Novo “Viagra feminino” é aprovado nos EUA, mas remédio causa polêmica; entenda

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Na última sexta-feira (24/6),  a agência federal Food and Drug Administration (FDA; Administração de Alimentos e Drogas, em português) aprovou um remédio que promete ser o “viagra feminino”, ou seja, aumentar o desejo sexual em mulheres na pré-menopausa. O objetivo do composto bremelanotida é atender a mulheres com uma disfunção chamada de síndrome do desejo sexual hipoativo. Quem sofre disso passa por uma queda drástica — muitas vezes completa — da libido. O transtorno pode causar estresse e uma variedade de problemas pessoais. Para chegar ao diagnóstico, o médico deve descartar antes outras doenças ou até mesmo o uso de remédios que alterem o desejo.

No entanto, a aprovação do novo remédio, cujo nome comercial é Vyleesi, é contestado por parte da comunidade médica e especialistas em saúde da mulher. Os críticos argumentam que, antes de ser liberado para consumo, é preciso ter mais informações sobre o uso e os efeitos colaterais.  “Não temos acesso a dados de longo-prazo sobre sua segurança”, afirmou Diana Zuckerman, presidente do National Center for Health Research (Centro Nacional de Pesquisa em Saúde), ao jornal Washington Post. Além disso, os efeitos colaterais, segundo a FDA, incluem dor de cabeça, rubor, náusea e dor de cabeça.

Testes clínicos

Além disso, os resultados de testes não foram assim tão promissores:. Só 25% das pacientes que tomaram Vyleesi sentiram o aumento do desejo sexual, em comparação com 17% das que receberam o placebo. O medicamento se mostrou um pouco mais efetivo ao combater o estresse. Das pacientes que receberam o Vyleesi, 35% das pacientes se sentiram menos preocupadas. Das que tomaram o placebo, 31%.

Ainda de acordo com o jornal WP, a FDA reconheceu desconhece como o Vyleesi atua nas funções cerebrais. A recomendação da agência federal é de que o remédio seja usado até uma vez por dia e oito vezes por mês.

O “Viagra feminino” consiste na aplicação de uma vacina em formato de caneta, que pode ser administrada de acordo com a necessidade pela própria mulher. De acordo com a médica Julie Krop, que trabalha na empresa de fabricação do Vyleesi, o ideal é usar o medicamento 45 minutos antes de começar a relação sexual.

Não há um número exato de quantas mulheres sofrem do transtorno de desejo sexual hipoativo, e há até mesmo médicos que questionam a existência de tal problema. Também não há dados sobre qual é o peso dos fatores psicológico, fisiológico ou externos (como estresse) no surgimento ou agravamento da condição. No entanto, muitos profissionais estimam que o problema é bem mais comum do que se divulga.

Viagra feminino pioneiro

O primeiro remédio para tratar a condição foi liberado, também pela FDA, em 2015. Entretanto, o Addyi (nome comercial da substância flibanserina) foi uma decepção para a indústria farmacêutica. E para as mulheres que sofrem do problema. Vendido a um preço parecido com o do Viagra, o Addyi, porém, precisa ser tomado diariamente. O efeito vem com o uso contínuo. Outra diferença é que a ação da droga ocorre no cérebro (e não localmente, como o Viagra). Os efeitos colaterais incluem sonolência e tontura. Como resultado, a pílula rosa acabou não atingindo a popularidade esperada.

A aprovação do Addyi foi alvo de muitas críticas, com médicos alertando que a eficácia do produto não era comprovada e que ele só foi aprovado devido à pressão da indústria farmacêutica sobre o FDA.

Ana Carolina

Viciada em série, leitora ávida de livros, artigos e #textões, até acredita no amor mas odeia coisa brega.

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