Para mim, a cinebiografia é um dos gêneros mais difíceis. Geralmente, estou preparada para perdoar muita coisa. Felizmente, não foi necessário. Hugo Prata acertou em cheio e, junto com Andréia Horta, em uma interpretação tocante, trouxeram Pimentinha de volta à vida. Como disse uma amiga ao ver o trailer: “A bicha parece que fez a lição de casa”. E fez mesmo.
Hugo Prata, responsável pelo roteiro e direção é um estreante das telonas. Com uma sólida carreira na música e na TV, foi diretor do saudoso Castelo Rá-Tim-Bum e realizou também mais de sessenta videoclipes, shows e DVDs musicais. Andréia Horta atuou na minissérie JK, como Márcia Kubitschek, foi a personagem principal da série Alice, entre outros.
Cobrir a carreira de uma figura tão conhecida e intensa como Elis Regina coloca nas mãos do responsável muitos dilemas. Todo mundo vai achar que poderia ter sido feito melhor de outro jeito. O que é incluído é tão importante quanto o que é deixado de fora. As escolhas de Hugo Prata mostram o lado humano de Elis. E essa é talvez a razão da ressonância que o filme teve comigo. Tinha certo receio de que fosse mais uma daquelas tentativas piegas de sacralização.
Você deve ver o filme? Depende. Se você conhece e admira a obra, vai estar muito bem servido pelo retrato da pessoa por trás do mito. Se você acompanhou, ainda que apenas por vídeo, as performances de Elis, vai ficar bem satisfeito também. Mas se está apenas à procura de um passatempo no sabadão, melhor ir ver filme do Pelé.
Elis chega aos cinemas dia 24 de novembro.
Texto Escrito por:
– Dona Tereza –
“Saia do meu gramado!”