. O parágrafo quarto é omisso. Por dedução, nos parágrafos anterior e posterior, das quartas e da final, o critério seria pênalti em caso de igualdade de gols.

Mas falemos jogo a jogo das quartas…

Campeão simbólico da primeira fase, o Ceilândia medirá forças com o Luziânia nas quartas de final. Ambos decidiram o título em 2012 e em 2016. Um triunfo para cada. Curiosidade: o time de melhor campanha na primeira fase foi o campeão em cinco das últimas seis edições. A exceção foi o Gama, em 2015. Neste ano, Ceilândia ou Luziânia ficarão bem cedo pelo caminho. Gama e Brasiliense chegaram a ocupar o primeiro lugar, mas o Ceilândia aproveitou a série de tropeços dos dois para cruzar a linha de chegada em primeiro lugar. Embora o Ceilândia seja favorito, o Luziânia é o atual campeão e está vivo no mata-mata da Copa Verde contra o Rondoniense.

Brasiliense e Real tem tudo para ser um confronto duríssimo. Dois times com alto investimento levando em conta a realidade financeira do futebol candango. Um deles ficará pelo caminho. Demitido pelo Brasiliense, o técnico Luis Carlos Souza conhece muito o elenco amarelo. O Real perdeu para o Brasiliense na primeira fase por 2 x 0, mas venceu amistoso na pré-temporada. O Real venceu o Ceilândia e empatou com Gama e Sobradinho, ou seja, é um osso duro de roer. O Brasiliense chega com a melhor defesa da fase classificatória ao lado do Ceilândia.

O Gama terá um duelo traiçoeiro com o Paracatu. O time do Entorno figurou no G-4, mas desandou. Um dos tropeços relevantes foi justamente diante do Gama, em casa, naquele golaço do Baiano. Punido pelo STJD, o Gama não jogará no Bezerrão no mata-mata. Fora do alçapão, o alviverde tem colecionado tropeços no Mané e não vence há três partidas: empates com Real e Ceilândia e derrota para o Sobradinho. Luz amarela acesa.

No outro mata-mata, um duelo entre o Sobradinho, time de melhor ataque da primeira fase com 19 gols contra o surpreendente Santa Maria do técnico Jairo Araújo. O ex-zagueiro do Gama faz belo trabalho como técnico depois de comandar inclusive o Atletico-GO na Série A do Brasileirão. Ponto também para o ex-volante Túlio, aquele com passagem pelo Botafogo. Estreante no papel de cartola, levou o Sobradinho ao quarto lugar na primeira fase.

Levando em conta que, no atual formato, em vigor desde 2014, nenhum time de melhor campanha foi eliminado nas quartas de final, a tendência é que os duelos das semifinais sejam Ceilândia x Sobradinho e Brasiliense x Gama. Mas tabus existem para serem quebrados…

 

*Atualização: Gambiarra

Como alertava o blog, uma gambiarra no regulamento nesta segunda-feira abriu precedente para que haja possibilidade de Gama x Brasiliense na final. Os cruzamentos das semifinais dependerão dos aprovados nas quartas, ou seja, se o Ceilândia for eliminado, o chaveamento pode mudar. Exemplo: teríamos Brasiliense ou Real x Luziânia e Gama x Sobradinho ou Santa Maria. Desrespeitado, o regulamento previa chaves fixas, o que impedia decisão entre Bradiliense x Gama. A Federação alega que o regulamento deve ser repetido por dois anos seguidos em obediência ao Estatuto do Torcedor. Mas primeiro fez o regulamento e só agora percebeu a lambança e corrigiu o equívoco ao fim da primeira fase.

 

Primeira fase – Última rodada
Brasília 2 x 2 Taguatinga
Luziânia 0 x 2 Brasiliense
Paracatu 2 x 2 Formosa
Gama 2 x 2 Real
Ceilândia 3 x 0 Paranoá
Santa Maria 1 x 1 Sobradinho

 

Quartas de final do Candangão

Ceilândia (1°) x Luziânia (8°)
Brasiliense (2°) x Real (7°)
Gama (3°) x Paracatu (6°)
Sobradinho (4°) x Santa Maria (5°)

 

Datas e horários dos confrontos

Jogos de ida

Sábado, 8/4

Paracatu x Gama

16h – Frei Norberto

Santa Maria x Sobradinho

16h – Bezerrão

Domingo, 9/4

Luziânia x Ceilândia

15h30 – Serra do Lago

Real x Brasiliense

15h30 – Mané Garrincha

Jogos de volta

Quinta-feira, 13/4

Ceilândia x Luziânia

15h30 – Abadião

Brasiliense x Real

20h – Mané Garrincha

Domingo, 16/4

Sobradinho x Santa Maria

11h – Mané Garrincha

Gama x Paracatu

15h30 – Mané Garrincha

 

*Jogos da volta sujeitos a alteração.