As muitas formas de expressão da sexualidade humana continuam, 200 mil anos depois do aparecimento do Homo sapiens, a intrigar, vejam só!, a própria humanidade. Desde que Masters & Johnson e, pouco depois, Alfred Kinsey, resolveram sistematizar o conhecimento sobre o tema, os estudos só fizeram aumentar. Abaixo, listamos algumas conclusões de pesquisas recentes sobre uma prática que continua cercada de tabu: o sexo anal. Surpreenda-se. Ou não… 😉
1. Não, o sexo anal não é o ato mais comum em relações gays
O dado é de uma pesquisa feita pelas universidades de Indiana e George Mason, nos Estados Unidos. Publicado no Journal of Sexual Medicine, o trabalho descobriu que o sexo entre dois homens costuma ter um repertório muito mais variado do que héteros costumam imaginar.
Com a ajuda da empresa Online Buddies, especializada em aplicativos de encontro voltados para o público gay, os cientistas conseguiram receber o feedback de quase 25 mil homens gays e bissexuais, a grande maioria norte-americana.
Estimulados a descrever os atos que tinham praticado no último encontro, os voluntários geraram uma lista de 1.308 comportamentos. O sexo anal não tinha acontecido em mais de 60% das transas. O ato mais comum? Esse mostrado na foto acima: beijar o parceiro na boca.
2. Sexo anal é uma fantasia quase exclusivamente masculina
Enquanto o estudo anterior não deve ter surpreendido gays, este não será novidade para as mulheres. Mas, meu caro leitor hétero, saiba: fantasiar sobre sexo anal é uma coisa só sua, e sua parceira, provavelmente, não deve se empolgar muito com a ideia.
Claro, a sexualidade humana é um terreno infinito de possibilidades, e mulheres podem ter essa fantasia. Mas elas seriam raras, de acordo com uma pesquisa do Instituto Philippe-Pinel, da Universidade de Montreal, no Canadá, que entrevistou 799 homens e 718 mulheres, com média de idade de 30 anos.
“Uma das descobertas mais intrigantes diz respeito ao significativo número de fantasias quase exclusivamente masculinas, por exemplo, as que envolvem transexuais, sexo anal entre heterossexuais e a ideia de ver a parceira fazer sexo com outro homem”, afirmou, em um comunicado, Christian Joyal, principal autor do estudo, publicado no Journal of Sexual Medicine.
3. Não é considerado sexo por muita gente
Lembra quando Bill Clinton escapou de um impeachment ao argumentar que sexo oral não constituía uma relação sexual? Se ele dissesse o mesmo sobre sexo anal, muita gente concordaria com ele.
Especialistas do Instituto Kinsey, da Universidade de Indiana, fizeram uma série de perguntas sobre sexo para 496 pessoas por telefone. Quando ouviram a questão “Sexo anal pode ser considerado sexo?”, 20% delas responderam que não. Quando a pergunta foi sobre sexo oral, a taxa cresceu para 30%.
4. Lubrificantes durante o sexo anal aumentam a chance de contrair HIV
Estranhíssimo, né? Mas, se o sexo anal for feito sem camisinha, é isso mesmo que acontece, aponta uma pesquisa da Universidade da Califórnia. Depois de acompanhar 900 homens e mulheres americanos, os pesquisadores concluíram que o risco de contrair alguma infecção durante o sexo anal desprotegido é três vezes maior com o uso de lubrificantes.
A explicação dos cientistas: muitos desses produtos têm substâncias que irritam as mucosas, favorecendo pequenos ferimentos. Assim, na ausência de camisinha, os lubrificantes tornam ainda mais fácil a transmissão do HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
5. Parece estar ligado a um risco maior de incontinência fecal
Os cientistas que chegaram a essa conclusão analisaram as informações de uma pesquisa nacional de saúde com 6.150 adultos. Entre as mulheres que disseram praticar sexo anal, o risco de incontinência fecal se mostrou duas vezes maior do que na população feminina em geral. Entre os homens, esse perigo se mostrou três vezes maior.
No entanto, os autores do trabalho, da Universidade do Alabama em Birmingham, ressaltaram que a pesquisa não traz resultados definitivos, e que mais investigações são necessárias. “Além disso, nós não sabemos se alguém que fez sexo anal uma ou duas vezes tem o risco de incontinência fecal aumentado tanto quanto alguém que o faz regularmente”, acrescentou Alayne Markland, líder do estudo, publicado no American Journal of Gastroenterology.