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Uma pesquisa realizada em agosto pela Gleeden, site e aplicativo de encontros extraconjugais e relações não monogâmicas, revelou dados curiosos sobre a vida sexual dos brasileiros. Apesar de 72% dos entrevistados reconhecerem que o sexo é essencial para a saúde física e emocional, a prática cotidiana parece não acompanhar essa percepção: 64% afirmaram ter relações sexuais menos de duas vezes por semana, enquanto apenas 14% mantêm frequência entre cinco e dez vezes.
Essa discrepância reflete diretamente na satisfação sexual: somente 24% disseram estar plenamente satisfeitos com sua vida sexual, 39% se consideram “mais ou menos” satisfeitos e 36% afirmam insatisfação. Para a terapeuta sexual da Gleeden no Brasil, Thais Plaza, o cenário evidencia um descompasso comum: “Muitas pessoas reconhecem o papel do sexo no bem-estar, mas não conseguem traduzir isso em prática. Fatores como rotina intensa, estresse e dificuldade de comunicação impactam diretamente a frequência e a satisfação sexual”.
A comunicação entre parceiros ainda é um desafio: 47% dizem manter diálogo aberto sobre preferências e limites sexuais, enquanto 35% estão aprendendo a conversar sobre o assunto e 18% não se sentem à vontade para abordar o tema. Essa dificuldade reflete-se na forma como os brasileiros priorizam o prazer: 47% afirmaram que o principal objetivo do sexo é satisfazer o parceiro, 21% destacaram a importância de atingir o orgasmo, e frequência (15%), múltiplos parceiros (15%) e fetiches (3%) aparecem como fatores menos centrais. Plaza observa que esse comportamento tem raízes culturais: “Existe uma ideia enraizada no Brasil de que o prazer do outro deve vir em primeiro lugar, mas é preciso equilibrar esse cuidado com o parceiro ao autoconhecimento e à busca pelo próprio prazer”.
O levantamento também aponta abertura para novas experiências: 72% dos participantes se declararam dispostos a explorar práticas sexuais inéditas, desde que haja consentimento, e 44% mostraram interesse em incorporar fantasias e cenários específicos nos encontros. Mesmo com desafios na comunicação e frequência reduzida, a predisposição para experimentar e se libertar de modelos conservadores é crescente.
Relações não monogâmicas também ganham destaque: 29% afirmaram ter descoberto novas práticas nesse tipo de dinâmica, enquanto 57% estão em fase de exploração e aprendizado. Quanto ao envolvimento emocional, 35% demonstram receio, mas estão abertos a sentir algo por outros parceiros, 31% não se importam e 15% preferem evitar sentimentos fora do relacionamento.
“O brasileiro está em processo de redescoberta da sua sexualidade. Apesar das dificuldades de comunicação e da baixa frequência sexual, os dados mostram grande abertura para novas práticas, revisão de modelos de relacionamento e busca por mais autenticidade na vida íntima. É uma oportunidade de transformar a forma como encaramos prazer e intimidade no dia a dia”, opina Thais.
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