Beijar é tão significante que até ganhou o próprio dia: em 13 de abril comemora-se o Dia do Beijo. Para entender o beijo que, muitas vezes, culmina no ato sexual, é importante destacar como o enrolar de línguas pode ser uma forma poderosa de despertar o desejo. É o que explica a sexóloga e psicóloga Alessandra Araújo.
Ao ativar o sistema de recompensa do cérebro, o beijo promove prazer e uma sensação de vínculo com a outra pessoa. “Um beijo pode ser o ponto de partida para o erotismo, sinalizando segurança, desejo e abertura ao prazer”, detalha Alessandra.
A especialistas esclarece que a excitação deriva da liberação de neurotransmissores como dopamina (prazer e recompensa), ocitocina (vínculo e afeto) e adrenalina (excitação e energia) durante o beijo. Além disso, o contato físico estimula terminações nervosas nos lábios e na língua, que são extremamente sensíveis. “O coração acelera, a respiração se intensifica e o corpo entra em estado de alerta erótico. Isso tudo pode aumentar o desejo e preparar o corpo para a excitação sexual”, argumenta a sexóloga.
O beijo pode ser um sinal importante de compatibilidade sexual por envolver ritmo, entrega, química e sintonia corporal. Muitas pessoas relatam que um bom beijo pode ser um indicativo de conexão sexual mais profunda, enquanto um beijo desconectado pode gerar bloqueios no desejo. Para Alessandra, isso não é regra absoluta, mas é um bom termômetro da sintonia entre os parceiros.
Às vezes, um beijo pode envolver mais intimidade emocional e sensorial do que o ato sexual em si, principalmente quando o sexo se torna mecânico ou desconectado. A especialista pontua que beijar ativa a presença, que pode tocar profundamente quem busca vínculo, cuidado e erotismo mais subjetivo. “Além disso, o beijo pode ser menos carregado de expectativas de desempenho, o que favorece o prazer espontâneo.”
Beijar com frequência pode melhorar a vida sexual de um casal, fato que Alessandra define como manter vivo o contato íntimo e vínculo emocional. Apesar disso, é comum casais deixarem de se beijar com o tempo. “Muitas vezes, com a rotina, o estresse e os conflitos mal resolvidos, os casais priorizam o sexo como obrigação e deixam de investir na intimidade cotidiana”, diz Alessandra. “A ausência de beijo pode indicar afastamento emocional, perda de desejo ou uma desconexão afetiva que precisa ser olhada com carinho.”
Como preliminar, o beijo pode ser a porta de entrada para a sexualidade com qualidade. “O beijo desperta, conecta, excita, cria clima e aumenta a intimidade”, descreve a sexóloga. Para muitas pessoas, Alessandra aponta que o beijo pode ser suficiente por si só em momentos de intimidade mais sensível ou afetiva.
Atingir o orgasmo apenas beijando é raro, mas possível. Algumas pessoas têm sensibilidade erótica intensa e conseguem atingir o ápice apenas com o estímulo dos lábios, da excitação emocional e da fantasia. Segundo a especialista, isso costuma ocorrer em contextos de muita conexão, entrega e excitação acumulada, quando o beijo é altamente carregado de desejo.
“Quando o beijo é verdadeiro, ele pulsa nos dedos, vibra no peito, aquece o ventre. É como se cada célula soubesse: estamos sendo tocadas, desejadas, escolhidas agora. O beijo é corpo em estado de presença, em estado de desejo, em estado de intimidade. E quando há entrega, não é só saliva que se troca — é história, é fantasia, é energia”, declara Alessandra.
Acordar e perceber que gozou dormindo é mais comum do que parece, e não acontece…
A asfixia durante o sexo se tornou uma prática comum na vida íntima de jovens…
A trajetória de Kariely de Andrade, 27 anos, começou no consultório, mas tomou outro rumo…
O panorama da vida sexual dos brasileiros mudou de forma significativa desde 2005. Duas décadas após o…
Desde cedo, a socialização sexual performa um duplo julgamento baseado em gênero. Os que nasceram…
Durante décadas, o imaginário sexual feminino foi condicionado à figura da mulher passiva — aquela…