Faça o teste. Você consegue caminhar rapidamente durante cerca de 10 minutos sem ficar exausto? Se a resposta for negativa e você tiver passado dos 40 anos, é bom ficar alerta. Além de melhorar o condicionamento físico, vale começar a se preocupar com a saúde do cérebro.
O alerta é feita por cientistas da Duke University, nos Estados Unidos. Segundo eles, aos 45 anos, os caminhantes mais lentos tendem a ter um envelhecimento “acelerado” de funções cognitivas e de outros sistemas fisiológicos, como o aparelho pulmonar. Uma das hipóteses para essa relação é de que a caminhada menos ágil seja reflexo de um estilo de vida que comprometa o envelhecimento saudável.
Para o estudo, os pesquisadores consideraram 19 medidas, como velocidade de marcha, a estrutura do cérebro e testes neurocognitivos. Foram avaliadas 904 pessoas que nasceram em Nova Zelândia entre 1972 e 1973 e tiveram indicativos de saúde medidos por toda a vida. A equipe de Duke avaliou os voluntários quanto às 19 medidas entre abril de 2017 e abril de 2019, quando eles tinham 45 anos.
Os participantes que caminhavam mais lentamente apresentaram os piores desempenhos. “O que é realmente impressionante é que isso ocorre em pessoas de 45 anos. Não nos pacientes geriátricos, que, geralmente, são avaliados com essas medidas”, destaca J.H. Rasmussen, líder do estudo, publicado na revista especializada Jama Network Open.
Exames de ressonância magnética mostraram que os caminhantes mais lentos tendiam a ter menor volume total do cérebro e menor espessura cortical média. Por outro lado, apresentaram maior incidência de “hiperintensidades” da substância branca. Tratam-se de pequenas lesões associadas à doença cerebral de pequenos vasos.
Segundo os cientistas, a combinação de características sinaliza que o cérebro parece mais velho. A aparência desses participantes também. Isso porque oito examinadores foram convidados a avaliar a idade facial dos voluntários a partir de fotografias. Aqueles que caminhavam mais lentamente aos 45 anos foram indicados como mais velhos.
Para J.H. Rasmussen, os resultados indicam que o ritmo da caminhada pode ser explorada por profissionais de saúde como um marcador do envelhecimento do cérebro e do corpo. “Podemos ter uma chance aqui de ver quem vai melhorar a saúde mais tarde na vida”, justifica.
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