Cochilos durante o dia aumentam o risco de morte em até 34%

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Foto: AFP

Se você tem a mania de tirar um cochilo durante o dia, é bom ficar de olho na duração do descanso. Isso porque ele não deve ultrapassar uma hora. Quando passa dos 60 minutos, a soneca é associada a um risco maior de morte. Segundo um estudo chinês, o aumento pode chegar a 34%. E as mulheres costumam ser as mais afetadas.

Os cientistas chegaram à conclusão após analisar dados de 313.651 voluntários. Desses, 39% tinham o hábito de fazer as sestas. Ao avaliar a duração do descanso e as causas de morte, a equipe percebeu que o cochilo durante o dia pode interferir na longevidade. Entre as pessoas que dormiam mais de 60 minutos, o hábito foi associado a um risco 30% maior de morte por todas as causas. Considerando apenas a morte por doenças cardiovasculares, o risco subiu para 34%.

A associação foi mais expressiva em mulheres, que tiveram risco de morte aumentado em 22%, quando comparadas as que não dormiam durante o dia. No caso dos idosos, a vulnerabilidade também chamou a atenção: um aumento de 17%. Os resultados foram apresentados hoje, no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, e chamam a atenção por colocar em xeque um hábito muito comum.

Em vários países, o cochilo durante o dia é visto como uma forma de recarregar as energias ou de recuperar uma noite maldormida.  “Uma visão comum é que cochilar melhora o desempenho e neutraliza as consequências negativas dos débitos de sono. Nosso estudo desafia essas opiniões amplamente difundidas”, afirma, em comunicado, Zhe Pan, da Guangzhou Medical University, na China, e autor do estudo.

Cochilos devem ser mais curtos

Zhe Pan e os colegas não defendem que as pessoas abandonem as sestas. A pesquisa sinaliza, na verdade, que elas devem durar menos tempo. “Os resultados sugerem que cochilos mais curtos, especialmente aqueles com 30 a 45 minutos, podem melhorar a saúde cardíaca em pessoas que dormem insuficientemente a noite”, diz o cientista.

Ainda não há explicações para o fato de os cochilos comprometerem a saúde. Segundo Zhe Pan, alguns estudos sugerem que as sonecas mais longas estão associadas a níveis mais elevados de inflamação no corpo. Há também pesquisas que relacionam o hábito à ocorrência de pressão alta e diabetes.

Todas essas complicações têm impacto direto no sistema cardiovascular e também na longevidade. Por isso, o melhor é cochilar com moderação, indica Zhe Pan. “Se você quiser fazer uma sesta, nosso estudo indica que é mais seguro mantê-la em menos de uma hora. Para aqueles que não têm o hábito de dormir durante o dia, não há evidências convincentes para começar.”

Carmen Souza

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