Valérian e a cidade dos mil planetas

O que achei de Valérian e a cidade dos mil planetas!

Publicado em Cinema

 

A história de Valérian e a cidade dos mil planetas tem início nos quadrinhos, na década de sessenta, quando Jean-Claude Mézières começou a escrever a tirinha de ficção científica Valérian et Laureline. Nos quadrinhos, os protagonistas eram agentes do tempo bem no estilo de Time cop, do Van Damme, que provavelmente teve alguma influência dessa série.

 

No início da década de noventa, Jean-Claude Mézières se encontrou com Luc Besson, fã declarado de Valérian. Na época, Luc Besson trabalhava no filme Zaltman Bleros, que contava a história de um operário numa fábrica de foguetes. Nesse primeiro contato, Besson pediu que Mézières criasse alguns desenhos de cenários futuristas. Poucos anos depois, com a produção de Zaltman devagar quase parando, Besson se mudou para os Estados Unidos a fim de participar da produção do filme Léon. Com isso, Jean-Claude Mézières voltou a trabalhar em sua obra e produziu o quadrinho chamado Os círculos do poder, em que usou muito dos conceitos criados para Zaltman Bleros.

 

Após o sucesso de Léon nos cinemas, Luc Besson retomou a produção de Zaltman Bleros, parada desde o início da década de noventa. Ao entrar em contato novamente com as obras de Mézières, foi apresentado ao quadrinho recém-lançado Os círculos do poder, que narra a história de um taxista em uma Nova York futurista. Fascinado com a narrativa, Besson transformou o protagonista de Zaltman em taxista e mudou o nome do filme para O quinto elemento.

 

De volta a 2017, em Valérian e a cidade dos mil planetas, Besson conta a história de dois agentes especiais que precisam identificar uma ameaça potencialmente destrutiva para Alpha, a cidade das várias raças, que vaga pelo universo. Apesar de ter sido roteirizado por Jean-Claude Mézières, no filme os agentes lidam com problemas dimensionais e não temporais, como ocorria nos quadrinhos, algo interessante, porém mal explorado. A história é até criativa, a construção dos personagens é razoável, mas tudo é longo e cansativo.

 

Uma coisa que me incomodou bastante foi o uso de atores jovens para interpretar o papel do Major Valérian e da Sargento Laureline. Ambos pareciam ter experiência muito vasta e um histórico de trabalhos em muitos casos, o que despertava o respeito por parte de seus superiores. Mas a pouca idade não fazia jus a tal experiência, o que me tirou bastante da história.

Um ponto forte no filme são os efeitos visuais e a fotografia. É linda a maneira como Luc Besson mostra o universo de Valérian e a construção da cidade. A raça de alienígenas apresentada no início faz jus a Avatar. O design de algumas naves, a maneira como elas transitam pelo ambiente e as ferramentas usadas para lidar com os obstáculos colocados em seu caminho também são de impressionar.  

 

No geral, Valérian e a cidade dos mil planetas é  um filme fraco, com alguns momentos interessantes, mas que não são explorados e ficam vazios e sem propósito, vagando pelo espaço de oportunidades que Luc Besson poderia aproveitar.

 

Se você gosta de ficção científica ou literatura sci-fi, esse não é um filme para você, vá ler os quadrinhos.