Em Assassin’s Creed estão querendo dominar o mundo novamente! Eu não consigo entender essa sanha. O mundo não é exatamente o lugar que gostaria de chamar de meu e pôr uma cerquinha branca em volta. Esse lugar é uma zona! Mas há os que gostam de uma bela zona. Os vilões da vez são os Templários, que adicionaram mais essa façanha, além de protegerem a linhagem de Jesus Cristo, à sua modesta lista de realizações.
E agora quem poderá nos defender? A Ordem dos Assassinos, que tem coisas muito interessantes na manga contra esses Templários safados. E tudo isso acontecendo no meio da Renascença, envolvendo não apenas os famosos Templários, mas Leonardo da Vinci, Nicolau Maquiavel, os Médici e o infame Rodrigo Borgia. Preciso dizer mais alguma coisa?
Renascença é o primeiro de oito livros, escritos por Oliver Bowden (Anton Gill), e narra os eventos do jogo Assassin’s Creed II. Conta a história de Ezio Auditore e se passa exclusivamente no século XV, sem as partes do presente/futuro presentes no jogo.
Toscana, século XV
Um lugar bem animado para se estar, diga-se de passagem. Era o auge da Renascença, a chamada Era de Ouro de Florença. Lourenço de Médici era o governante de facto da cidade, um dos grandes mecenas do movimento cultural que tinha Florença como epicentro. Leonardo da Vinci iniciava sua carreira. Nicolau Maquiavel fazia suas observações. É impossível descrever com competência a importância desse momento histórico ou ser enfática demais.
Além de Florença, temos outras cidades dessa região, como Veneza, envolvidas na trama. Essas cidades eram Repúblicas na época e, apesar de serem regidas por oligarquias (como os Médici) possuíam alguns traços democráticos e eram, de forma geral, a favor da liberdade. Talvez por isso tenham produzido o Renascimento, mas isso é outra história.
Vários personagens e acontecimentos do livro são históricos, o que sempre é um ponto alto para mim. Além dos citados menciono os Pazzi, Catarina Sforza, Savonarola, entre outros. Nerds de história tem diversão garantida.
Agora vem a nossa estória.
Os Templários estão num esquema de mandar para o além todo mundo que não se una a eles. A frente disso está Rodrigo Borgia, um cardeal pegador e ateu. No caminho, está Giovanni Auditore. Borgia procura resolver o “problema Auditore” com seu estilo peculiar, só que o tiro sai pela culatra, já que um dos filhos de Giovanni, Ezio, não é “resolvido” junto com os outros e vai se resolver com cada um dos envolvidos na morte de seus familiares, enquanto salva o mundo (com uma pequena ajuda dos amigos) da opressão templária.
Isso tudo acontece num ritmo bem frenético (não que eu desaprove). O livro cobre um período de quase 30 anos, mas você só se dá conta disso por que o autor te dá a dica. Minhas congratulações pelas descrições econômicas. E a participação especial do Da Vinci foi uma ideia excelente.
O foco narrativo está na saga de Ezio por vingança e toda a ação envolvida, mas gostaria de sugerir que há uma segunda narrativa, a luta pela liberdade. O papel dos assassinos é assegurar que as cidades, e as pessoas, mantenham sua independência, ameaçada por forças políticas e religiosas. E o que está em jogo é quem deve ter o controle. Um grupo seleto de pessoas que supostamente sabem mais que os outros e isso lhes dá algum tipo de direito ao governo, ou cada um sabe de si? Para além da ficção, essa é uma batalha travada até hoje. Uma batalha que será travada indefinidamente.
Assassin’s Creed – Renascença
Oliver Bowden
Editora Galera Record
Texto escrito por:
– Dona Tereza –
“Saia do meu gramado!”
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