Os ultraprocessados são quase imperecíveis, prontos para consumo e, geralmente, de fácil acesso. Mas também grande aceleradores do envelhecimento. Por isso, seguir uma dieta rica nesse tipo de alimento é correr o risco de ter as células do corpo envelhecendo bem mais rápido do que o ritmo natural. Inclusive se você for idoso. O alerta foi feito, nesta semana, por pesquisadores da Universidade de Navarra, na Espanha, que também relacionaram esse hábito alimentar à ocorrência de doenças crônicas.
A equipe avaliou informações genéticas de 886 voluntários. O objetivo era analisar o tamanho dos telômeros, estruturas presentes nas extremidades dos cromossomos das células. Os telômeros vão ficando mais curtos à medida que as células se dividem. Dessa forma, funcionam como um indicador da idade biológica de uma pessoa.
Segundo os cientistas espanhóis, os telômeros de quem come mais de três porções de ultraprocessados por dia têm duas vezes mais probabilidade de serem mais curtos, comparados aos de pessoas que comem menos de duas porções diárias.
Os participantes foram classificados em quatro grupos, conforme a quantidade de ultraprocessados que costumavam ingerir: baixa (menos de duas porções por dia), média (de 2 a 2,5 porções), média alta (de 2,5 a 3) e alta (mais de 3). A probabilidade de ter telômeros encurtados, tendo como base o primeiro grupo, foi de 29%, 40% e 82%, respectivamente.
A equipe de pesquisadores, liderados por Lucia Alonso-Pedrero, também constatou uma relação entre alimentos ultraprocessados e doenças crônicas. Os participantes do grupo da ingestão alta eram mais propensos a ter doenças cardiovasculares, diabetes e gorduras anormais no sangue. Também tinham o costume de “beliscar” algo entre as principais refeições — geralmente, algum alimento ultraprocessado.
Salgadinhos, refrigerantes, embutidos, biscoitos recheados e comidas instantâneas são exemplos de ultraprocessados. A equipe espanhola avaliou dados de homens (645) e mulheres (241) com, em média, 67 anos. Mas estudos anteriores têm relacionado a ingestão desses alimentos à ocorrência de hipertensão, obesidade, diabetes e cânceres em diferentes faixas etárias. Todas essas doenças estão ligadas ao estresse oxidativo e a inflamações. E ambas as complicações podem acelerar o encurtamento dos telômeros.
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