Priorizar a proteína vegetal, muito presente na couve, na ervilha e no grão-de-bico, por exemplo, tem impacto direto na longevidade. Segundo cientistas britânicos, esse tipo de dieta está associado à redução em 8% do risco de morte por qualquer causa. No caso das doenças cardiovasculares, muito incidentes na meia-idade e na velhice, o benefício é ainda maior: redução de 12%.
Para chegar aos números, os pesquisadores revisaram resultados de 32 estudos sobre risco de morte em adultos. Dessa forma, a análise considerou dados de 715.128 pessoas coletados ao longo de 32 anos. No período, foram registradas 113.039 mortes, sendo 16.429 por doenças cardiovasculares e 22.303 por câncer. As duas complicações têm impacto significativo na longevidade.
Modelos matemáticos, que consideraram efeitos da baixa e da alta ingestão de proteína vegetal sobre a mortalidade, ajudaram a equipe a quantificar os benefícios. A análise também mostrou que um aumento de 3% de energia diária em função do consumo de vegetais ricos em proteína está ligado a um risco 5% menor de morte por todas as causas.
Segundo os autores, a dieta altera positivamente a pressão arterial, as taxas de colesterol e os níveis de açúcar no sangue. Essas mudanças evitam a ocorrência de complicações muito associadas ao aumento de risco de morte, como diabetes, hipertensão e derrame.
As diferenças na forma como cada estudo revisado avaliou as dietas e o fato de a maioria deles ter sido feita em países ocidentais limitam os resultados de agora. Por outro lado, os autores indicam como ponto forte da nova pesquisa o grande número de participantes. Segundo eles, esse cenário fornece uma visão detalhada sobre a ligação entre a ingestão de proteína vegetal e o risco de morte.
Por isso, os autores defendem que os resultados sirvam de inspiração para mudanças alimentares. “Essas descobertas têm implicações importantes para a saúde pública, pois a ingestão de proteínas vegetais pode ser aumentada com relativa facilidade, substituindo a proteína animal, e pode ter um grande efeito na longevidade”, escrevem no artigo.
Também são ricos em proteína a lentilha, o espinafre, a quinoa, o brócolis, o tomate e os cogumelos, entre outros. Em tempos de pandemia, em que muita gente está se arriscando na cozinha, incluir esses alimentos na dieta pode ajudar na mudança de hábitos.
A pesquisa foi conduzida por pesquisadores da Universidade de Ciências Médicas de Teerã, no Irã, e da Escola de Saúde Pública Harvard TH Chan, nos Estados Unidos. Os resultados foram divulgados no British Medical Journal.
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