Quebrar um osso mantém o risco de morte aumentado por mais de 10 anos

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Reuters/Shannon Stapleton/Files

Quebrar um osso quando se está na terceira idade gera complicações além do período do uso da tala ou do gesso. Uma pesquisa australiana mostra que idosos que fraturam alguma parte do corpo têm o risco de morte aumentado. E essa condição delicada pode durar mais de uma década.

“Uma fratura é o ponto de partida para problemas de saúde mais amplos, que persistem por muito tempo e podem resultar em morte prematura”, alerta Jacqueline Center, cientista do Instituto Garvan de Pesquisa Médica, em Sydney. Jacqueline e outros pesquisadores analisaram, durante 10 anos, dados de indivíduos com mais de 50 anos que sofreram fraturas.

A equipe detectou que o risco de mortalidade é maior quando se fratura o quadril. No ano após a acidente, homens enfrentaram risco 33% maior de morte e as mulheres, 20% maior. A vulnerabilidade permaneceu significativa 10 anos depois. Para fraturas de fêmur ou pélvicas, as taxas foram de 20% e 25%, respectivamente. A suscetibilidade se manteve por mais cinco anos.

Tratamento rápido

Segundo Jacqueline Center, além de servir de alerta sobre a importância de o idoso transitar em locais seguros, a pesquisa mostra a necessidade de tratar as fraturas o mais rápido possível. “Nossas descobertas enfatizam o quão crucial é a intervenção precoce, mas também precisamos diagnosticar os que estão em risco antes que ocorram os grandes impactos à saúde”, enfatiza.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que de 28% a 35% das pessoas com mais de 65 anos de idade sofram quedas a cada ano. No Brasil, as quedas são responsáveis por mais de 61% das admissões de idosos em pronto-socorro, segundo o Ministério da Saúde. A pesquisa australiana foi publicada no periódico científico Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism da Endocrine Society.

Carmen Souza

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