Sexo entre mulheres: como relação pode ser mais segura e prazerosa

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O diálogo sobre prática segura de sexo entre mulheres muitas vezes vem acompanhado da estigmatização. Mesmo dentro do meio LGBTQIA+, mulheres que se relacionam com outras mulheres são deixadas em segundo plano. Mas a sexualidade sáfica envolve seguranças e cuidados ginecológicos específicos.

Psicóloga e sexóloga, Alaine Santana explica que existem mitos e tabus que dificultam a busca pela segurança na sexualidade sáfica. A especialista argumenta que a ideia errônea de que no sexo lésbico não se contraí ISTs (infecções sexualmente transmissíveis) é uma premissa propagada até por médicos, que frequentemente dizem que exames preventivos não são necessários por não envolver um homem no ato.

“Alguns ginecologistas nos informam que língua e dedos não chegam até o colo uterino, então não há chance de contrair HIV, por exemplo. Então, no máximo, falam que, se usamos brinquedos eróticos, basta higienizá-lo”, relata Alaine, que indica a busca por um profissional de saúde de confiança que proporcione um diálogo aberto e livre de preconceitos.

A conversa saudável sobre saúde sexual e limites também deve ser estabelecida com a parceira, o que Alaine recomenda ser feito a partir do entendimento individual: “Consequentemente, haverá mais confiança para falar sobre o tema. Falar sobre sexo é construir, continuamente, uma intimidade.”

Sexo seguro na prática

Com o diálogo estabelecido, Alaine afirma que os próximos passos são respeito e compreensão. Entender os limites da parceira sem ruídos comunicativos é essencial para a sexóloga, resultando em uma relação respeitosa e espontânea.

Alaine enfatiza que os impactos emocionais e psicológicos de não falar abertamente sobre relações homoafetivas seguras são uma realidade. “Infelizmente, a maioria das mulheres sofrem algum tipo de abuso sexual. O trauma pode aparecer diante de qualquer memória repulsiva. O corpo acaba reagindo de forma defensiva, tornando o ato doloroso”, comenta.

Para abordar questões de segurança sexual com a parceira, Alaine sugere espontaneidade: “Se dispor a acompanhar no exame de IST, deixar proteções disponíveis para o uso de brinquedos, manter a unha cortada e limpa, evitar o sexo oral se houver exposição a feridas são algumas dicas.” Ela ressalta que, se o diálogo for uma constante na vida do casal, ficará cada vez mais tranquilo abordar esses assuntos.

Bianca Lucca

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