Dois Caras Legais!

Publicado em Cinema

Pensa num filme autêntico de um diretor que tem bagagem e por esse motivo o deixam fazer o que quiser. Eis o engraçadíssimo Dois caras legais. Vou começar dizendo que acho que o Russell Crowe não parecia estar interpretando, o cara estava num domingo de churrasco no quintal da casa dele. Sensacional! E Ryan Gosling estava hilário. Na saída do cinema, conversando com um amigo, lembramos os clássicos do Bud Spencer e Terence Hill. Realmente a dupla Ryan Gosling e Russell Crowe estava com a química dos astros italianos!

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Além desses dois, ainda teve a carismática Angourie Rice, que interpreta a filha de Ryan Gosling. A ideia era ela ser a parte sã do pai, menina-prodígio e tal. Mais ou menos como o diretor Shane Black fez em Homem de Ferro 3, só que melhor, muito melhor. Angourie leva o personagem muito bem, fica entra o humor e o drama necessário para o problema da filha de um alcoólatra. Muito bom. Fiquemos de olho nela, vai longe! 🙂

O filme beira o surreal e o escatológico. Parece seriado de TV em que um policial bêbado derruba uma garrafa, que esbarra na gaivota, que faz cocô no velhinho, que deixa cair uma laranja, que rola até o final da ladeira saltando para dentro de um carro que descia a rua e assusta o motorista, que faz uma curva errada e atropela o assaltante do banco que fugia com um saco de dinheiro. Ao mesmo tempo, um corpo é encontrado com um tiro na cara e tudo é mostrado em detalhes. Algumas cenas são tão pesadas que cheguei a me surpreender com a classificação do filme de apenas 14 anos. Mas a combinação entre esses dois elementos funciona. Além disso, o filme tem uma metalinguagem bem bacana. Só não posso dizer o que é pra não dar spoiler.

Como nem tudo é perfeito, acho que o roteiro se excede um pouco na loucura e que os personagens, em alguns momentos, ficam forçados. Me sinto meio bobocão apontando esses detalhes, pois eles não diminuíram a minha diversão; acho que fiquei impressionado com a recepção inesperada do filme em Cannes e quis apontar algum defeito no que foi considerado MAGISTRAL.
Droga, vamos terminar num clima meio triste. Esse é o problema de deixar a parte ruim pro final.