Um levantamento feito a partir da análise de tendências, termos e pesquisas on-line realizados em 2022, aponta que a pornografia lésbica é a preferida entre as mulheres. Esse dado se repete desde 2014, quando as estatísticas começaram a ser divulgadas. O estudo foi promovido pelo site pornô Pornhub, o maior do mundo no gênero.
A procura por pornô lésbico por mulheres héteros pode parecer controversa, já que há um senso comum de que ele é destinado a homens por ter uma construção masculina, como a forma de se seduzirem ou de usar brinquedos eróticos.
No entanto, ao Blog Daquilo, a sexóloga clínica Shellen Munique aponta que ainda existe uma parte nesse ramo do pornô, mesmo que mínima, onde o prazer feminino se encontra por completo no estilo lésbicas, como a valorização de zonas erógenas da mulher e a atenção especial que se dá ao clitóris, além de toda a “feminilidade” envolvida ali. Esse combo, afirma Shellen, atrai mulheres, independente da orientação sexual.
“A estimulação clitoriana, junto com toda a sensibilidade vaginal e um momento de excitação sexual, faz com que mulheres, independente de suas preferências ou gostos sexuais, sintam-se excitadas. Isso ocorre porque a estimulação dessas áreas está mais presente do que em um conteúdo heterossexual, por exemplo – onde a maioria desses é voltado ao prazer do homem”, pontua a especialista.
Em resumo, a valorização feminima — muito mais do que apenas penetração — no conteúdo é o ponto-chave para entender a preferência das mulheres em vídeos com relações lésbicas.
“Enquanto ao contrário, num conteúdo heterossexual, mesmo que haja uma estimulação feminina, ainda se concentra, em sua maioria, muito do toque, desejo e estimulação voltada ao telespectador homem”, completa.
A sexóloga ressalta, também, que a pornografia é um estímulo 100% visual e que o ser humano, como seres sexualmente ativos, será impactado por esse conteúdo, independente se aquilo possa ir contra nossos gostos e preferencias.
“O que também pode ocasionar em uma possível curiosidade ou até confusão de sua própria identidade, seja sexual ou não. Isso pode ocasionar em diversas crenças e preconceitos envolta de si mesma”, analisa.
“Ao mesmo tempo, é um conteúdo que está em sua maioria presente na internet, o que possibilita a liberdade de fantasiar aquilo que jamais fariam ou nem pensariam em fazer na vida real e possibilitando ainda, a facilidade em poder separar fetiches da vida cotidiana”, acrescenta.
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